Lição 13, A Fidelidade de DEUS, 5 partes, 4Tr16, Ev Henrique, EBD NA TV


Lição 13, A Fidelidade de DEUS
4º Trimestre de 2016 - Título: O DEUS de Toda Provisão - Esperança e Sabedoria Divina para a Igreja em meio às Crises
Comentarista: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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AQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
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TEXTO ÁUREO"Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Fp 4.13)
 

VERDADE PRÁTICAEm JESUS CRISTO podemos superar todas as crises, e andar de triunfo em triunfo.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 4.11 Aprendendo a se contentar com o que tem
Terça - Fp 4.12 Aprendendo a ser bem-sucedido em todas as circunstâncias
Quarta - Fp 4.19 Aprendendo a esperar no DEUS que supre as nossas necessidades
Quinta - Fp 1.21 Aprendendo que para o crente tudo é ganho
Sexta - 2 Co 1.3,4 Aprendendo com o DEUS de misericórdia e de toda a consolação
Sábado - 2 Co 1.8-10 Aprendendo a confiar em DEUS em tempos de crise

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 4.10-20
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. 11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. 12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. 13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece. 14 - Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. 15 - E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. 16 - Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. 17 - Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta. 18 - Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a DEUS. 19 - O meu DEUS, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por CRISTO JESUS. 20 - Ora, a nosso DEUS e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém!
 
OBJETIVO GERAL - Mostrar que DEUS deseja nos ensinar a enfrentar as crises.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ressaltar a fidelidade de Paulo em meio às crises;
Mostrar a abnegação de Paulo ante o sofrimento;
Compreender como podemos vencer as crises.
 
PONTO CENTRALDEUS deseja nos ensinar a enfrentar e vencer as crises da vida.
 
Resumo da Lição 13, A Fidelidade de DEUS
I - A FIDELIDADE DE PAULO EM MEIO ÀS CRISES
1. Destemor e ousadia.
2. Alegria em meio às crises.
3. Servindo a DEUS em meio às crises.
II - ABNEGAÇÃO ANTE O SOFRIMENTO
1. A disposição de Paulo em sofrer pelos cristãos de Filipos (Fp 2.17,18).
2. A disposição de Epafrodito (Fp 2.25-30).
3. Paulo e os judaizantes (Fp 3.1-8).
III - APRENDENDO A VENCER AS CRISES
1. A crise da falta de firmeza espiritual (Fp 4.1).
2. A crise da desarmonia (Fp 4.2,3).
3. Vencendo as crises.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Paulo enfrentou muitas crises em sua vida pessoal e ministerial, mas em tudo ele foi fiel ao Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Mesmo diante do sofrimento, Paulo foi um abnegado servo de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS deseja nos ensinar a enfrentar e vencer as crises da vida.
 
Adversidades da vida de Paulo:
1- "'Muitas tribulações' enfrentadas ao servir a DEUS (At 14.22).
2- Sua aflição no 'espírito', por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16).
3 - Servir ao Senhor com 'lágrimas' (Ef 2.4).
4 - Sua grande tristeza ao separar-se dos crentes amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13).
5 - A 'grande tristeza e contínua dor' no seu coração, por causa da recusa dos seus 'patrícios' em aceitarem o evangelho de CRISTO (Rm 9.2,3).
6 - As muitas provações e aflições que lhes advieram por causa do seu trabalho para CRISTO (2 Co 4.8-12).
7 - Seu pesar e angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3).
8 - Seu gemidos, por causa do desejo de estar com CRISTO e livre do pecado e das preocupações deste mundo (2 Co 5.1-4).
9 - Suas tribulações por fora e por dentro, por causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2 Co 7.5).
10 - O 'cuidado' que o oprimia cada dia, por causa do seu zelo por 'todas as igrejas' (2 Co 11.28)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1785).

 
PARA REFLETIR - A respeito da fidelidade de DEUS, responda:
Como Paulo se apresenta na Carta aos Efésios?
Na Epístola aos Efésios, Paulo se apresenta como "embaixador em cadeias" (Ef 6.20).
As cadeias impediram Paulo de proclamar o Evangelho? As crises têm impedido você de servir ao Senhor?Não, pois o evangelho que Paulo pregava era mais poderoso do que as cadeias e grilhões. As crises não iriam impedi-lo de servir ao Senhor.
Cite o nome de um cooperador de Paulo. Epafrodito.
Qual o nome das irmãs que estavam brigadas, promovendo a desarmonia?Evódia e Síntique.
Quem ensinou Paulo a vencer as crises e a se contentar em toda e qualquer situação?O Senhor JESUS CRISTO.
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 68, p42
 
SUGESTÃO DE LEITURA - O ESPÍRITO SANTO na Vida de Paulo, A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo, Seguro nos Braços do Pastor
 
 
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES E LIVROS COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Ev. LUIZ HENRIQUE
PONTOS DIFÍCEIS E POLÊMICOS
 
TEMAS IMPORTANTES ENCONTRADOS NA EPÍSTOLA AOS FILIPENSES
TEMA
 
EXPLICAÇÃO
 
IMPORTÂNCIA
 
Auto-sacrifício
 
CRISTO sofreu e morreu para que pudéssemos ganhar a vida eterna. Com coragem e vigor, Paulo se sacrificou por seu ministério.
CRISTO nos dá poder para deixar de lado as nossas necessidades e preocupações pessoais. Não devemos nos atrever a ser egoístas.
Unidade
 
Em cada igreja, em cada geração, aparecem influências decisivas (questões de lealdade e conflitos). Paulo encorajou os filipenses a se entenderem, a deixarem de se queixar e a trabalharem em conjunto.
Sendo crentes, não devemos discutir com nossos companheiros, mas nos unir contra nosso inimigo comum. Quando estamos unidos pelo amor, a força de CRISTO se torna mais abundante.
Vida Cristã
 
Paulo nos mostra como viver uma vida cristã feliz. CRISTO é, ao mesmo tempo, nossa fonte de poder e o nosso guia.
O desenvolvimento do nosso caráter começa com a obra que DEUS realiza em nós. Mas o crescimento também exige autodisciplina, obediência à Palavra de DEUS e concentração de nossa parte.
Alegria
 
Não importa o que venha a acontecer, os crentes podem ter profunda alegria, serenidade e paz. Essa alegria vem do conhecimento pessoal de CRISTO e da dependência de sua força, em vez da nossa.
Podemos sentir alegria mesmo nos infortúnios. A alegria não se origina de circunstâncias exteriores, mas da força interior. Sendo cristãos, não devemos confiar no que temos ou experimentamos, mas no CRISTO que está dentro de nós.
 
 
Filipenses - Introdução e comentário - Ralph P. Martin, Ph. D. - Série Cultura Bíblica - Vida Nova - <www.vidanova.com.br>
 
SAUDAÇÃO DE PAULO 1:1,2
1:1 As primeiras linhas da carta indicam os nomes dos remetentes e recipientes, de acordo com as antigas convenções sobre a prática epistolar. Contudo, há uma riqueza de descrição envolvendo os nomes dos homens de DEUS, na fé cristã, que é singular, nesta carta.
Há um enunciado formal, enriquecido com significado teológico, pela simples inclusão dos nomes dos homens de DEUS.
Timóteo é incluído em face de sua associação com Paulo em seu cativeiro; 2:19-24 deixa bem claro, também, que Timóteo tinha uma ligação especial com os filipenses, e era o emissário de confiança, de Paulo, que brevemente seria enviado a Filipos. O nome dele é mencionado na saudação como abertura para a menção posterior dos planos de Paulo, no capítulo 2.
Paulo e Timóteo são chamados pelo título de servos de CRISTO JESUS, para ficar marcado seu senso de responsabilidade, sob a direção de DEUS.
Este título denota a autoridade que DEUS lhes deu para falarem e agirem em Seu nome, como Seus genuínos representantes. “Ser um servo, na linguagem religiosa do judaísmo, significava ser alguém escolhido por DEUS” (Lohmeyer, sobre 2:7).
“ servo de CRISTO JESUS”, que é um sinal de seu senso de autoridade apostólica (cf. 2 Co 10:8), o qual permeia toda a carta.
A comunidade cristã que veio a existir em seguida ao “evangelismo inicial” de Paulo, em Filipos (At 16:12ss.), é descrita como todos os santos em CRISTO JESUS que vivem em Filipos.
O plural é intencional, visto que este adjetivo, aplicado aos crentes em CRISTO, é encontrado em referência a um grupo, somente, na literatura do Novo Testamento.
Os crentes são santos em CRISTO JESUS, isto é, mediante sua união com Ele, que os reivindicou como Seu povo, e que se tornou a base de sua nova vida.
Paulo destaca, para menção especial, os bispos (RSV na margem, “supervisores”) e diáconos. Eles são líderes da congregação filipense.
Deveríamos ver na carta o prenúncio do surgimento de posições eclesiásticas, para as quais seriam nomeados homens seletos.
2. A invocação de graça. . . e paz junta, numa única frase, as duas palavras do grego e do hebraico, usadas em oração, que viriam desempenhar papel central na liturgia. No lugar da saudação costumeira (gr. chairein), Paulo vai ao equivalente grego da palavra, do VT, para misericórdia de DEUS (heb. hesedh) e acopla-a ao rico desejo hebraico para paz (heb.sãlôm). Isto resulta em “salvação para o homem integral, tanto do corpo como da alma”, e não apenas “prosperidade espiritual” (W. Foerster, TDNT ii, pp. 414s.). O dom de DEUS da “integralidade” vem de Sua graça, tomada conhecida em JESUS CRISTO, o Senhor, cujo nome aparece com freqüência nesta seção introdutória, dando ênfase saliente à carta pastoral de Paulo.
 
