Lição 6- A peregrinação de Israel no deserto até o Sinai - vídeos

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Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai - 1pte

Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai - 1pte
LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 

TEXTO ÁUREO
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (1 Co 10.11).
 
 
VERDADE PRATICA
Os erros e pecados de Israel servem-nos de alerta para que não venhamos a cometer os mesmos enganos.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 15.4 - A Bíblia toda nos ensina
Terça - Hb 2.1-3 - Vigiemos em todo o tempo
Quarta - Hb 12.1,2 - O crente e a carreira cristã
Quinta - Rm 9.28 - DEUS cumpre fielmente a sua Palavra
Sexta - Cl 2.16,17 - Sombras do Antigo Testamento
Sábado - Hb 13.17 - Obediência em CRISTO
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 19.1-6; Números 11.1-3
Êxodo 19.1 -Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia, vieram ao deserto do Sinai. 2 - Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai e acamparam-se no deserto; Israel, pois, ali acampou-se defronte do monte. 3 - E subiu Moisés a DEUS, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4 - Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim;
5 - agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. 6 - E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Números 11
1 - E aconteceu que, queixando- se o povo, era mal aos ouvidos do SENHOR; porque o SENHOR ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. 2 - Então, o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao SENHOR, e o fogo se apagou. 3 - Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do SENHOR se acendera entre eles.
 
INTERAÇÃO
DEUS libertou Israel da escravidão. Livre, o povo de DEUS iniciou a sua jornada rumo à Terra Prometida. O percurso escolhido pelo Senhor não foi o mais fácil, porém, com certeza foi o melhor para os israelitas naquela ocasião, pois eles não estavam preparados para enfrentar o inimigo. DEUS é fiel e sempre cuidou com zelo do seu povo, todavia, os israelitas a cada dificuldade sempre murmuravam contra o Senhor. Nesta lição, veremos a chegada do povo de DEUS ao deserto de Sur, sua passagem por Mara e Elim até a chegada ao Sinai. O povo precisava ser lapidado e o deserto foi uma escola para os israelitas. Os hebreus tropeçaram muitas vezes até chegarem a Canaã, contudo DEUS nunca os abandonou. O Senhor é fiel!
 
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a peregrinação de Israel pelo deserto.
Saber como foi a chegada e a permanência no monte Sinai.
Conscientizar-se de que a idolatria é pecado.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o mapa da página seguinte. Utilize-o para mostrar aos alunos a trajetória dos israelitas até o Sinai. Explique que DEUS conduziu o povo até o deserto de Sur (Êx 1 5.22). Depois eles partiram em direção a Mara, onde as águas eram amargas. Depois os israelitas se deslocaram em direção a um oásis chamado Elim. Mostre que o povo estava seguindo em direção ao Sinai.
PALAVRA-CHAVE Peregrinação: A jornada longa e exaustiva que os israelitas fizeram até chegarem a Terra Prometida.
 
 
Resumo da Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai
I - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1. Israel chega a Mara (Êx 15.23).
2. Rumo ao Sinai (Êx 16.1).
II - ISRAEL NO MONTE SINAI
1. O monte Sinai (Êx 19.2).
2. A permanência no Sinai.
III - A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS
1. O bezerro de ouro (Êx 32.2-6).
2. Cuidado com a idolatria.
3. A idolatria no coração.
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) Os hebreus foram lapidados mediante as provações que tiveram que enfrentar no deserto.
SINOPSE DO TÓPICO (2) O monte Sinai é um lugar especial para todo o povo de DEUS. Ali, DEUS revelou-se de modo especial a Moisés e a Israel e lhes entregou os Dez Mandamentos.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Os israelitas, liderados por Arão, pecaram deliberadamente contra DEUS ao fundirem o bezerro de ouro.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, Armando Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico
“O povo murmurou contra Moisés - A liderança é cara, porque a culpa pela adversidade recai nos líderes. Essas pessoas sabiam que Moisés era homem de DEUS; por isso, o pecado também era contra DEUS. Grandes experiências com DEUS não curam necessariamente o coração mau e queixoso. A murmuração cessa apenas quando crucificamos o eu e entronizamos CRISTO somente (Ef 4.31,32). A única coisa que Moisés poderia fazer era clamar ao Senhor. Não há dúvida de que teria fornecido água potável em resposta à fé paciente de Israel, se tivessem permanecido firmes. O Senhor às vezes satisfaz nossos caprichos em detrimento da fé. Aqui, as águas se tornaram doces, quando Moisés lançou um lenho nelas, mas a fé de Israel continuou fraca. Desconhecemos método natural que explica este milagre. DEUS usou esta ocasião para ensinar uma lição a Israel, dando-lhes estatutos e uma ordenação. Se as pessoas ouvissem a DEUS e obedecessem inteiramente à sua palavra, elas seriam curadas de todas as enfermidades que DEUS tinha posto sobre o Egito. Assim como DEUS curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhe as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida. DEUS queria tirar o espírito de murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte” (Comentário Bíblico Beacon. vol 1.1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p. 1 75).