ORAÇÃO DE PAULO PELA IGREJA 1:3-11
3. As orações de Paulo são dignas de serem estudadas em diversos níveis. Paulo relaciona suas orações ao seu interesse pastoral pelas igrejas, e seu desejo de ver seus leitores atingir a maturidade em CRISTO.
Quanto à estrutura geral da carta, que inclui, após a saudação (1:1,2), os elementos de
(1) agradecimento (1:3-11),
(2) o corpo da carta, que incorpora uma abertura formal (1:12-18), argumentação teológica, tanto teórica (por ex.: 1:23; 6-26) como prática (por ex.: l:27ss.), conduzindo à promessa de uma parousia apostólica (2:24) e a seção de “viagens” (2:19-30),
(3) paraenesis (ou exortação) nos capítulos 3,4 e
(4) elementos de fecho, como saudações, doxologia e bênção.
Estudos recentes têm demonstrado que suas orações conformam-se com um padrão estabelecido pela “forma litúrgica de orações da comunidade cristã”
Algumas características importantes desta estrutura são as ações de graças iniciais (de acordo com o modelo judeu hôdãvôt, título tirado da frase “eu te agradeço”, que é costumeiro nas orações judaicas, sendo evidente especialmente no rolo IQH de Qumran), e um tributo doxológico no final do período de Paulo. O versículo 11 tem a forma: “para a glória e louvor de DEUS”.
Um fator adicional deve ser mencionado, visto exercer considerável influência na tarefa da exegese, especialmente no versículo 3. O agradecimento introduz “o tema vital da carta”, ou aquilo que ele chama de “situação epistolar” (pp. 71,78).
“dou graças a meu DEUS por toda a recordação que tendes de mim”. A ocasião em que Paulo sentiu-se cheio de gratidão foi quando a generosidade da igreja filipense lembrou-se dele (sustentou-o) de maneira prática, com dádivas repetidas (4:15-17). Paulo expressa sua gratidão a DEUS pelo sustento dos filipenses, e isto, em seguida, é descrito como participação deles no evangelho, desde que primeiro se encontraram com Paulo, até a presente data.
4. fazendo sempre . . . súplicas por todos vós, em todas as minhas orações. Os filipenses lembraram-se de Paulo em suas necessidades. Em gratidão por este ativo interesse, bem recentemente demonstrado na chegada de Epafrodito, como mensageiro dele (4:18), Paulo louva a DEUS e, reciprocamente, assegura-lhes que está orando por eles. Mais ainda, ele ora com alegria. A alegria irrestrita de Paulo em meio aos sofrimentos é um dos temas de sua carta.
5. Ele fornece, agora, a segunda razão de sua gratidão. Ele dá graças pela vossa cooperação no evangelho. Esta frase introduz um dos termos de Paulo, koinõnia, cooperação. “cooperação”, neste versículo, é “compartilhamento da fé”. koinõnia, refere-se à participação num assunto, isenta de experiência subjetiva, uma “realidade objetiva”.
De modo alternativo, podemos, também, presumir que é difícil evitar-se a verificação de algum elemento subjetivo no elogio de Paulo à kainõnia filipense, não apenas no começo, mas, até o presente. Parece que isto concorda plenamente com o sentimento de 4:15. Eles haviam repetidamente mostrado interesse pelo evangelho, através de sua contínua ajuda a Paulo; é, pois, sua “generosidade” que está em vista.
Os paralelos são encontrados em Romanos 15:26 e 2 Coríntios 9:13, e a aplicação específica de sua atitude generosa é vista na expressão prática deles, naquilo que enviaram a Paulo, repetidamente, a fim de ajudar a obra do evangelho, isto é, a missão apostólica. Em 2 Coríntios 8:7 fala-se do sacrifício dos macedônios em suas dádivas, salientando-se, sobremaneira, sua constância e fidelidade, para com Paulo e seu trabalho.
6. desde o primeiro dia lembra a fundação da igreja de Atos 16. Paulo é lembrado de que a origem da igreja, embora proveniente de sua pregação e trabalhos pastorais, deve ser traçada diretamente a DEUS, que começou boa obra no meio deles. Paulo está suprindo uma cobertura teológica, para sua confiança em que a igreja filipense será preservada até o final dos tempos, até ao dia de CRISTO JESUS. Ele é levado a esta consideração ao refletir sobre como a igreja começou no primeiro dia.
7. Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós. E adequado para Paulo que ele expresse esta convicção, como um assunto já estabelecido, em sua mente (o verbo pensar gr. phrotein) é uma palavra chave nesta epístola; significa uma combinação de atividades intelectuais e afetivas, que toca tanto a mente como o coração, e conduz a uma ação positiva).
Porque vos trago no coração. O relacionamento de Paulo com seus leitores é caloroso e terno. Ele prende a todos num abraço apertado, cheio de afeição (veja-se o v. 8).
Todos sois participantes da graça comigo. O fator mais importante, numa situação total que o inspira com confiança, a respeito do futuro da igreja, é que ele sabe que tanto ele próprio, como a igreja, são co-participantes de uma realidade comum, a graça de DEUS. Torna-se claro que tanto o apóstolo como a igreja são co-participantes de sofrimento e conflito; o inusitado é a percepção agora expressa, por Paulo, de que eles estão juntos, associados na graça divina. Mediante isto, a igreja é sustentada e encorajada a resistir. Graça aqui, tem o significado de força de DEUS tornada disponível para Seu povo, em sua fraqueza e necessidade (veja-se 2 Co 12:9).
As algemas de Paulo não foram uma punição que ele trouxera sobre si próprio. Ele era um prisioneiro em razão de sua vocação como apóstolo de CRISTO.  Paulo foi chamado, de maneira positiva, para “confirmar” a pregação, mediante sua declaração ousada e franca. A esperança firme de Paulo é que tanto ele quanto seus leitores estão seguros, sob a guarda de DEUS, podendo utilizar Seus recursos, mesmo estando ele em algemas, e prestes a testemunhar, durante o processo a que responde.
8. Pois minha testemunha é DEUS, da saudade que tenho de todos vós, na tema misericórdia de CRISTO JESUS. À medida que lemos este versículo, abre-se uma janela no profundo relacionamento de Paulo com seus convertidos. Ele abandona, de forma espantosa, o costume rabínico de evitar o uso do nome de DEUS numa assertiva tão solene, e invoca DEUS para ser testemunha de que ele nutre um profundo desejo de reunir-se a seus amigos em Filipos. O verbo grego epipothein, traduzido aqui por ter saudade, é freqüentemente usado por Paulo para denotar seu desejo de ver seus amigos crentes (Rm 1:11; 1 Ts 3:6; 2 Tm 1:4) . Este intenso anseio por estar reunido à igreja, em comunhão, e que evidentemente significava tanto para o apóstolo (veja-se 4:1, onde há um sentimento semelhante), é descrito, agora, como nada menos do que o amor de CRISTO expressando-se através de Paulo.  Ele confessa, aqui, que sua união com CRISTO não é um evento privativo, mas estende-se de modo a abraçar os crentes, também.
9. Entretanto, o anseio de Paulo por ver os filipenses deve, pelo menos no presente, ficar não-atendido. Ele espera que, mui brevemente, seja ele satisfeito (2:24). O confinamento numa prisão impede-o de realizar seu anseio de imediato. Assim, Paulo, mesmo à distância, cumpre um ministério pastoral de oração.
As orações de Paulo encorajam seus leitores a agir segundo o pedido contido nas orações. Amor neste contexto é, aparentemente, o amor mútuo entre os crentes (cf. 1 Ts 3:12; cf. 4:9). Contudo, é dom de DEUS, e sinal de Sua graça na era messiânica, que veio substituir a religião da Torah (cf. Collange). A oração de Paulo é para que os filipenses possam expressar seu amor em seus relacionamentos mútuos, à medida que vão reconhecendo aquilo que precisa ser feito, numa determinada situação e, em seguida, aplicar o conhecimento. Talvez seu olho já estivesse focalizando uma comunidade onde havia tendência para o egoísmo, desunião, e acusação mútua (2:2; 2:14; 4:lss.).
Uma das características tristes desta igreja era a confusão nos assuntos morais, que os tornava presa fácil dos mestres sectários, que são condenados no capítulo 3.
10. Dois resultados seguem-se pelo cultivo destas virtudes. Um deles é que os filipenses possam aprovar as coisas excelentes, e em seguida, ao nível do caráter cristão, que possam ser sinceros e inculpáveis, preparando-se para o dia escatológico da prova (Rm 2:16).
O verbo aprovar (gr. dokimazein) significa “pôr sob teste” (1 Ts 5:21) e depois “aceitar quando testado”, ou “aprovar”. Como termo comercial, era usado para denotar o teste de moedas. As que eram “aprovadas”, eram dinheiro genuíno, não-falsificado. A idéia de “teste” era, evidentemente, algo muito familiar, e favorito, para Paulo (veja-se Rm 12:2; 1 Co 3:13; 11:28; 2 Co 8:22; 13:5; G1 6:4; 1 Ts 2:4).
A idéia é que os leitores de Paulo possam ter a habilidade de discernir, e depois praticar, em suas vidas coletivas, como crentes, os assuntos realmente importantes do viver comunitário. Para o cristão, a Torah foi substituída pelo amor (v. 9), como critério importantíssimo para o julgamento moral.
A chamada aos filipenses é para serem sinceros e inculpáveis, simultaneamente. Talvez estes adjetivos devam ser tomados de modo complementar, o primeiro sugerindo um elemento positivo, de autenticidade, e o segundo, assegurando-lhes, negativamente, que não deveria haver falta em seu caráter.
Inculpáveis pode carregar um sentido transitivo: “que não causa ofensa” para outra pessoa (cf. 1 Co 10:32; At 24:16).
11. fruto de justiça é uma frase que pode ser entendida de duas maneiras diferentes, dependendo da força do genitivo. Primeiramente, significa: “fruto que consiste em estar relacionado retamente com DEUS”. Justiça é considerada como pertencendo “à estrutura da metáfora forense, comum, de Paulo — é a condição de absolvição que DEUS graciosamente concede através de CRISTO” (Houlden; cf. Collange). A maior parte dos comentaristas prefere outro ponto de vista, segundo o qual se deve ver na frase um sentido ético. Paulo está orando para que seus leitores vivam vidas que produzam uma colheita de qualidades morais, num viver correto, sendo isto o “fruto do ESPÍRITO” (G1 5:22), o qual é possível mediante a união com JESUS CRISTO (veja-se J. A. Ziesler, The Meaning of Righteousness in Paul, Cambridge, 1972, pp. 151, 203) .
A oração de Paulo encerra-se com uma nota que caracteriza as orações tanto dos judeus como dos primitivos cristãos. Para a glória e louvor de DEUS não faz parte da oração apostólica mas, é empréstimo litúrgico, adicionado para concluir o período de ação de graças.
 
Paulo e suas prisões:
Em Filipos esteve em prisão, junto com Silas (Atos 16:19). Também em Éfeso foi prisioneiro (Filipenses 1,23-26). De fato foi daquela prisão que escreveu aos filipenses e a Filemon. A sua vida é colocada definitivamente em perigo em Jerusalém, quando se arisca a ser linchado. É primeiro preso ali e depois transferido primeiro para Cesareia Marítima e finalmente para Roma, onde vive um tipo de “prisão domiciliar” , depois tem prisão mais severa e é finalmente condenado à morte, provavelmente depois do incêndio de Roma (Imperador Nero).
 
CARTA DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES (BEP -CPAD)
Esboço
Introdução (1.1-11)
A. Saudações (1.1,2)
B. Ação de Graças e Oração pelos Filipenses (1.3-11)
I. As Circunstâncias em que Paulo se Encontrava (1.12-26)
A. O Avanço do Evangelho por Causa da Prisão de Paulo (1.12-14)
B. A Proclamação de CRISTO de Todas as Maneiras (1.15-18)
C. A Disposição de Paulo para Viver ou Morrer (1.19-26)
II. Assuntos de Interesse da Igreja (1.27—4.9)
A. Exortação de Paulo aos Filipenses (1.27—2.18)
1. À Perseverança (1.27-30)
2. À Unidade (2.1-2)
3. À Humildade e Prontidão em Servir (2.3-11)
4. À Obediência e à Conduta Irrepreensível (2.12-18)
B. Os Mensageiros de Paulo à Igreja (2.19-30)
1. Timóteo (2.19-24)
2. Epafrodito (2.25-30)
C. Advertência de Paulo a Respeito de Falsos Ensinos (3.1-21)
1. A Falsa Circuncisão Face à Verdadeira (3.1-16)
2. A Mentalidade Terrena Face à Espiritual (3.17-21)
D. Conselhos Finais de Paulo (4.1-9)
1. Firmeza e Harmonia (4.1-3)
2. Alegria e Eqüidade (4.4,5)
3. Liberdade da Ansiedade (4.6,7)
4. Controle da Mente e da Vontade (4.8-9)
Conclusão (4.10-23)
A. Reconhecimento e Gratidão por Ofertas Recebidas (4.10-20)
B. Saudações Finais e Bênção (4.21-23)
Autor: Paulo
Tema: Alegria de Viver por CRISTO
Data: Cerca de 62/63 d.C.

Considerações Preliminares
A cidade de Filipos, na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo uma guarnição militar.
A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que DEUS lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2 Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2 Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6).

Propósito

Da prisão (1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes Filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de DEUS na sua prisão (1.12-30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

Visão Panorâmica
Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (1.1) à bênção final (4.23), a carta focaliza CRISTO JESUS como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos: (1) O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de Paulo (1.12-26); (2) pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (4.2; cf. 2.2-4); e (3) a ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (cap. 3). Em meio a esses três problemas em potencial, temos os ensinos mais ricos de Paulo sobre (1) alegria em meio a todas as circunstâncias da vida (e.g., 1.4,12; 2.17,18; 4.4,11-13), (2) a humildade e serviço cristãos (2.1-16), e (3) o valor incomensurável de conhecer a CRISTO (cap. 3).

Características Especiais
Cinco assuntos principais caracterizam esta epístola. (1) Ela é muito pessoal e afetuosa, refletindo assim o estreito relacionamento entre Paulo e os crentes Filipenses. (2) É altamente cristocêntrica, revelando a estreita comunhão entre Paulo e CRISTO (e.g., 1.21; 3.7-14). (3) Contém uma das declarações cristológicas mais profundas da Bíblia (2.5-11). (4) É preeminentemente a “Epístola da Alegria” no NT. (5) Apresenta um modelo de vida cristã dinâmica e resignada, inclusive o viver humilde e como servo (2.1-8); prosseguir com firmeza para o alvo (3.13,14); regozijar-se sempre no Senhor (4.4); libertar-se da ansiedade (4.6), contentar-se em todas as circunstâncias (4.11) e fazer todas as coisas mediante a potente graça de CRISTO (4.13).
 
capítulo 1
1.4 ALEGRIA. A alegria é parte integrante da nossa salvação em CRISTO. É paz e prazer interiores em DEUS Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO, e na bênção que flui de nosso relacionamento com Eles (cf. 2 Co 13.14). Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem: (1) A alegria está associada à salvação que DEUS concede em CRISTO (1 Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; 9.2; Is 35.10) e com a Palavra de DEUS (Jr 15.16; cf. Sl 119.14). (2) A alegria flui de DEUS como um dos aspectos do fruto do ESPÍRITO (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em CRISTO (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o ESPÍRITO SANTO nos transmite um profundo senso da presença e do contato com DEUS em nossa vida (cf. Jo 14.15-21; ver 16.14). JESUS ensinou que a plenitude da alegria está intimamente ligada à nossa permanência na sua Palavra, à obediência aos seus mandamentos (Jo 15.7,10,11) e à separação do mundo (Jo 17.13-17). (3) A alegria, como deleite na presença de DEUS e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; At 16.23-25; 2 Co 12.9). O REINO DE DEUS É PAZ, JUSTIÇA E ALEGRIA NO ESPÍRITO.
1.6 TENDO POR CERTO ISTO. A confiança de Paulo nos Filipenses, baseia-se não somente na boa obra que DEUS efetuou neles, como também no zelo e na abnegação deles em prol da fé (vv. 5,7; 4.15-18). A fidelidade de DEUS é uma bênção perene para o crente fiel, mas ela é ineficaz para com aqueles que resistem à sua graça (ver 2.13; 2 Tm 2.13).
1.9 A VOSSA CARIDADE AUMENTE... EM CIÊNCIA. A caridade, se procede de CRISTO, deve basear-se na revelação e no conhecimento bíblicos. (1) No NT, "ciência" (gr. epignosis) significa conhecimento espiritual no coração (no espírito) e não simplesmente no intelecto. Trata-se da revelação de DEUS, conhecida experimentalmente, incluindo a comunhão pessoal com Ele e não um simples conhecimento intelectual de fatos a respeito dEle (vv. 10,11; Ef 3.16-19). (2) Logo, conhecer a Palavra de DEUS (cf. Rm 7.1), ou conhecer a vontade de DEUS (At 22.14; Rm 2.18), subentende um conhecimento que se expressa na comunhão, na obediência, na vida e no andar com DEUS (Jo 17.3; 1 Jo 4.8). Conhecer a verdade teológica deve ter como objetivo o amor a DEUS e o livramento do pecado (Rm 6.6). "Em todo o conhecimento" significa o crente discernir o que é bom e o que é mau.
1.10 SINCEROS E SEM ESCÂNDALO ALGUM. "Sincero" significa "sem nenhuma mistura do mal"; "sem escândalo algum" significa "inculpável" diante de DEUS e dos homens. Tal santidade deve ser o alvo supremo de todo crente, tendo em vista a iminente volta de CRISTO. Somente com um amor abundante, derramado em nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 5.5; cf. Tt 3.5,6) e com fidelidade total à Palavra de DEUS, é que seremos "sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de CRISTO".
1.16 PARA DEFESA DO EVANGELHO. DEUS deu a Paulo a tarefa importante de defender o conteúdo do evangelho, conforme o temos nas Escrituras. Semelhantemente, todos os crentes são conclamados a defender a verdade bíblica e a resistir àqueles que distorcem a fé (v. 27; ver Gl 1.9; Jd 3 ). As palavras de Paulo parecem estranhas aos pastores dos nossos dias, que não vêem a necessidade de "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3)
1.19 ESPÍRITO DE JESUS CRISTO. O ESPÍRITO SANTO que habita no crente é chamado o "ESPÍRITO de JESUS CRISTO" (Cf. At 16.7; Rm 8.9; Gl 4.6), porque é CRISTO quem outorga o ESPÍRITO ao crente, na sua conversão e é Ele quem subseqüentemente batiza o crente com o ESPÍRITO SANTO (ver At 1.8). Esse ESPÍRITO é o mesmo que ungiu a JESUS, a fim de trazer redenção ao mundo (ver Lc 4.18)
1.21 MORRER É GANHO. O verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de DEUS, não precisa ter medo da morte. Ele sabe que DEUS tem um propósito para o seu viver, e que a morte, quando ela vier, é simplesmente o fim da sua missão terrestre e o início de uma vida mais gloriosa com CRISTO (vv. 20-25; ver Rm 8.28)
1.27 NUM MESMO ESPÍRITO. A verdadeira essência da unidade do ESPÍRITO consiste em viver de modo digno (cf. Ef 4.1-3), permanecendo firme num só espírito e propósito (cf. Ef 4.3), combatendo lado a lado como guerreiros pela propagação e defesa do evangelho, segundo a revelação apostólica (v. 17; cf. Ef 4.13-15) e defendendo juntamente a verdade do evangelho contra aqueles que são "inimigos da cruz de CRISTO" (3.18). Observemos que "espírito", aqui, tem o sentido de disposição mental, ânimo, zelo, propósito, dedicação, diligência e não o espírito humano em si.
 
capítulo 2
2.3 POR HUMILDADE. Devido ao egocentrismo inato do homem caído, o mundo não tem em alta estima a humildade e a modéstia. A Bíblia, no entanto, com seu conceito teocêntrico do homem e da salvação, atribui máxima importância à humildade. (1) A humildade bíblica subentende a consciência das nossas fraquezas e a decisão de atribuir de imediato todo crédito DEUS e ao próximo, por aquilo que realizamos (Jo 3.27; 5.19; 14.10; Tg 4.6). (2) Devemos ser humildes porque somos simples criaturas (Gn 18.27); somos pecaminosos à parte de CRISTO (Lc 18.9-14) e não podemos jactar-nos de nada (Rm 7.18; Gl 6.3), a não ser no Senhor (2 Co 10.17). Logo, dependemos de DEUS para nosso valor e para nossa frutificação, e não podemos realizar nada de valor permanente sem a ajuda de DEUS e do próximo (Sl 8.4,5; Jo 15.1-16). (3) A presença de DEUS acompanha aqueles que andam em humildade (Is 57.15; Mq 6.8). Maior graça é dada aos humildes, mas DEUS resiste aos soberbos (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Os mais zelosos filhos de DEUS servem "ao Senhor com toda a humildade" (At 20.19). (4) Como crentes, devemos viver em humildade uns para com os outros, considerando-os superiores a nós mesmos (cf. Rm 12.3). (5) O oposto da humildade é a soberba, um senso exagerado da importância e da auto-estima da pessoa que confia no seu próprio mérito, superioridade e realizações. A tendência inevitável da natureza humana e do mundo é sempre à soberba, e não à humildade (1 Jo 2.16; cf. Is 14.13,14; Ez 28.17; 1 Tm 6.17).
2.5 HAJA EM VÓS O MESMO SENTIMENTO. Paulo enfatiza como o Senhor JESUS deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). A humildade integral de CRISTO deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.
2.6 SENDO EM FORMA DE DEUS. JESUS sempre foi DEUS pela sua própria natureza e igual ao Pai antes, durante e depois da sua permanência na terra (ver Jo 1.1; 8.58; 17.24; Cl 1.15,17; ver Mc 1.11; Jo 20.28). CRISTO, no entanto, não se apegou aos seus direitos divinos, mas abriu mão dos seus privilégios e glória no céu, a fim de que nós, na terra, fôssemos salvos.
2.7 ANIQUILOU-SE A SI MESMO. O texto grego do qual foi traduzida esta frase, diz literalmente, que ele "se esvaziou", i.e., deixou de lado sua glória celestial (Jo 17.4), posição (Jo 5.30; Hb 5.8), riquezas (2 Co 8.9), direitos (Lc 22.27; Mt 20.28) e o uso de prerrogativas divinas (Jo 5.19; 8.28; 14.10). Esse "esvaziar-se" importava não somente em restrição voluntária dos seus atributos e privilégios divinos, mas também na aceitação do sofrimento, da incompreensão, dos maus tratos, do ódio e, finalmente, da morte de maldição na cruz (vv. 7,8).
2.7 A FORMA DE SERVO... SEMELHANTE AOS HOMENS. Para trechos na Bíblia que tratam de CRISTO assumindo a forma de servo, ver Mc 13.32; Lc 2.40-52; Rm 8.3; 2 Co 8.9; Hb 2.7,14. Embora permanecesse em tudo divino, CRISTO tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado (vv. 7,8; Hb 4.15).
2.12 OPERAI A VOSSA SALVAÇÃO. Como crentes salvos pela graça, devemos concretizar a nossa salvação até o fim. Se deixarmos de fazê-lo, nós a perderemos. (1) Não desenvolvemos a nossa salvação por meros esforços humanos, mas por meio da graça de DEUS e do poder do ESPÍRITO SANTO que nos foram outorgados. (2) A fim de desenvolvermos a nossa salvação, devemos resistir ao pecado e atender os desejos do ESPÍRITO SANTO em nosso íntimo. Isso envolve um esforço contínuo e ininterrupto, de usar todos os meios determinados por DEUS para derrotarmos o mal e manifestarmos a vida de CRISTO. Sendo assim, concretizar a nossa salvação é concentrar-nos na importância da santificação (ver Gl 5.17). (3) Operamos a nossa salvação, chegando cada vez mais perto de CRISTO (ver Hb 7.25) e recebendo seu poder para querer e efetuar a boa vontade de DEUS (ver v. 13). Deste modo, somos "cooperadores de DEUS" (1 Co 3.9) para a nossa completa salvação no céu. (4) Desenvolver a nossa salvação é tão vital que deve ser feito "com temor e tremor".
2.12 TEMOR E TREMOR. Na salvação efetuada por CRISTO, Paulo vê lugar para "temor e tremor" da nossa parte. Todo filho de DEUS deve possuir um santo temor que o faça tremer diante da Palavra de DEUS (Is 66.2) e o leve a desviar-se de todo mal (Pv 3.7; 8.13). O temor (gr. phobos) do Senhor não é de conformidade com a definição freqüentemente usada, a mera "confiança reverente", mas inclui o santo temor do poder de DEUS, da sua santidade e da sua justa retribuição, e um pavor de pecar contra Ele e das conseqüências desse pecado (cf. Êx 3.6; Sl 119.120; Lc 12.4,5). Não é um temor destrutivo, mas um temor que controla e que redime e que aproxima o crente de DEUS, de suas bênçãos, da pureza moral, da vida e da salvação (cf. Sl 5.7; 85.9; Pv 14.27; 16.6).
2.13 DEUS É O QUE OPERA EM VÓS. A graça de DEUS opera nos seus filhos, para produzir neles tanto o desejo quanto o poder para cumprir a sua vontade. Mesmo assim, a obra de DEUS dentro de nós não é de compulsão, nem de graça irresistível. A obra da graça dentro de nós (1.6; 1 Ts 5.24; 2 Tm 4.18; Tt 3.5-7) sempre depende da nossa fidelidade e cooperação (vv. 12,14-16)
2.15 GERAÇÃO CORROMPIDA E PERVERSA. JESUS e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemos é uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; cf. 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidade errada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de DEUS. Os filhos de DEUS devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim de proclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em CRISTO (Cf. 1 Jo 2.15).
2.17 E, AINDA QUE SEJA OFERECIDO... SOBRE O SACRIFÍCIO. O amor e a solicitude de Paulo pelos Filipenses era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se fosse uma oferenda a DEUS. (1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como a vítima do sacrifício, se assim os Filipenses passassem a ter mais fé em CRISTO e mais amor a Ele (cf. 2 Tm 4.6).
(2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrifical pelos seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentos devemos estar dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos filhos tenham uma vida inteiramente dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a nossa vida como oferta ao Senhor que cita quinze passos que os pais devem observar para levar seus filhos a uma vida de piedade em CRISTO)
2.19 TIMÓTEO. Timóteo era um bom exemplo do que um ministro e missionário de DEUS deve ser. Era um estudante zeloso e obediente à Palavra de DEUS (2 Tm 3.15); um servo perseverante e digno de CRISTO (1 Ts 3.2); um homem de boa reputação (At 16.2), amado e fiel (1 Co 4.17), com solicitude genuína pelo próximo (v. 20), fidedigno (2 Tm 4.9,21) e dedicado a Paulo e ao evangelho (v. 22; Rm 16.21).
2.21 PORQUE TODOS BUSCAM O QUE É SEU. Há pastores que pregam, ensinam, pastoreiam ou escrevem, não com solicitude genuína pela propagação do evangelho, mas visando aos seus próprios interesses, honra, glória e prestígio. Ao invés de procurarem agradar ao Senhor JESUS, procuram agradar aos homens e conquistar o favor deles (1.15; 2.20,21; 2 Tm 4.10,16). Tais pastores não são verdadeiros servos do Senhor.
 