 
Maná - Recolhido 3,7 litros por pessoa por dia; amasado; triturado; feito em bolos para se comer. A palavra de DEUS deve ser lida, ouvida, meditada e crida.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Bibliológico
“Maná - A palavra ocorre pela primeira vez em Êxodo 16.31. Em outra passagem no AT, todas as versões inglesas traduzem uniformemente a palavra heb. como ‘maná’, o que é meramente uma transliteração aproximada; mas em Êxodo 16.15 o termo é traduzido como uma pergunta. ‘Que é isto?’ Evidentemente quando os israelitas o viram pela primeira vez no chão, o apelidaram de ‘O que é?’, ou de forma coloquial ‘Como se chama isto?’, o que parece ser o significado literal com referência à qualidade misteriosa do pão divino. O maná era pequeno, redondo e branco (Êx 1 6.1 4,31). Guardado para o dia seguinte ele comumente ‘criava bichos e cheirava mal’ (Êx 16.20). Derretia quando exposto ao sol quente. Deveria ser apanhado diariamente, pela manhã, um ômer por pessoa. No sexto dia o povo deveria juntar o dobro, para prover para o sábado, quando nenhum maná seria dado. Neste caso ele não criava bichos, nem cheirava mal durante o sábado. Um pote de maná foi apanhado e mantido como memorial desta miraculosa provisão do Senhor para os israelitas ao longo dos 40 anos no deserto (Êx 1 6.32-35). Mais tarde, um pote de ouro de maná foi colocado dentro da arca no Tabernáculo (Hb 9.4)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.75).
 
Comentários:
Após a abertura do Mar Vermelho DEUS levou o povo israelita em direção ao Sinai (Horebe), lugar de encontro com DEUS. esse encontro já estava marcado por DEUS:
"E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a DEUS neste monte". (Êxodo 3:12).
partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam águaÊxodo 15:22
Moisés guiou-os pelo Deserto de Sur por três dias até encontrarem água, mas as águas eram margs, impróprias e impotáveis, que não podiam ser bebidas, por isso se chamou o lugar Mara. (Ex 15.22).
O povo murmurou e Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou. (Êxodo 15:25)
É no deserto que DEUS trata conosco para forjar verdadeiros vencedores. Feliz o homem que encontra DEUS em seu deserto. (Observação minha - Ev. Henrique)
 
I Cor 10.1-5 — Paulo inseriu a história da infidelidade de Israel com relação a DEUS após sua exortação aos coríntios a fim de que perseverassem na obra divina. O apóstolo enfatizou as bênçãos das quais os israelitas desfrutaram no deserto: todos eles tiveram a proteção e a direção do Senhor, experimentaram o milagre do livramento do Altíssimo, identificaram-se com seu líder espiritual — Moisés —, comeram o pão do céu e, por fim, beberam a água que DEUS proveu. Paulo ensina que, embora todos os israelitas tivessem recebido essas maravilhosas dádivas de DEUS, a maioria não conseguiu agradar ao Senhor.
I Cor 10.1 — Para os antigos israelitas que estiveram debaixo da nuvem no deserto, a nuvem tinha duas funções:
(1) ela oferecia proteção (Ex 14-19,20), fogo durante a noite em meio ao frio do deserto e sombra durante o dia do sol forte e
(2) guiava o povo pelo deserto (Ex 13.21). Todos passaram pelo mar. Todo israelita que partiu do Egito no Êxodo conheceu o livramento de DEUS no mar Vermelho.
I Cor 10.2 — Todos foram batizados em Moisés. Os atos de DEUS na nuvem e no mar uniram o povo ao seu líder espiritual, Moisés.
I Cor 10.3-5 — Um mesmo manjar espiritual [...] uma mesma bebida espiritual. Todos seguiam o mesmo DEUS e as mesmas leis (Jo 4-13,14; 6.32-35).
I Cor 10.6-10 — E essas coisas foram-nos feitas em figura [Exemplos para nós] . A disciplina que DEUS aplicou aos israelitas desobedientes deveria ser uma advertência aos cristãos de que o Senhor castigará o pecado de Seu povo.
I Cor 10.6 - Os antigos israelitas falharam pela primeira vez quando cobiçaram. Eles não estavam satisfeitos com a provisão de DEUS, mas lembraram-se da provisão que tinham no Egito (Nm 11.4-34).
I Cor 10.7,8 — Os antigos israelitas eram notórios idólatras. Embora o DEUS verdadeiro os tivesse tirado do Egito, eles insistiam em adorar ídolos sem vida. Além disso, os antigos israelitas se envolviam com imoralidade, um pecado que também contaminava os coríntios (1 Co 5.1; 6.18).