capítulo 3
3.2 CÃES... MAUS OBREIROS... CIRCUNCISÃO. A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia e experimentava por causa dos que distorciam o evangelho de CRISTO. Seu amor a CRISTO, à igreja e à verdade redentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente àqueles que pervertiam a doutrina pura, e a descrevê-los como "cães" e "maus obreiros" (ver 1.17; Gl 1.9; cf. Mt 23). O termo grego "circuncisão", como é empregado por Paulo aqui, significa "mutiladores do corpo" e refere-se ao rito da circuncisão segundo o ensino dos falsos mestres judaizantes, afirmando que o sinal da circuncisão conforme o AT era necessário à salvação. Paulo declara que a verdadeira circuncisão é uma obra do ESPÍRITO no coração da pessoa, pela qual o pecado e o mal são cortados (v. 3; Rm 2.25-29; Cl 2.11).
3.8-11 PARA QUE POSSA GANHAR A CRISTO. Estes versículos revelam o coração do apóstolo e a essência do cristianismo. O maior anseio na vida de Paulo era conhecer a CRISTO e experimentar de modo mais íntimo sua comunhão e presença. Nessa busca vemos os seguintes aspectos: (1) Conhecer a CRISTO pessoalmente, bem como a seus caminhos, sua natureza e caráter, segundo a revelação da Palavra de DEUS. O verdadeiro conhecimento de CRISTO envolve ouvirmos a sua palavra, seguirmos o seu ESPÍRITO, atendermos a seus impulsos com fé, verdade e obediência, e identificar-nos com seus interesses e propósitos. (2) Ser achado em CRISTO (v. 9), i.e., ser unido e ter comunhão com Ele produz a justiça que somente é experimentada como dom de DEUS (1.10,11; 1 Co 1.30). (3) Conhecer o poder da sua ressurreição (v. 10), i.e., experimentar a renovação da vida espiritual, o livramento do poder do pecado (Rm 5.10; 6.4; Ef 2.5,6) e o poder do ESPÍRITO SANTO para levar a efeito um testemunho eficaz, a cura, os milagres e, finalmente, a nossa própria ressurreição dentre os mortos (v. 11; Ef 1.18-20). (4) Compartilhar das aflições de CRISTO mediante a abnegação, a crucificação da carne e o sofrimento por amor a CRISTO e à sua causa (cf. 1.29; At 9.16; Rm 6.5,6; 1 Co 15.31; 2 Co 4.10; Gl 2.20; Cl 1.24; 4.13)
3.9 A JUSTIÇA QUE VEM DE DEUS. A justiça do crente consiste, em primeiro lugar, em ser perdoado do pecado, justificado e aceito por DEUS, mediante a fé (ver Rm 4.5). (1) Nossa justiça, no entanto, é mais do que isso. A Palavra de DEUS declara que nossa justiça é CRISTO, o próprio Senhor JESUS, habitando em nosso coração (cf. 1.20,21; Rm 8.10; 1 Co 1.30; Gl 2.20; Ef 3.17; Cl 3.4); no AT o Messias é referido como o "Renovo justo" e "O SENHOR Justiça nossa" (ver Jr 23.5,6). Noutras palavras, a justiça que possuímos não é de nós mesmos, mas de JESUS, em quem colocamos a nossa fé (1 Co 1.30; Gl 2.20). Mediante a presença dEle em nós, tornamo-nos nEle "justiça de DEUS" (ver 2 Co 5.21). (2) O fundamento da nossa salvação e nossa única esperança de justificação é a morte sacrificial de CRISTO e seu sangue derramado no Calvário (Rm 3.24; 4.25; 5.9; 8.3,4; 1 Co 15.3; Gl 1.4; 2.20; Ef 1.7; Hb 9.14; 1 Pe 1.18,19; 1 Jo 4.10) e sua vida ressurreta dentro do nosso coração (ver Rm 4.22; Rm 4.25; 5.9,10; 8.10,11; Gl 2.20; Cl 3.1-3; ver Rm 4.22).
3.13 UMA COISA FAÇO. Paulo se acha qual um atleta numa corrida (cf. Hb 12.1), esforçando-se e correndo o máximo, totalmente concentrado no que faz, a fim de não ficar aquém do alvo que CRISTO estabeleceu para a sua vida. Esse alvo era a perfeita união entre Paulo e CRISTO (vv. 8-10), sua salvação final e sua ressurreição dentre os mortos (v. 11). (1) Era essa a motivação da vida de Paulo. Recebera um vislumbre da glória do céu (2 Co 12.4) e resolvera que sua vida inteira, pela graça de DEUS, estaria voltada para a resolução de avançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver CRISTO face a face (cf. 2 Tm 4.8; Ap 2.10; 22.4). (2) Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa dedicação ao Senhor (cf. Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrás ficam", i.e., o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (cf. Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisas que estão adiante, a salvação completa e final em CRISTO.
3.18 INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO. Esses inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professos que estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos. Uma das razões da grandeza de Paulo era que ele possuía convicções firmes, cujo coração ficava muito intranqüilo quando o evangelho era distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de deixar a fé (ver 3.2; Gl 1.9)
3.20 NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS. O termo "cidade" aqui (gr. politeuma) significa "cidadania" ou "pátria". Paulo ressalta que os cristãos já não são cidadãos deste mundo: tornaram-se estranhos e peregrinos na terra (Rm 8.22-24; Gl 4.26; Hb 11.13; 12.22,23; 13.14; 1 Pe 1.17; 2.11). (1) No que diz respeito ao nosso comportamento, valores e orientação na vida, o céu é agora a nossa cidade. Nascemos de novo (Jo 3.3); nossos nomes estão registrados nos livros do céu (4.3); nossa vida está orientada por padrões celestiais, e nossos direitos e herança estão reservados no céu. (2) É para o céu que nossas orações sobem (2 Cr 6.21; 30.27) e para onde nossa esperança está voltada. Muitos dos nossos amigos e familiares já estão lá, e nós também estaremos ali dentro em breve. JESUS também está ali, preparando-nos um lugar. Ele prometeu voltar e nos levar para junto dEle (ver Jo 14.2,3 notas; cf. Jo 3.3; 14.1-4; Rm 8.17; Ef 2.6; Cl 3.1-3; Hb 6.19,20; 12.22-24; 1 Pe 1.4,5; Ap 7.9-17). Por essas razões, desejamos profundamente uma cidade melhor, ou seja: a cidade celestial. Por isso, DEUS não se envergonha de ser chamado nosso DEUS, e Ele já nos preparou uma cidade eterna (Hb 11.16)
 
capítulo 4
4.4 REGOZIJAI-VOS... NO SENHOR. O crente deve regozijar-se e fortalecer-se, meditando na graça do Senhor, sua presença e promessas (ver 1.4).
4.5 PERTO ESTÁ O SENHOR. Devemos crer que o Senhor poderá voltar a qualquer momento. A perspectiva do NT é de que a volta de JESUS é iminente (ver Lc 12.35-40); logo, devemos estar prontos, trabalhando e vigiando em todo tempo (Mt 24.36; 25.1-13; Rm 13.12-14).
4.6 NÃO ESTEJAIS INQUIETOS POR COISA ALGUMA. O melhor remédio para a preocupação é a oração, e isto pelas seguintes razões: (1) Mediante a oração, renovamos nossa confiança na fidelidade do Senhor, ao lançarmos nossas ansiedades e problemas sobre aquEle que tem cuidado de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7). (2) A paz de DEUS vem guardar nossos corações e mentes, como resultado da nossa comunhão com CRISTO JESUS (vv. 6,7; Is 26.3; Cl 3.15). (3) DEUS nos fortalece, para fazermos todas as coisas que Ele quer que façamos (v. 13; 3.20; Ef 3.16). (4) Recebemos misericórdia, graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16). (5) Temos certeza de que todas as coisas que DEUS permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (ver v. 11; Rm 8.28).
4.7 A PAZ DE DEUS GUARDARÁ OS VOSSOS CORAÇÕES. Quando invocamos a DEUS, com um coração posto em CRISTO e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de DEUS transborda em nossa alma aflita. (1) Essa paz consiste em uma tranqüilidade interior, que o ESPÍRITO SANTO nos transmite (Rm 8.15,16). Envolve uma firme convicção de que JESUS está perto, e que o amor de DEUS estará ativo em nossa vida continuamente. (Rm 8.28,32; cf. Is 26.3). (2) Quando colocamos diante de DEUS, em oração, as nossas inquietações, essa paz ficará como guarda à porta de nosso coração e de nossa mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança em CRISTO (v. 6; Is 26.3,4,12; 37.1-7; Rm 8.35-39; 1 Pe 5.7). (3) Se o medo e a ansiedade retornarem, novamente a oração, a súplica e a ação de graças nos trarão a paz de DEUS que guarda os nossos corações. Voltaremos a sentir segurança, e nos regozijaremos no Senhor (v. 4)
4.8 TUDO O QUE É PURO. O crente deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras, puras, justas, santas, etc. Que essa é uma condição prévia para experimentarmos a paz de DEUS e o livramento da ansiedade, fica claro no versículo 9. Se assim fizermos, "o DEUS de paz será convosco". O resultado de fixar nossas mentes nas coisas do mundo será a perda da alegria, da presença íntima e da paz de DEUS e, nossos corações sem proteção.
4.11 APRENDI A CONTENTAR-ME. O segredo do contentamento, da satisfação, é reconhecermos que DEUS nos concede, em cada circunstância, tudo quanto necessitamos para uma vida vitoriosa em CRISTO (1 Co 15.57; 2 Co 2.14; 1 Jo 5.4). Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das situações instáveis da vida provém do poder de CRISTO que flui em nós e através de nós (v. 13; ver 1 Tm 6.8). Isso não ocorre de modo natural; precisamos aprender na dependência de CRISTO.
4.13 POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE... O poder e a graça de CRISTO permanecem no crente para capacitá-lo a fazer tudo quanto Ele o mandou fazer.
4.16 MANDASTES O NECESSÁRIO. A igreja Filipense era uma igreja missionária, que supria as necessidades de Paulo durante suas viagens (1.4,5; 4.15-17). Sustentar os missionários no seu trabalho em prol do evangelho, é obra dignificante e aceita por DEUS, "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível" a Ele (v. 18). Por isso, aquilo que damos para o sustento do missionário fiel, é considerado oferta apresentada a DEUS. Tudo que é feito a um dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40).
4.19 SUPRIRÁ TODAS AS VOSSAS NECESSIDADES. Paulo enfatiza o cuidado amoroso de DEUS Pai pelos seus filhos. Ele suprirá todas as nossas necessidades (materiais e espirituais), à medida que as apresentarmos diante dEle. O suprimento das nossas necessidades vem "por CRISTO JESUS". Somente em união com CRISTO e na comunhão com Ele é que podemos experimentar o provimento da parte de DEUS. Entre as muitas promessas das Escrituras que confere esperança e encorajamento ao povo de DEUS, no tocante ao seu cuidado, provisão e socorro, temos: Gn 28.15; 50.20; Êx 33.14; Dt 2.7; 32.7-14; 33.27; Js 1.9; 1 Sm 7.12; 1 Rs 17.6,16; 2 Cr 20.17; Sl 18.35; 23; 121; Is 25.4; 32.2; 40.11; 41.10; 43.1,2; 46.3,4; Jl 2.21-27; Ml 3.10; Mt 6.25-34; 14.20; 23.37; Lc 6.38; 12.7; 22.35; Jo 10.27,28; 17.11; Rm 8.28,31-39; 2 Tm 1.12; 4.18; 1 Pe 5.7.
 
Suficiência de Paulo (Filipenses 4:10-13)
NOVO COMENTÁRIO BÍBLICO CONTEMPORÂNEO - F. F. BRUCE - Baseado na Edição Contemporânea de Almeida
Categoria: Comentário - © 1983, 1989 por Frederick Fyvie Bruce Hendrickson Publishers, Inc. - Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos © 1992 por Editora Vida
 
Paulo chega agora a uma das principais razões por que está escrevendo. Se esta nota (4:10-20) era parte integrante da carta principal, o apóstolo a reservou para o fim com o objetivo de dar-lhe ênfase — sua expressão de gratidão pela oferta que Epafrodito lhe trouxera da igreja de Filipos.
4:10 Muito me regozijo no Senhor, significando “apresentei alegres agradecimentos ao Senhor” (quando recebi vossa oferta). Paulo agradece aos crentes filipenses a oferta que lhe enviaram, mas seu “regozijo” deriva principalmente da evidência que esse fato representa de os filipenses terem contínuo desejo ardente de cooperar com Paulo no evangelho.
Alguns comentadores acham a redação de Paulo aqui bastante estranha, em se tratando de uma expressão de gratidão: Dibelius se refere ao “agradecimento sem graças” de Paulo . Todavia, as palavras dele devem ser lidas à luz do mútuo e profundo afeto existente entre ele e a igreja filipense, e à luz do bem-documentado hábito financeiro de Paulo .
O advérbio finalmente pode implicar, se tomado só em si mesmo, que os filipenses permitiram que um longo período de tempo decorresse desde que haviam enviado a última oferta a Paulo ; todavia, o contexto nos revela que não há base para tal ponderação. É concebível, isto sim, que no endereçamento, ou cabeçalho da nota que lhe enviaram junto à dádiva, houvessem escrito algo assim: “Finalmente temos a satisfação de enviar-lhe uma oferta, mais uma vez,” e que Paulo , aproveitando a frase, lhes diga: “Finalmente, como vocês dizem...” Entretanto, o longo intervalo se deve, com toda probabilidade, ao costume de Paulo no que concerne à aceitação de presentes e ofertas por parte das igrejas. Ele deixa bem claro que, se só agora renovastes o vosso cuidado a meu favor, isso não se deveu a alguma interrupção no interesse da parte deles, mas antes, ao fato de faltar-lhes oportunidade para mostrá-lo. E por que não tiveram tal oportunidade? Porque o próprio apóstolo os privara dela.
Na Macedônia — especialmente em Tessalônica — e também em Corinto, Paulo verificara que se aceitasse ajuda financeira para si mesmo, da parte de seus convertidos, seus adversários deturpariam esta idéia,
com malícia, dizendo que Paulo queria viver às custas da igreja. (Tais detratores de Tessalônica aparentemente não faziam parte da igreja; os de Corinto, sim). Daí, talvez, o pedido de Paulo a seus convertidos, para que não lhe enviassem dinheiro para seu uso pessoal. Acima de tudo, quando o apóstolo começou a organizar um fundo de socorro à igreja de Jerusalém, seu grande anseio era que todas as dádivas entregues pelas igrejas fossem canalizadas para tal fundo; ele sabia, no entanto, que ainda assim haveria pessoas que aproveitariam a ocasião como pretexto para dizerem que o dinheiro arrecadado como ajuda aos pobres estava sendo desviado para o bolso do próprio Paulo . Sabemos que as igrejas macedônicas haviam feito o máximo no partilhamento de seus recursos, a fim de contribuir para aquele fundo de socorro (2 Coríntios 8:1-5).
Todavia, a esta altura o dinheiro dos pobres já havia sido coletado e enviado a Jerusalém. Durante visita a Jerusalém, ao lado de representantes das igrejas doadoras, Paulo foi preso. Depois de ter passado dois anos sob custódia, em Cesaréia, passou a morar numa casa em Roma, como prisioneiro domiciliar. Mudara a situação do apóstolo: seus amigos de Filipos entenderam que agora, finalmente, era oportuno enviar-lhe uma oferta, o que fizeram pela mão de Epafrodito.
4:11 Paulo demonstra grande apreciação pelo interesse dos bondosos filipenses, mas assegura-lhes que não estava em necessidade daquele tipo. A redação paulina parece sugerir que havia constrangimento, por causa do espírito independente e sensível do apóstolo, ao dizer “muito obrigado”, agradecendo uma oferta espontânea da parte de amigos tão amorosos e amados, os irmãos da igreja em Filipos.
A política financeira de Paulo era não viver às custas de seus convertidos. Ele achava que, à semelhança dos outros apóstolos e líderes cristãos, tinha o direito de receber sustento da parte dos convertidos, mas Paulo decidiu não usufruir desse direito (1 Coríntios 9:12; 2 Tessalonicenses 3:9). A bagagem de Paulo era bem leve; suas posses se limitavam às roupas do corpo e talvez algumas ferramentas de seu ofício, mais alguns papiros e pergaminhos mencionados em 2 Timóteo 4:13. Sabia como sobreviver com o mínimo; na verdade, forçara-se a aprender em como se contentar com pouco. Já aprendi a contentar-me em toda e qualquer situação, diz Paulo , palavras que John Bunyan expandiria no cântico do menino pastor:
Estou contente com o que tenho, Seja pouco ou seja muito, E é alegria o que mais almejo, Senhor, Porque ela indica os que salvaste. Nesta peregrinação concede-me Medida total de alegria: Provação agora, bênção depois, Eis a bem-aventurança das gerações.
“Contentando-vos com o que tendes” (Hebreus 13:5) — eis, pelo que parece, o preceito geral da igreja primitiva. Esta atitude opõe-se de frente à ambição, contra a qual Jesus (cf. Lucas 12:15) e seus discípulos pronunciaram solenes advertências, descrevendo a “pessoa avarenta” como “idólatra” (Efésios 5:5).
A palavra traduzida por contentar-me (gr. autarkes) era comum no estoicismo denotando o ideal da pessoa totalmente auto-suficiente. Paulo a emprega a fim de expressar sua independência das circunstâncias externas. Estava sempre consciente de sua total dependência de Deus. O apóstolo era mais “suficiente em Deus” que auto-suficiente: “a nossa capacidade vem de Deus” (2 Coríntios 5:5).
4:12 Paulo acumulava vasta experiência em passar com menos do que o suficiente, em algumas ocasiões, e ter mais do que o suficiente, noutras ocasiões. Isso pouca diferença lhe fazia. Já aprendi a contentar-me, diz ele, tomando emprestado um termo do vocabulário das religiões místicas (“Eu me tomei adepto” é como F. W. Beare o traduz). Aprendi tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Só podemos imaginar o que é que Paulo considerava abundância — tudo que estivesse acima do mínimo necessário quanto à alimentação e vestuário, sem dúvida alguma. Sendo um homem educado em ambiente elevado, sua conversão significou a entrada num novo modo de vida. Ser cidadão de Tarso significava ser pessoa de grandes posses materiais. Entretanto, por amor de Cristo, Paulo havia dado “também por perda todas as coisas” (3:8), inclusive (podemos ter certeza) sua herança material; o apóstolo aprendeu, dali em diante, a sobreviver com o que pudesse ganhar mediante seu ofício de meio-ex- pediente, de “fazer tendas” (cf. 1 Tessalonicenses 2:9; 2 Tessalonicenses 3:8; Atos 18:3; 20:34).
4:13 Paulo não coloca a seu crédito o aprendizado da lição sobre estar sempre contente; é graças àquele que o capacita que o apóstolo diz: Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Na verdade, quando se tomava mais consciente de sua fraqueza pessoal é que ele mais se certificava do poder de Cristo que nele residia. “Portanto, de boa vontade me gloriarei,” diz ele, “nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios 12:9, 10).