Vinte e três mil. O registro em Números menciona 24 mil (Nm 25.6-9). Há várias razões possíveis que explicam a diferença. Alguns sugerem que o número de Paulo reflete o número de pessoas que morreram num dia, enquanto o relato de Números pode ser um registro de todos os que morreram por causa da praga. Outra explicação possível é que o relato de Números inclua a morte dos líderes (Nm 25.4), ao contrário do número de Paulo.
I Cor 10.9 — Tentemos a CRISTO. Ao que parece, essa expressão está relacionada ao fato de os israelitas questionarem o plano e o propósito de DEUS enquanto seguiam para Canaã (Nm 21.4-6).
I Cor 10.10 — Os antigos israelitas murmuraram tanto contra os líderes, que DEUS lhes enviou uma praga, e muitos pereceram (Nm 16.41-49).
I Cor 10.11 — Como figuras [como exemplos]. Paulo enfatizou novamente que as situações as quais aconteceram a Israel não são simplesmente eventos históricos a serem interpretados, mas advertências a serem consideradas com atenção.
Isso é especialmente verdadeiro na visão de Paulo, uma vez que são chegados os fins dos séculos. Os planos do Senhor estavam chegando ao clímax. O DEUS que estava provocando o fim de todas as coisas é o mesmo que trouxe juízo sobre os israelitas ao matá-los — Ele poderia fazer o mesmo novamente (compare com 1 Co 11.30; Rm 11.22).
I Cor 10.12 — Que não caia. Os coríntios, talvez, tivessem a atitude de que, uma vez que foram justificados por DEUS, nada lhes poderia acontecer. A disciplina do Senhor, no entanto, não deve ser considerada de forma leviana. Ninguém pode pecar e permanecer impune (G1 6.7,8).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 426-427.
I Cor 10.2. - O batismo pelo qual todos passaram sob a liderança de Moisés foi a vida colocada em risco no Mar Vermelho (foi preciso exercer a fé) e a tomada de decisão de deixar o egito para tráz e seguir rumo à nova vida,em um novo local, a saber: A terra prometida. essa é uma figura de nosso batismo em águas. Entregamos nossa vida confiadamente a DEUS, Deixamos a vida de pecado para nos entregar auma nova vida com destino à Nova Jerusalém, a Jerusalém celeste. (Observação minha - Ev. Henrique).
I Cor 10.3. Igualmente foram todos sustentados pelo maná (Êx 16:4, 13 ss.), mencionado aqui como manjar espiritual. O adjetivo não significa que Paulo está pondo em dúvida a realidade física do maná. É seu modo de dirigir a atenção para a origem celeste dessa comida (cf. SI 78:24); a VPR traduz, “sobrenatural” .
I Cor 10.4. Foram supridos de comida espiritual e supridos também de bebida espiritual. Paulo refere-se a CRISTO como comida e bebida, sustentando com pão que descia do céu (espiritual e material) e água que brotava da rocha (espiritual e material). (Observação minha - Ev. Henrique).
Uma Advertência Contra A Segurança Carnal. 1.Co. 10. 1-13.
O tempo é inimigo do amor - Com o passar do tempo, enjoaram do pão, chamaram o pão do céu de "pão despresível". Assim vivemos dias em que muitos despresam a Palavra de DEUS, se recusam a ouvir a pregação do evangelho legítimo, sentem coceira nos ouvidos. Só querem ouvir o que lhes agrada. (Observação minha - Ev. Henrique).
KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento. Editora Concordia Publishing House.
A Libertação de Israel (10.1-4). Paulo começa dizendo: Ora, irmãos, não quero que ignoreis. O apóstolo não estava falando por meio de vagas abstrações, nem estava simplesmente fornecendo informações. Ele faz uso de uma estratégia histórica para demonstrar a realidade de que as atuais bênçãos espirituais podem ser canceladas por causa de uma autoconfiança exagerada e presunçosa.
1) Todos foram libertos através de um milagre. A frase: Nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem significa que “eles estavam sob a proteção da presença Divina manifestada pela nuvem”. A nuvem era o meio da sua divina orientação.
2) Todos foram batizados. O batismo é, principalmente, um testemunho público ou uma declaração pessoal de identificação. Passaram sob ambos, Nuvem e Mar, da mesma maneira que a pessoa batizada é imersa sob a água. “Assim como o batismo produz um efeito, isto é, submeter o homem à liderança de CRISTO, da mesma forma a participação nos grandes eventos do Êxodo submeteu os israelitas à liderança de Moisés que representava DEUS”.
3) Todos foram sustentados de forma sobrenatural. O maná, que consistia na dieta básica do povo, era um manjar espiritual porque provinha de meios espirituais (Êx 16.1-36).
A água também era fornecida através de meios sobrenaturais - eles bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era CRISTO. Essa afirmação pode ter sido uma alusão ao ato de golpear a pedra para obter água (Êx 17.6).
A preexistência de CRISTO está claramente sugerida, pois “Paulo entende que CRISTO foi a fonte de todas as bênçãos que os israelitas receberam em sua viagem”. Vine também escreve: “A descrição da rocha como sendo um guia espiritual que os acompanhava é um distinto testemunho da preexistência de CRISTO”. O Senhor foi assim representado como o Ser Divino que acompanhava o povo em sua viagem pelo deserto, e Aquele que forneceu os meios para a sua libertação.
O sentido prático seria óbvio para os coríntios. CRISTO habitou entre o povo de Israel, e realizou milagres únicos e maravilhosos para eles. No entanto, eles sucumbiram por causa da descrença e do pecado.
O Desastre no Deserto (10.5). Apesar da milagrosa provisão para o seu povo, DEUS foi finalmente forçado a castigá-lo. Por se mostrarem rebeldes e complacentes DEUS não se agradou. Grande parte deles errou. Somente Josué e Calebe entraram na terra de Canaã (Nm 14.30-32). Todos os outros deixaram de receber o prêmio, pelo que ficaram prostrados no deserto. O verbo prostrados significa literalmente “esparramados, espalhados ou dispersos”. O deserto estava coberto de cadáveres. Estas pessoas desobedientes haviam morrido por causa do desagrado de DEUS. A imagem pictórica do deserto coberto com cadáveres tinha a finalidade de chocar esses grupos de cristãos presunçosos e auto-satisfeitos de Corinto.
Um desastre semelhante ameaça os desobedientes (10.6-10). A rejeição e a punição de Israel foram oferecidos como “exemplos, como lições objetivas para nós, para nos advertir a não fazermos as mesmas coisas” (11, LL). O exemplo de Israel era uma advertência sobre o que poderia acontecer aos coríntios se eles se tornassem muito confiantes, e fizessem um mau uso da sua liberdade. Para se fazer claro como cristal, Paulo relacionou cinco pecados de Israel que estavam aparentemente ameaçando a igreja de Corinto.
1) Cobiçar coisas más. A palavra cobiçar (6, epithymia) significa “desejar” coisas boas ou más. Geralmente, como acontece aqui, ela está associada a coisas ilícitas ou a um desejo pernicioso. Em seu sentido mais comum, ela expressa “o motivo da alma (.thymos) em relação (epi) a alguma coisa que DEUS não deu, uma aspiração egoísta e descontente”. A cobiça dos israelitas está registrada em Números 11.4, onde o povo expressa um forte desejo pelas coisas que haviam sido deixadas para trás ao saírem do Egito. A cobiça por estas coisas se devia, em parte, à complexa natureza das pessoas que não estavam totalmente comprometidas com a forma de vida ordenada por Moisés. Comentando sobre os resultados de um grupo com motivos mistos, Vine escreveu: “Se o povo de DEUS não trilhasse um caminho de completa separação, ele inevitavelmente se desviaria, levado por associações prejudiciais”. A advertência contra os desejos ilícitos era especialmente relevante para os coríntios. “A história da nação judaica representa um espelho para toda humanidade”. E ela foi de uma forma especial, um espelho para os coríntios.
2) Idolatria. Os israelitas ficaram conhecidos por terem se assentado a comer e a beber (7) na festa idólatra do bezerro de ouro em Horebe. Associando-se aos pagãos em seus festivais, os israelitas tornaram-se verdadeiros idólatras. Os coríntios estavam correndo o risco de fazer o mesmo. Paulo os advertiu contra a corrupção muitas vezes presente nos festivais nos quais “poderiam estar presentes as paixões mais baixas dos homens - e muitas vezes elas realmente estavam - e eram liberadas no próprio ato da adoração”.
3) Prostituição. Em seguida o apóstolo adverte: E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram (8). A libertinagem sexual era uma constante ameaça em Corinto, como foi indicado em 2 Coríntios 12.21, e também era um perigo constante em Israel. O incidente da prostituição em Israel, referido aqui, pode ser encontrado em Números 25. Aqueles que foram destruídos por causa da prostituição são mencionados em 25.9 e chegam a 24.000 pessoas. Paulo menciona que 23.000 foram destruídos. Ao explicar essa diferença, Vine escreve: “O Apóstolo pode estar mencionando aqui o resultado imediato, enquanto o registro feito por Moisés menciona o resultado total”. A lição apresentada por Paulo é que a indulgência sexual entre pessoas que são espiritualmente esclarecidas é pior do que entre os pagãos, e causa maior punição.