Modelos de um Servo espiritual - (Filipenses 4:10-13) - MacArthur, J. (2001). Philippians (309). Chicago: Moody Press.O seu interesse por mim.
De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo. (4:10)
Dez anos se passaram desde que o ministério de Paulo em Filipos resultou na fundação da igreja naquela cidade. Os filipenses o haviam apoiado generosamente quando ele saiu de Filipos para ministrar nas cidades macedônias de Tessalônica e Bereia (At 17:1-13). Quando Paulo se dirigiu ao sul, em direção a Acaia, os Filipenses continuaram a lhe sustentarem até quando ele evangelizou Atenas e Corinto (Atos 17:14-18:18). Com o passar dos anos continuaram a se preocupar com Paulo, mas não tinham qualquer possibilidade de fornecer apoio a ele. A razão para esta falta não é dada na bíblia. Talvez tenha sido devido à preocupação com a sua própria pobreza (cf. 2 Coríntios. 8:1-2). Ou eles, apesar de ter tido conhecimento das necessidades do apóstolo, eram incapazes de localizá-lo. Mas, recentemente, surgiu uma oportunidade quando Epafrodito chegou a Roma, trazendo consigo uma generosa doação da parte dos Filipenses (4:18) pelo que Paulo se alegrou muito no Senhor. Ele se alegrou nem tanto por causa de se lembrarem de sua necessidade, mas porque deram provas de seu amor por ele. Sua alegria transbordava porque agora, finalmente, após dez anos, tinham reavivado a sua preocupação para com ele. O verbo grego traduzido "revivido" é um termo que descreve um renovo como no florescimento na horticultura. Os Filipenses tiveram "afeição generosa" para com Paulo, depois dessa afeição ficar adormecida por quase dez anos, mais uma vez floresceu. A declaração do apóstolo na verdade de que antes estavam preocupados, mas lhes faltou oportunidade foi destinado a dissipar qualquer mal-entendido sobre a parte dos filipenses para com ele. Paulo sabia que eles estavam pensando sempre nele antes disso, mas ele compreendeu que não tiveram oportunidade de apoiá-lo (cf. 2 Cor. 8:12).
A atitude graciosa de Paulo reflete a confiança do paciente na providência soberana de Deus. Ele tinha certeza de que Deus, no devido tempo, iria organizar suas circunstâncias, para satisfazer suas necessidades. Não houve pânico de sua parte, nenhuma tentativa de manipular as pessoas partiu de sua iniciativa própria. Paulo estava contente porque sabia que os tempos, estações, e as oportunidades da vida são controladas pelo "Deus soberano que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade" (Ef. 1:11), fazendo com que "todas as coisas juntas contribuam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito "(Rom. 8:28). Aqueles que procuram controlar suas próprias vidas, inevitavelmente, serão frustrados. A confiança na providência de Deus é fundamental para o contentamento.
Providência e milagre são as duas maneiras como Deus age no mundo. Um milagre é a intervenção direta de Deus no curso natural do mundo. É um evento tão contrário ao curso normal dos acontecimentos que não há nenhuma explicação científica ou naturalista para tal que não seja o poder de Deus em ação. Não há uma compreensão natural para explicar a divisão do Mar Vermelho, ou a restauração da visão daqueles cegos de nascença, ou na ressurreição de pessoas da morte.
Por outro lado, a providência de Deus não é milagroso no sentido de que ela interrompe a ordem natural. Em vez disso, ele permite que todas as contingências, eventos, palavras, atos, decisões, e elementos da vida normal aconteçam dentro de Seu propósito sobrenatural de tecê-los todos juntos para caber exatamente no Seu plano . Isto é tão sobrenatural como um milagre. Salomão reconheceu o controle providencial de Deus sobre os acontecimentos, quando escreveu: "A mente do homem planeja seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Provérbios 16:9;. Cf 19:21; Jeremias 10:23, Atos 4:27 -28; Fip 2:13).. Deus providenciou arranjos para José subir a uma alta posição no Egito para preservar o seu povo. Como explicou a seus irmãos: "Quanto a vocês, intentastes o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, a fim de alcançar este resultado presente, para preservar muitas pessoas vivas" (Gn 50:20). Deus também providenciou arranjos para Ester para que ela ocupasse uma alta posição a fim de salvar Israel, como Mardoqueu lembrou: "Porque, se você permanecer em silêncio, neste momento, socorro e livramento surgirão para os judeus a partir de outro lugar e você e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se você não tiver atingido esta alta posição por causa de um momento como este? "(Est. 4:14). Uma compreensão do controle de Deus, Sua soberania providencial sobre os eventos é fundamental para o contentamento.

UMA PESSOA SATISFEITA É SATISFEITO COM O POUCO Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. (4:11)
Para que os filipenses compreendessem a sua declaração no versículo 10, Paulo acrescentou rapidamente um aviso. O que ele quis dizer é que tinha aprendido a estar contente em qualquer circunstância que se encontrasse. Apesar de sua situação extremamente difícil, Paulo não estava descontente. Não importava se ele era um prisioneiro, vivendo em uma pequena casa, acorrentado a um soldado romano, vivendo com alimentação mínima. Nada disso afetava seu contentamento, porque ele estava satisfeito com o pouco que tinha. Sua satisfação não foi afetada pelos suas privações físicas.
A palavra grega traduzida como "ter o suficiente" no versículo 11 aparece somente aqui no Novo Testamento. Extra-bíblicamente a palavra grega foi usada para falar de ser auto-suficiente, ter o suficiente, ou não estar dependente dos outros. Um antigo escritor usou a palavra em referência a um país que era auto-suficiente e não tinha necessidade de importações. O verdadeiro contentamento vem apenas de Deus, e permite aos crentes serem satisfeitos e viverem satisfeitos no meio de qualquer problema.
A atitude de contentamento de alguém como Paulo ou a mulher sunamita, que quando lhe perguntaram o que ela precisava simplesmente respondeu: "Eu moro no meio do meu povo" (2 Reis 4:13), é incompreensível para a sociedade de hoje. As pessoas não se contentam com pouco ou muito. Na verdade, parece que aqueles que são os mais ricos são geralmente os mais miseráveis e descontentes. Em vez disso, as pessoas estão obcecados com a delinear as suas necessidades e exigindo que estas sejam satisfeitas por DEUS.
A necessidade humana tornou-se o valor número um em nossa cultura.
O descontentamento é o obscurecimento da distinção entre necessidades e desejos. Na prática, tudo o que se tornou uma mesma coisa "Necessidade" - Assim, os homens "precisam" de melhores empregos, carros chiques e lares maiores, jovens " precisam de "intermináveis encontros sexuais para liberar seus egos reprimidos; crianças" precisam " de liberdade de expressar-se fora da "servidão" do controle parental. Como um hamster (rato) correndo em volta e em uma roda e não chegando a lugar nenhum, as pessoas desesperadamente perseguem o contentamento que está sempre fora de alcance. Até mesmo a igreja começou a construir o seu ministério em torno da "necessidades sentidas" pelas pessoas.
Mas Paulo sabia que o fim principal do homem não é ter suas necessidades atendidas, mas glorificar a Deus e ter prazer em sua presença para sempre. Por isso, ele estava satisfeito com o que Deus graciosamente lhe concedeu. Como ele escreveu a Timóteo: "Se temos comida e cobertura, com isso estaremos contentes" (1 Tm. 6:8). Embora ele tenha escrito aos Coríntios: "O Senhor designou àqueles que proclamam o evangelho que vivam do evangelho" (1 Coríntios 9:14), Paulo muitas vezes optou por não exercer esse direito (cf. Atos 20:34; 1 Cor. 9:12, 15;. 1 Tessalonicenses 2:9;. 2 Tessalonicenses 3:8). Ele trabalhou duro, e estava disposto a deixar Deus controlar os resultados. Quando os tempos difíceis vieram, Paulo permaneceu contente, porque ele estava satisfeito com pouco.

UMA PESSOA SATISFEITA INDEPENDENTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade (4:12)
Paulo expande seu pensamento sobre o que ele fez alusão no versículo anterior. A frase repetida duas vezes "eu sei" ... "eu também sei" revela que ele tinha aprendido por experiência e maturidade espiritual próprias para viver acima das suas circunstâncias e não deixá-las afetar o seu contentamento. Isso é uma lição importante para os crentes aprenderem, pois são as circunstâncias difíceis da vida que mais freqüentemente roubam nosso contentamento.
A declaração de Paulo eu sei estar junto com os humildes, estar com fome e padecer necessidade indica que ele tinha passado por sua quota de pobreza. Ele sabia o que era conviver com coisas materiais escassas. Ele também sabia como viver em prosperidade, a estar bem abastecido, e ter em abundância quando Deus graciosamente concedeu-lhe mais do que precisava. Seis desses termos se referem ao bem estar material, necessidades terrenas da vida, não às necessidades espirituais.
Paulo não era teólogo da torre de marfim, ele tinha vivido e ministrado nas trincheiras. Sua vida não era exatamente um depoimento para o evangelho da prosperidade. O ministério do apóstolo começou em Damasco, pouco depois de sua conversão. Paulo, cheio do ESPÍRITO SANTO, continuou a crescer espiritualmente e confundir os judeus que moravam em Damasco, provando que "este Jesus é o Cristo", ... os judeus conspiraram juntos para acabar com ele, mas sua trama não conseguiu matar Paulo.
Eles também vigiaram as portas da cidade de dia e de noite para que pudessem matá-lo, mas os seus discípulos o desceram de noite para baixo através de uma abertura na parede, utilizando um grande cesto. (Atos 9:22-25).
Em Listra, em sua primeira viagem missionária, recebeu hostilidade a ponto de "...havendo persuadido as multidões, apedrejaram a Paulo, e arrastaram-no para fora da cidade, cuidando que estava morto" (Atos 14:19).
Muitos dos crentes filipenses, sem dúvida, se lembravam do que aconteceu com Paulo e seu companheiro pregador, Silas, em Filipos: "Ele, tendo recebido tal ordem, os lançou na prisão interior e lhes segurou os pés no tronco. Pela meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam.
"(Atos 16:22-24).
As coisas não ficaram muito melhor para o apóstolo, em Tessalônica, onde: "Mas os judeus, movidos de inveja, tomando consigo alguns homens maus dentre os vadios e ajuntando o povo, alvoroçavam a cidade e, assaltando a casa de Jason, os procuravam para entregá-los ao povo. Porém, não os achando, arrastaram Jason e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jason acolheu; e todos eles procedem contra os decretos de César, dizendo haver outro rei, que é Jesus. Assim alvoroçaram a multidão e os magistrados da cidade, que ouviram estas coisas. Tendo, porém, recebido fiança de Jason e dos demais, soltaram-nos. E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus".(At 17:5-10)
Em Bereia também, Paulo foi perseguido, pois: "Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que também em Bereia era anunciada por Paulo a palavra de Deus, foram lá agitar e sublevar as multidões" (Atos 17:13). Forçado a fugir de Bereia, Paulo foi para Atenas, onde ele foi escarnecido e ridicularizado pelos filósofos gregos céticos reunidos no Areópago (Atos 17:18-34). De Atenas, o apóstolo foi para Corinto, onde, "Sendo Gálio pro cônsul da Acaia, levantaram-se os judeus de comum acordo contra Paulo, e o levaram ao tribunal", (Atos 18:12). Depois de ministrar durante três meses na Grécia, "uma conspiração [para matar Paulo ] foi formada contra ele pelos judeus quando ele estava prestes a embarcar para a Síria" (Atos 20:3). Quando chegou a Jerusalém, Paulo foi atacado e barbaramente espancado depois que judeus da Ásia Menor reconheceram-no no templo (Atos 21:26-30). Resgatado da morte certa pela ação rápida de um oficial romano (Atos 21:31-35), Paulo começou a sua longa estadia na prisão romana. Dois anos mais tarde, depois de audiências perante o Sinédrio e do governador romano não conseguir resolver a situação, Paulo exerceu o seu direito como cidadão romano de apelar para César. Depois de uma viagem marítima angustiante, que incluiu uma aterrorizante tempestade de duas semanas que terminou em um naufrágio (At 27), Paulo finalmente chegou em Roma (Atos 28). Depois de escrever esta carta aos Filipenses e ser solto, Paulo foi novamente preso em Roma.
Resumindo sua árdua, difícil e dolorosa vida, Paulo escreveu: " são ministros de Cristo? falo como fora de mim, eu ainda mais; em trabalhos muito mais; em prisões muito mais; em açoites sem medida; em perigo de morte muitas vezes; dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se é preciso gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas guardava a cidade dos damascenos, para me prender; mas por uma janela desceram-me num cesto, muralha abaixo; e assim escapei das suas mãos". (2 Coríntios 11:23-33). Com seus sofrimentos únicos e constantes Paulo tinha aprendido o segredo de se elevar acima deles. No meio de todas as suas provações manteve seu foco nas realidades celestiais (cf. Col. 3:1-2). Em 2 Coríntios 4:17 o apóstolo escreveu: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória;" Com essa perspectiva, é de se admirar que nenhuma quantidade de dor, sofrimento ou desapontamento poderia afetar seu contentamento?