4) Tentar a DEUS. A próxima advertência é: Não tentemos a CRISTO (9). O verbo tentar (ekpeirazo) é uma expressão intensa da forma mais comum peirazo, e foi usado para sugerir a ideia de desafiar a DEUS. “Tentar a DEUS é se esforçar para colocá-lo em teste, para ver quanto durará a sua benignidade”. A fonte do descontentamento em Corinto era “evidentemente o descontentamento que eles... [sentiam] por causa da abnegação exigida pela sua chamada cristã”. Eles estavam tentando a DEUS ao levar sua liberdade cristã ao limite em relação às festas dos ídolos.
Em Números 14.22 os israelitas realmente tentaram a DEUS 10 vezes, “desafiando- o ao abusar da Sua paciência através de uma conduta rebelde e do pecado”. Por causa da desobediência o povo foi destruído pelas serpentes. Em nossa dispensação, “as serpentes que destroem os cristãos que estão em uma situação como esta são os tormentos de uma consciência culpada”.
5) Murmurações e descrença. Murmurar (10) significa “queixar-se” ou “criticar”. Tal murmuração tem as suas raízes na incredulidade, e representa a negação da bondade e da misericórdia de DEUS”.82 No AT, a maioria das queixas era dirigida a Moisés e Arão (Nm 14.2,36; 16.11,41). Paulo compara as murmurações dos coríntios ao lamento dos israelitas. Como murmurar é uma clara desconfiança da providência de DEUS, e a negação da sua sabedoria e bondade, ela resulta muitas vezes em uma rápida retribuição. O destruidor neste contexto significa a morte (NT Amp.).
Aplicação à igreja de Corinto (10.11-13). O AT não é simplesmente uma história de acontecimentos seculares. Ele contém a revelação do relacionamento de DEUS com os homens. Dessa forma, sua história é usada para mostrar um padrão de comportamento a ser imitado ou evitado. O exemplo de Israel foi escrito para aviso nosso (11). A palavra aviso significa “colocar na mente” ou “instruir pela palavra”. Em 2 Timóteo 3.16-17 existe a ideia de uma repreensão ou correção. Para quem já são chegados os fins dos séculos significa para aquele que vive na última era do tempo, a dispensação cristã.
A sua aplicação é clara e direta. Aqueles que eram excessivamente confiantes e egoístas entre os coríntios foram advertidos de que, no exato momento em que se sentissem mais seguros, poderiam cair (12). O exemplo de estar de pé e de cair representa um estado de fidelidade e um estado de desobediência. “A queda dos outros deve nos deixar mais cautelosos a nosso próprio respeito”.
Paulo ameniza a severidade das suas palavras ao garantir que a tentação peculiar dos coríntios é humana (13). Nada de novo havia acontecido aos coríntios; todos os homens experimentam tentações. Portanto, se eles pecarem, não terão desculpas. Paulo declara também que DEUS age firmemente e sempre concede forças àqueles que confiam nele, e o seguem. Como Alford escreve: “Ele celebrou uma aliança com você ao lhe chamar: se Ele permitisse que você sofresse uma tentação além do seu poder de vencê-la... Ele estaria transgredindo essa aliança”.84 DEUS conhece muito bem as circunstâncias que cercam cada tentação, e vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar,
O termo escape (ekbasis) era usado como referência a uma passagem na montanha. A imagem é de um exército ou de um grupo de viajantes preso nas montanhas. Eles descobrem uma passagem e o grupo escapa para algum lugar em que possa estar em segurança. A frase para que a possais suportar indica o poder sustentador do ESPÍRITO SANTO, que todos os homens podem receber. A vitória sobre a tentação será possível através de uma humilde confiança. Porém, ter uma autoconfiança presunçosa diante da tentação representa uma avenida aberta para uma derrota certa.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 317-320.
I - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1. Israel chega a Mara (Êx 15.23).
Lições do Milagre de Mara
Diante da murmuração do povo, Moisés clama a DEUS e Ele lhe mostra uma árvore cujo lenho deveria ser jogado nas águas para a sua purificação, o que ocorre imediatamente (Êx 15.25a). As lições desse episódio são, pelo menos, sete:
1. Águas amargas levaram o povo à amargura. Portanto, as águas de Mara simbolizam a murmuração, a amargura e a descrença pelas quais eventualmente seremos tentados em nossa peregrinação nos desertos desta vida.
2. Esse episódio ocorreu havia apenas três dias da grandiosa experiência da abertura do Mar Vermelho. Logo, grandes experiências com DEUS podem ser imediatamente sucedidas por novas provas de fé. 3. O lenho nas águas, purificando-as, simboliza o madeiro, a cruz de JESUS, que nos resgata das águas amargas para águas purificadas.
4. A experiência foi sucedida por uma admoestação e promessa:
“... ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu DEUS, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.25b,26). Ou seja, DEUS nos ensina no deserto a obediência, e é ali também que Ele promete e manifesta a sua bênção sobre a nossa vida, se formos fiéis a Ele em meio às provações.
5. No deserto, o Senhor se revela mais uma vez, e como “O Senhor que te sara”. Aleluia! Nas nossas provações, DEUS quer se revelar de forma nova e poderosa. Ele quer sarar as nossas enfermidades! Ele cura física e espiritualmente.
6. Ao seguirem para Elim, que estava logo adiante, encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto às águas” (Ex 15.27). Isto é, logo à frente, havia sombra e água fresca. A analogia aqui é clara: as águas de Mara se contrapõem às fontes de Elim. Enquanto as águas de Mara simbolizam amargura, descrença e murmuração, as águas de Elim simbolizam a provisão plena de DEUS para o seu povo. A grande lição aqui é que tivesse Israel suportado a amargura das águas de Mara, logo estaria festejando em Elim. A pouca paciência de muitos crentes embota o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre.
7. Elim, como mencionamos de passagem no tópico anterior, fala de provisão plena de DEUS. Se não, vejamos: eram doze fontes para doze tribos, ou seja, uma para cada tribo de Israel.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 59-60.
MARA
1. O novo nome, significando "amargura, tristeza, mágoa", que Noemi escolheu para si ao retornar de Belém, para expressar o amargor de suas experiências em Moabe (Rt 1.20).
2. Uma fonte de águas amargas no oásis do deserto de Sur que os israelitas alcançaram três dias após cruzarem o mar Vermelho (Êx 15.23; Nm 33.8,9). Quando o povo murmurou contra Moisés, ele jogou uma árvore (ou um lenho) nas águas, e estas se tornaram, ainda que temporariamente, miraculosamente doces. Na rota tradicional para o monte Sinai, o oásis de Ain Hawarah, aprox. 75 quilómetros a sudeste de Suez, é comumente identificado com Mara. Sua fonte fornece água salobra devido aos sais do solo das terras vizinhas.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1224.
MARA 1. (ma, amargo). Local onde os israelitas encontraram água, depois de viajarem três dias pelo deserto de Sur, após a travessia do Mar Vermelho. A água encontrada ali era salobra e imprópria para beber, daí o nome Mara, que significa “amargo” (Êx 15.23; Nm 33.8,9). O povo murmurou por causa da condição da água e DEUS mostrou a Moisés um galho de árvore, o qual ele lançou na água, a qual miraculosamente se tomou potável. O manancial comumente é situado no local da atual ‘ Ain Hawarah, a 43 km a sudeste de Suez e a cerca de 11 km do Mar Vermelho.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 4. pag. 98.
No hebraico, «amargo», Esse foi o nome da sexta parada de Israel, durante suas vagueações pela península do Sinai, ap6s o êxodo (ver Exo. 15:23,24; Núm. 33:8). As águas do lugar eram amargosas, o que explica tal locativo, no entanto, miraculosamente, Moisés tomou-as boas para o consumo humano (por orientação divina), após ter lançado nelas uma certa árvore.
Acredita-se que a fonte seja aquela que atualmente se chama 'Ain Hawarah, cerca de setenta e seis quilômetros a suleste de Suez e cerca de onze quilômetros das margens do mar Vermelho. Alguns estudiosos identificam-na com Cades. Foi esse o primeiro acampamento de Israel, depois que atravessaram o mar Vermelho. O povo de Israel caminhou por três dias deserto de Sur adentro, apôs aquela travessia, até chegar a Mara.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos. pag. 117.
Mara: as Águas Amargas
Os versículos finais deste capítulo mostram-nos Israel no deserto. Até aqui parece que tudo lhes havia corrido bem. Terríveis juízos haviam caído sobre o Egito, mas Israel fora perfeitamente excluído; o exército do Egito jazia morto nas praias do mar, mas Israel estava em triunfo. Tudo isto era bastante; mas, enfim, o aspecto das coisas depressa mudou! Os hinos de louvor foram depressa substituídos pelas palavras de descontentamento. "Então, chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas: por isso, chamou-se o seu nome Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de bebera (versículos 23 a 24).
"E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto. E os filos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão (capítulo 16:2-3).
Eis aqui as provações do deserto. "Que havemos de comera" e "que havemos de bebera" As águas de Mara puseram à prova o coração de Israel e mostraram o seu espírito murmurador; mas o Senhor mostrou-lhes que não havia amargura que Ele não pudesse dulcificar com a provisão da Sua graça: "...e o SENHOR mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces: ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou".
Que formosa figura d'Aquele que foi, em graça infinita, lançado às águas da morte, para que essas águas nada mais nos pudessem dar senão doçura, para todo o sempre.
Verdadeiramente, podemos dizer: "Na verdade já passou a amargura da morte", e nada mais nos resta senão as doçuras eternas da ressurreição.