UMA PESSOA SATISFEITA É FORTALECIDA PELO PODER DIVINO
veja http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-avp-1tr12-tudopossonaquelequemefortalece.htm
Tudo posso naquele que me fortalece. (4:13)
Não importa quão difícil a sua luta pode ter sido, Paulo teve uma undergirding espiritual, um meio invisível de apoio. Sua adequação e suficiência veio de sua união adequada e suficiente com Cristo: "Fui crucificado com Cristo; e já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim "(Gl 2:20).
Quando Paulo escreveu "eu posso fazer todas as coisas" ele tinha em mente coisas físicas, coisas não espirituais. Ischuo (eu posso fazer) significa "ser forte", "ter poder", ou "ter recursos". É comumente traduzida como "dominado" (Atos 19:16), "predominante" (Atos 19:20), e "eficaz" (Tiago 5:16). O texto grego enfatiza a palavra traduzida como todas as coisas (uma referência às necessidades físicas; Cf. Vv 11-12), colocando-o em primeiro lugar na frase. Paulo era forte o suficiente para suportar qualquer coisa (cf. 1 Tm 1:12; 2 Tm 4:17). O apóstolo não, é claro, significa que ele poderia sobreviver fisicamente indefinidamente sem comida, água, sono, ou abrigo. O que ele está dizendo é que quando ele atingiu o limite de seus recursos e força, até o momento da morte, ele foi fortalecido com a força de Cristo. Ele conseguiu superar as dificuldades físicas mais terríveis por causa da força interior, força espiritual que Deus havia lhe dado.
Nas palavras de Isaías, "Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão. (Isaías 40:29-31)
Talvez a mais clara ilustração dessa verdade na vida de Paulo venha de 2 Coríntios 12:7-10: "E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte".
Paulo era atormentado por um "espinho na carne". Este foi o pior de todos os problemas para ele, por causa de sua "solicitude por todas as Igrejas" (2 Coríntios 11:28). Ele repetidamente pediu ao Senhor para livrá-lo desse tormento.
Mas em vez de livrá-lo, o Senhor apontou para Paulo a suficiência de Sua graça. O contentamento vem aos crentes que dependem da graça sustentadora de Cristo infundida em crentes quando eles não têm força própria. Nesse sentido, o contentamento é um subproduto da angústia.
Para qualquer dúvida a respeito da suficiência do poder de fortalecimento de Cristo, é o mesmo poder que Paulo descreveu em sua oração em Efésios 3:
"Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior; - Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,". (Ef 3:14-16, 20).
O poder de Deus que habita nos crentes é muito mais do que suficiente para reforçar e sustentá-los em qualquer julgamento. Contentamento pertence àqueles que depositam confiança no poder de DEUS em vez de seus próprios recursos. Jeremiah Burroughs observa: Um cristão encontra satisfação em todas as circunstâncias, obtendo força de Outro, saindo de si para Jesus Cristo, pela sua fé, agindo na fé em Cristo, e trazendo a força de Jesus Cristo em sua própria alma, ele fica habilitado a suportar tudo o que Deus estabelece para ele, e isso somente pela força que o crente acha em Jesus Cristo .... Há uma força em Cristo, não só para santificar e salvar-nos, mas a força para nos apoiar em todos os nossos fardos e aflições, e Cristo espera que quando estamos sob qualquer encargo, devemos agir na nossa fé Nele para recebermos a virtude e a força Dele. (A Jóia Rara do contentamento cristão, 63).
É importante notar que apenas aqueles que vivem uma vida de obediência à vontade de Deus pode contar com o Seu poder para sustentá-los. Aqueles que vivem num contínuo pecado são levados para a cova do desespero e não podem esperar que Deus vá trazê-los para o contentamento em suas circunstâncias contrárias. Na verdade, Ele pode até mesmo adicionar dificuldades e humilhá-los para trazê-los ao arrependimento.
D. Martyn Lloyd-Jones compara o fluxo do poder de Deus na vida do crente com a questão da saúde física: É análogo este assunto com todo o poder em sua vida como cristão. Saúde é algo que resulta de bem-estar. Saúde é o resultado de uma vida direita, e eu digo exatamente a mesma coisa sobre esta questão do poder em nossa vida cristã.
Deixe-me usar outra ilustração. Tome essa questão da pregação. Nenhum assunto é discutido com mais freqüência do que o poder da pregação. "Oh, como eu poderia ter poder na pregação?", diz o pregador, e ele ora de joelhos pelo poder. Eu acho que isso pode ser muito errado, se é a única coisa que o pregador faz. A maneira de ter poder é preparar cuidadosamente a sua mensagem e orar pedindo revelação a DEUS. Estude a Palavra de Deus, fazendo perguntas à bíblia, analisando-a, colocando-a em ordem, fazendo disso o máximo. É exatamente o mesmo em matéria de poder e capacidade de viver a vida cristã. Além disso a nossa oração por busca de poder e capacidade deve obedecer certas regras primárias de leis espirituais. Por isso, posso resumir o ensinamento como este. O segredo do poder é descobrir e aprender com o Novo Testamento o que é possível para nós em Cristo. O que tenho que fazer é ir a Cristo. Devo gastar meu tempo com ele. Eu preciso meditar sobre ele, devo chegar a conhecê-Lo. Isso era a ambição de Paulo "para que eu possa conhecê-Lo." Devo manter o meu contacto e comunhão com Cristo e devo concentrar-me em conhecê-Lo.
O que mais? Eu tenho que fazer exatamente o que Ele me diz. Devo evitar as coisas que iriam me prejudicar. Se no meio da perseguição queremos nos sentir como Paulo se sentiu, devemos viver como Paulo viveu. Devo fazer o que Ele me diz, tanto para fazer e não fazer. Devo ler a Bíblia, devo exercer, devo praticar a vida cristã, devo viver a vida cristã em toda sua plenitude. (Depressão Espiritual: Suas Causas e Cura [Grand Rapids: Eerdmans, 1965], 298-99).
O poder de Deus vai trazer contentamento para aqueles que não têm força própria, mas somente se eles têm vivido em retidão. Não há nenhuma solução rápida, nenhum atalho para contentamento. Ele vem apenas para aquelesque estão reforçados pelo poder divino, e que esse poder divino não venha de conselheiros, terapia ou de fórmulas auto-ajuda, mas apenas de uma vida piedosa consistente. 
 
RESUMO DO LIVRO DE FILIPENSES - Epístolas paulinas - http://pt.scribd.com/doc/146430796/E-P-Myer-Pearlman
Texto: Filipenses 4.10-13 - A Mente Contente
Os filipenses tinham enviado uma oferta a Paulo, e nos versos 10-19 ele agradece de maneira cristã.
1. Apreciação. “Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade”. Os filipenses tinham demorado em entrar em contato com Paulo, mas ele atribui esse atraso a causas além do controle dele. Pode ser que não tivessem alguém apropriado para levar o recado. A alegria de Paulo ergueu-se acima da dádiva, para agradecer o amor que deu origem à dádiva, e depois subiu mais alto para agradecer ao Doador. Paulo amava grandemente os seus convertidos, e o amor que tinham por ele era, afinal de contas, o amor de Cristo, a maior consolação e apoio dele. Paulo era grato, e sua felicidade aumentava muito mais por causa da generosidade atenciosa dos seus convertidos, não somente porque ele precisava de dinheiro, mas porque a oferta revelava a graça de Deus nas vidas deles. “Não digo isto como por necessidade”.
2. Contentamento. “Porque já aprendi a contentar-me com o que tenho”. O pensamento dos versos 12 e 13 é:
“Não pensem que falo assim porque tenho sentido o aperto de passar necessidade. Pelo contrário, aprendi, seja qual for a minha condição, a ser independente das circunstâncias. Estou treinado para suportar as profundezas da pobreza, e também aprendi a lição de agüentar a abundância. Na vida como um todo, e em todas as circunstâncias, já dominei o segredo do viver — como ser o mesmo no meio de abundância e no meio de privações, quando fico repleto e quando passo fome”. Quando as circunstâncias furtam a paz do cristão, conseguem tirar dele uma das suas posses mais preciosas. Quando descobre que nenhuma circunstância ou pessoa pode roubar-lhe a calma, já possui o segredo da vitória. E isso se aplica à prosperidade também, porque ela pode se constituir em prova maior do que a adversidade. O apóstolo, porém, seja em abundância, seja em pobreza, mantinha sua mesma atitude de paz e confiança.
3. Poder. “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Se alguém dissesse a ele: “Irmão Paulo, você por certo tem grande força de caráter para se conservar paciente e vitorioso diante das adversidades e perseguições”, Paulo responderia: “Não mantenho essa atitude com minhas próprias forças; consigo todas essas coisas através de Cristo que me fortalece”. A comunhão que Paulo mantinha com o Cristo imutável conservou-o inabalável em todas as circunstâncias.
 