O versículo 26 põe diante de nós o caráter importante desta primeira etapa dos remidos de DEUS no deserto. Encontramo-nos em grande perigo, nesta hora, de cair num espírito mal disposto, impaciente de murmuração. O único remédio contra este mal é conservarmos os olhos postos em JESUS —"olhando para JESUS" (Hb 12:2). Bendito seja o Seu nome, Ele sempre Se mostra à altura das necessidades do Seu povo; e eles, em vez de se queixarem das suas circunstâncias, deviam fazer delas o motivo de se aproximarem mais d'Ele. É assim que o deserto se torna útil para nos ensinar o que DEUS é. É uma escola na qual aprendemos a conhecer a Sua graça constante e os Seus amplos recursos. "E suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos" (At 13:18).
O homem espiritual reconhecerá sempre que vale a pena ter águas amargas para DEUS as dulcificar:".. .também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança" (Rm 5:3 -5).
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 15.23 Chegaram a Mara. Poços e fontes de água salobra são frequentes nas regiões desérticas. Os israelitas, ao encontrarem água imprópria para uso humano, chamaram-na de “amarga”, significado da palavra hebraica Mara. “O extremo amargor do gosto da água das fontes da extremidade sul do deserto de Sur é confirmado por todos os que por ali viajam. Há diversas dessas fontes. Aquela que modernamente se chama de Ain Howqrah é a mais copiosa, e não de águas tão amargas como as outras” (Ellicott, in loc).
Essa foi a sexta parada de Israel, durante suas vagueações pela península do Sinai, depois do êxodo (Êxo. 15.23,24; Núm. 33.8). As águas do lugar eram amargosas, o que explica tal locativo. No entanto, miraculosamente, Moisés tornou-as boas para o consumo humano (por orientação divina), após ter lançado nelas certa árvore. Acredita-se que a fonte seja aquela que atualmente se chama ‘Ain Howqrah, a cerca de setenta e seis quilômetros a sudeste de Suez e a cerca de onze quilômetros das margens do mar Vermelho. Alguns estudiosos identificam-na com Cades. Foi esse o primeiro acampamento de Israel, depois que atravessaram o mar Vermelho (ou melhor, o mar de Juncos). O povo de Israel caminhou por três dias, deserto de Sur adentro, apôs aquela travessia, até chegar a Mara. Alguns estudiosos não creem ser possível uma identificação exata dessa localidade.
Tipologia. “Essas águas amargas ficavam bem no caminho por onde o Senhor estava conduzindo Israel, e representam as provações que o povo de DEUS precisa enfrentar, provações essas que são didáticas, e não punitivas. A árvore simboliza a cruz (Gál. 3.13), que se tornou doce para CRISTO, como expressão da vontade do Pai (João 18.11). Quando aceitamos nossas maras com a atitude Dele, lançamos a árvore em nossas águas (Rom. 5.3,4)” (Scofield Reference Bible, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 370.
Êx 15.23. Mara. Ao contrário de muitas etimologias no Velho Testamento, esta não se trata de mero trocadilho baseado em semelhança fonética, pois “marah” poderia realmente significar“amarga” ou “amargura” , caso se trate de uma raiz semítica. A palavra “mirra” parece derivar da mesma raiz, com referência ao seu forte aroma. Muitos oásis do deserto recebem seus nomes por causa de poços, fontes e pequenas lagoas, já que a água em sua característica essencial é comum. A fonte em questão aqui é provavelmente a atual ‘Ain Hawarah. Chamou-se lhe. A vaga terceira pessoa do singular (literalmente, ele chamou o seu nome) não se refere, necessariamente, a Moisés, podendo ser encarada (como o fez a SBB) como uma construção impessoal, de acordo com a expressão idiomática tipicamente semita. Isto significa que o nome poderia ter existido muito antes da passagem de Israel por ali. A maioria dos poços artesianos produz água amarga e de gosto desagradável devido à presença de sais minerais.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 124.
Os israelitas andaram três dias no deserto (a leste do mar Vermelho) e não acharam água (22). A fé do povo precisava de mais provas. Uma grande vitória como a travessia do mar Vermelho proporcionou uma visão maravilhosa da onipotência de DEUS; mas não treinou a fé para os problemas cotidianos. A necessidade diária de comida e bebida prova a fé do povo mais que os obstáculos maiores. Mas DEUS estava treinando seu povo em todos os aspectos da vida, por isso os levou às águas amargas de Mara (23; ver Mapa 3). Imagine a comovente decepção de pessoas sedentas encontrando água e verificando que era impotável. Viajantes nesta região do deserto de Sur (ou de Etã, Nm 33.8) confirmam que as fontes são extremamente amargas, que o lugar é “destituído de árvores, água e, exceto no começo de primavera, pastagens”
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 174-175.