Modelos de um Servo espiritual - (Filipenses 4:14-23) - MacArthur, J. (2001). Philippians (309). Chicago: Moody Press.
UMA PESSOA SATISFEITA ESTÁ PREOCUPADO COM O BEM-ESTAR DOS OUTROS
Filipenses (4:14–19).
Apesar disso, vocês fizeram bem em participar de minhas tribulações. Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês; pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês. Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. Elas são uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a DEUS. O meu DEUS suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em CRISTO JESUS. (4:14–19).
A vertente final do plano de contentamento de Paulo era a preocupação para com os outros. Aqueles que vivem só para si nunca estarão contentes, porque contentamento para eles só pode existir quando as todas as circunstâncias são exatamente como eles querem. E isso nunca vai acontecer. Somente aqueles que, desinteressadamente, colocam o bem-estar dos outros acima de seu próprio, encontrarão contentamento. Paulo orou para que o amor dos filipenses crescesse ainda mais e mais" (1:9), uma das qualidades do verdadeiro amor bíblico é a generosidade (1 Coríntios 13:5.). Ele também exortou, "Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade e respeito de uns para com os outros, considerando-os mais importantes do que vós; não se limitam a olhar para seus próprios interesses pessoais, mas também para os interesses dos outros" (2: 3-4). Essa é a atitude "que houve também em CRISTO JESUS" (2:5); Se JESUS tivesse olhado apenas para seus próprios interesses, ele nunca teria deixado o céu a sacrificar-se pelos pecadores, pessoas caídas.
"No entanto" introduz uma importante transição no pensamento de Paulo. O que ele tinha escrito nos versos 10-13 poderia facilmente ter enviado a mensagem errada aos Filipenses. Apesar da sua pobreza (cf. 2 Coríntios. 8:12), eles tinham enviado um presente de sacrifício para Paulo através de Epafrodito (4:18). Depois de ficar em Roma por um tempo e ministrando ao apóstolo, Epafrodito voltou para Filipos, trazendo essa carta de Paulo com ele. Para a igreja Paulo dizia: "Não digo isto por falta, porque já aprendi a viver contente em qualquer circunstância"; "Aprendi o segredo de ser preenchido e passar fome, tanto de ter abundância como a sofrer necessidade" e "Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (4:11-13). Se a carta tivesse terminado naquele momento, os Filipenses teriam concluído que Paulo não havia apreciado seu presente sacrificial para com ele. Para ter certeza de que os filipenses não entenderiam mal sua resposta, Paulo apressou-se a assegurar-lhes que eles tinham feito bem (kalos, algo nobre) compartilhando suas posses com ele em sua aflição. Ele precisava explicar-lhes que o presente poderia ser um ato nobre, mesmo que ele não precisasse dele para sobreviver. Paulo começou por levar seus leitores de volta há dez anos atrás, em sua primeira pregação do Evangelho em Filipos. Durante esse tempo, e mesmo depois de haver deixado a Macedônia viajando para as cidades da Acaia, de Atenas e Corinto, nenhuma outra igreja compartilhou com ele na questão de dar e receber. Essa frase reflete uma terminologia de negócios. A palavra matéria é traduzida às vezes como "Contas" (Mateus 18:23; 25:19) ou "contabilidade" (Lucas 16:2) e os termos dar e receber pode significar "crédito" e, evidentemente, Paulo estava em "débito". Um gestor cuidadoso de seus recursos mantém um relatório de suas receitas e despesas em dia. Mesmo antes de deixar a Macedônia os Filipenses apoiaram Paulo, durante o seu ministério em Tessalônica, eles lhe mandaram presentes mais de uma vez para cobrir suas necessidades. A sua generosidade e o árduo trabalho do próprio Paulo, permitiu-lhe ministrar gratuitamente em Tessalônica (1 Tessalonicenses 2:9;.. 2 Tessalonicenses 3:8) e Corinto (Atos 18:5; 2 Coríntios. 11:8) sem custos financeiros para tais igrejas.
Paulo pôde alegrar-se com a provisão soberana de DEUS para com ele porque ele era altruísta, queria ajudar e não ser ajudado. Esse desprendimento levou-o a escrever, "não que eu procure o presente em si, mas procuro o lucro que aumenta a sua conta (cf. Mt 6:19-20;. 1 Tim 6:17-19). O presente dos Filipenses trouxe a Paulo a alegria, não por causa de seu benefício material pessoal para ele, mas por causa de seu benefício espiritual para eles. O princípio de que aqueles que dão generosamente serão abençoados é ensinado repetidamente nas Escrituras.
Salomão escreveu: "Há aquele que espalha, e ainda aumenta ainda mais, e há um que retém o que é justamente devido, e isso resulta apenas na miséria". Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda. A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido."(Prov. 11:24-25). Mais tarde, em Provérbios, ele acrescentou: "Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício." (Prov. 19:17), "Quem é generoso será abençoado" (Prov. 22:9), e "O que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições." (Provérbios 28:27). Em Lucas 6:38 JESUS disse: "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo."Aos Coríntios, Paulo escreveu:" E agora digo isto, aquele que semeia pouco, pouco também ceifará, e aquele que semeia em abundância em abundância também ceifará "(2 Cor . 9:6). O próprio Paulo foi um exemplo de alguém que generosamente deu aos pobres, como ele lembrou aos anciãos de Éfeso: "Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber."(Atos 20:35).
Três declarações resumem a alegria de Paulo e sua gratidão. O verbo grego na frase "recebi tudo" era comumente usado em um sentido comercial grego extra-bíblico para designar o pagamento integral. Esta afirmação é dita por Paulo aos Filipenses em resposta a sua ajuda. Já possuo em  abundância traduz um verbo grego que significa "a transbordar", "ter um excesso", ou "ter mais do que o suficiente." O verbo grego na declaração final de Paulo "Estou amplamente suprido" fala de ser cheio completamente. Em conjunto, essas três frases mostram que Paulo, tendo recebido de Epafrodito o que os Filipenses tinham enviado para ele se sentiu  alegre e satisfeito por sua generosidade.
Usando uma linguagem sacrificial do Antigo Testamento, Paulo descreveu a oferta dos filipenses como um sacrifício de aroma perfumado (cf. Gn 8:20-21; Ex 29:18; Lev 1:9, 13, 17, Num 15:03 ), um sacrifício aceitável (cf. Lv 19:5;. 22:29;. Isa 56:7), bem agradável a DEUS (cf. Sl 51:19). Paulo viu o presente dos filipenses como um ato de sacrifício de adoração a DEUS. Tais sacrifícios espirituais continuam sendo necessários para os crentes da Nova Aliança, em vez dos sacrifícios de animais da Antiga Aliança. Em Romanos 12:1 Paulo exorta: "Apresentei os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto espiritual (racional) de adoração." O autor de Hebreus exorta: "Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada."(Hebreus 13:15-16). Pedro lembra aos crentes que eles são um "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo." (1 Pedro 2:5). A alegria de Paulo pelo sacrifício aceitável a DEUS dos filipenses ultrapassou em muito a sua alegria de receber seu presente material. Paulo sabia que os filipenses não só receberiam as bênçãos espirituais nos céus pela sua generosidade, mas também que DEUS iria suprir todas as suas necessidades físicas nesta vida. Os filipenses tinham sacrificialmente (cf. 2 Coríntios. 8:1-3) dado de suas posses terrenas para apoiar o servo de DEUS, Paulo. Em troca, DEUS supriria suas necessidades amplamente, Ele não ficaria em dívida para com eles, ou seja, não deixaria de retribuir-lhes. Tendo semeado em abundância, eles ceifariam também em abundância (2 Cor 9:6.); Ter "Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares."(Provérbios 3:9-10). Eles
descobrem que é impossível alguém dar mais do que DEUS dá. A frase de acordo com Suas riquezas da glória em CRISTO JESUS revela o tamanho da medida em que DEUS iria suprir as necessidades dos filipenses. Ele iria fazê-lo segundo as suas riquezas, e não fora delas; Sua dádiva para com eles seria em relação à imensidão de sua riqueza eterna, isto é, tão generosamente quanto é consistente com suas riquezas na glória em CRISTO JESUS (abundantes riquezas espirituais). O Novo Testamento repetidamente apresenta CRISTO JESUS como a fonte de todas as riquezas de DEUS. Nele "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento" (Cl 2:3). Paulo escreveu aos Colossenses: "Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse - Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade"(Col. 1:19; 2:9). "O DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO ... nos tem abençoado com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em CRISTO" (Ef 1:3). Em Efésios 1:23 o apóstolo descreveu JESUS como "que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.", e lembrou aos Coríntios que "Sempre dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo. Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento"(1 Cor. 1:4-5). Repetindo esse pensamento, Pedro escreveu: "Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude," (2 Pedro 1:3). As lições cruciais do contentamento ilustrados aqui na vida de Paulo podem ser resumidos em cinco palavras: fé, humildade, submissão, dependência, altruísmo e essas virtudes caracterizam todos os que já aprenderam a se contentarem com o que recebem de DEUS.

Os santos de DEUS (Filipenses 4:20-23)A nosso DEUS e Pai seja a glória para todo o sempre. Amém. Saúdem a todos os santos em CRISTO JESUS. Os irmãos que estão comigo enviam saudações. Todos os santos lhes enviam saudações, especialmente os que estão no palácio de César. A graça do Senhor JESUS CRISTO seja com o espírito de vocês. Amém. (4:20–23)
O tema da celebração da passagem do livro de Filipenses é encontrada na palavra bem familiar "santo", mas muitas vezes incompreendida. A palavra se afastou bastante da sua significação no Novo Testamento, e foi perdendo seu real sentido e valor nas várias culturas e religiões atuais. Para alguns, a conotação "santinho" é até ofensiva. Eles não podem chamar-se santos, por medo disso soar como uma maneira egoísta, arrogante e orgulhosa de se auto-denominar. Outros acreditam que os santos são aqueles que realizam coisas notáveis e boas para a humanidade. Para outros, o termo santo evoca a imagem de uma figura idolatrada gravada no vitral de uma catedral ou uma imagem feita de gesso ou outro qualquer material em homenagem a alguém.
Grande parte da confusão sobre os santos provém dos ensinamentos da Igreja Católica Romana. Um santo na teologia católica romana é alguém que, por causa de sua exemplar virtude, mérito, dedicação, e realização religiosa, já é exaltado no céu (ao contrário da maioria dos fiéis católicos, que só podem esperar para entrar no céu depois de uma estadia prolongada no purgatório). Tal pessoa é elevada à santidade por um decreto oficial do papa conhecido como canonização, e é uma pessoa considerada um modelo cuja vida é para ser imitada.
Mas canonização pela Igreja Católica significa muito mais do que apenas estabelecer alguém como santo, como um exemplo a ser seguido, pois, santos canonizados são também venerados e adorados publicamente. Igrejas são muitas vezes dedicadas em sua memória, um dia de festa é observado para honrá-los, e as missas são celebradas em sua honra. A Igreja Católica também encoraja seus membros a apelar para os santos para interceder junto a DEUS em seu nome. Assim, as orações são oferecidas a eles, e suas estátuas e relíquias são veneradas. De acordo com a teologia católica romana, os santos podem interceder não só pelos vivos, mas também por aqueles que estão no purgatório (na teologia católica, um lugar de castigo após a morte para fazer um ajuste e contas e só então entrar no céu). Católicos em vida podem, portanto, apelar para os santos para que estes intercedam junto a DEUS em nome de seus entes queridos que sofrem no purgatório. Mas, segundo o Novo Testamento, um santo não é uma relíquia eclesiástica cristalizado em um vitral, imortalizado em uma estátua, ou canonizado por Roma. Um santo é alguém que veio à fé salvadora na salvação única por meio do sacrifício do Senhor JESUS CRISTO. Na verdade, "santo" é o termo favorito do apóstolo Paulo aos cristãos e aparece quarenta vezes em suas epístolas. Ele se dirigiu a todos os crentes de Filipos como santos no verso de abertura desta epístola (cf. Rm 1:7;. 1 Coríntios 14:33;. 2 Coríntios 1:1;.. Ef 1:1; Col. 1:02 ;. Hb 13:24). Paulo ainda se dirigiu aos membros da igreja de Corinto, a mais problemática igreja do Novo Testamento, com pecados terríveis acontecendo em seu meio, como "aqueles que foram santificados em CRISTO JESUS, chamados santos" (1 Cor. 1:2). Um santo não é um super-herói da fé; um santo é alguém que tem a vida eterna em CRISTO (Rm 6:23) e em quem a luz de CRISTO brilha (Fp 2:15).
Nesta parte final de sua carta aos Filipenses, provavelmente escrita com as próprias mãos (cf. 1 Cor 16:21;. Gal 6:11;. Col. 4:18;. 2 Tessalonicenses 3:17), Paulo lembra de sua identificação com os santos. Ele descreve o caráter dos santos, a adoração dos santos, a comunhão dos santos, a alegria dos santos, e o recurso de oração dos santos. 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
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