As Murmurações do Povo
"E PARTIDOS de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito". Vemos aqui Israel numa posição notável e muito interessante. É ainda o deserto, sem dúvida, mas é um lugar de paragem muito importante e significativo, a saber, "entre Elim e Sinai". Aquele era o lugar onde haviam recentemente provado as águas refrescantes do ministério divino; este era o lugar onde eles deixaram o terreno da graça soberana e se colocaram debaixo do concerto das obras. Estes fatos tornam "o deserto de Sinai" uma parte particularmente interessante da jornada de Israel. O Seu aspecto e influência são acentuados grandemente como qualquer outro ponto em toda a sua história. Vemo-los aqui como os objetos da mesma graça que os havia tirado da terra do Egito, e, portanto, todas as suas murmurações são imediatamente atendidas por suprimento divino. Quando DEUS opera na manifestação da Sua graça não há impedimento. As bênçãos que Ele derrama correm sem interrupção. E só quando o homem se coloca debaixo da lei que perde tudo; porque então DEUS tem de permitir que ele se certifique de quanto pode exigir com base nas suas próprias obras.
Quando DEUS visitou e redimiu o Seu povo e os tirou da terra do Egito, não foi, certamente, com o propósito de os deixar morrer de fome e de sede no deserto. Eles deviam saber isto. Deviam ter confiado n'Ele e andado na confiança daquele amor que os havia libertado gloriosamente dos horrores da escravidão do Egito. Deviam ter recordado que era infinitamente melhor estar com DEUS no deserto do que nos fornos de tijolo com Faraó. Mas não; o coração humano acha uma coisa muito difícil dar crédito a DEUS pelo seu amor puro e perfeito: tem muito mais confiança em Satanás do que em DEUS. Vede, por um momento, toda a dor e sofrimento, a miséria e degradação que o homem tem sofrido por causa de ter dado ouvidos à voz de Satanás, e contudo nunca tem uma palavra de queixa quanto ao seu serviço ou desejo de se libertar das suas mãos. Não está descontente com Satanás nem cansado de o servir. Colhe repetidas vezes os frutos amargos nesses campos que Satanás tem aberto de si; e, todavia, pode ser visto repetidas vezes a semear a mesmíssima semente e a passar pelos mesmos trabalhos. Mas como é diferente quando se trata de DEUS! Quando nos dispomos a andar nos Seus caminhos, estamos prontos, à primeira aparência de dificuldades ou provações, a murmurar e a rebelarmo-nos. Na verdade, não há nada em que tanto falhamos como no desenvolvimento de um espírito confiante e agradecido. Esquecemos facilmente dez mil bênçãos na presença de uma simples privação. Os nossos pecados foram todos perdoados, "fomos aceites no amado"(Ef 1:6) efeitos herdeiros e co-herdeiros com CRISTO—esperamos a glória eterna; e além de tudo mais, o nosso caminho através do deserto está coberto de misericórdias inumeráveis; e todavia deixai que uma nuvem, apenas como palma da mão de um homem, apareça no horizonte, e as ricas misericórdias do passado são por nós prontamente esquecidas avista desta pequena nuvem, que, afinal, pode muito vem desfazer-se em bênçãos sobre a nossa cabeça. Este pensamento deveria humilhar-nos profundamente diante de DEUS. Como somos diferentes nisto, e em tudo mais, do nosso bendito Modelo! Vede-O—o verdadeiro Israel no deserto—rodeado de feras e jejuando durante quarenta dias. Como Se conduziu Ele? Murmurou1?- Queixou-Se da Sua sorte?- Desejou achar-Se noutras circunstâncias1? Ah! não.
DEUS era a porção do Seu cálice e a parte da Sua herança (SI 16). E, portanto, quando o vida, Ele recusou-os e manteve firmemente a posição de absoluta dependência de DEUS e implícita obediência à Sua palavra. Só aceitaria do mesmo modo o pão e a glória das mãos de DEUS.
Como foi tão diferente com Israel segundo a carne! Tão depressa sentiu o sofrimento da fome "Murmurou contra Moisés e contra Arão, no deserto" (versículo 2). Parece que haviam perdido a compreensão de haverem sido libertados pela mão do Senhor, porque disseram:"... porque nos tendes tirado para este desertou" E também no capítulo 17:3, lemos: "...o povo murmurou contra Moisés, e disse: porque nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado?" Assim, eles manifestaram em todas as ocasiões um espírito irritado e de queixume, e mostraram quão pouco realizavam a presença do seu Poderoso e infinitamente gracioso Libertador.
Ora, não há nada que tanto desonre a DEUS como um espírito murmurador por parte daqueles dos que Lhe pertencem. O apóstolo apresenta como característico especial da corrupção dos gentios que, "...tendo conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças" (Rm 1:21). E então segue-se o resultado prático deste espírito ingrato, "antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu". Aquele que deixa de reter um sentido grato da bondade de DEUS tornar-se-á rapidamente "entenebrecido". Assim Israel perdeu o sentido de estar nas mãos de DEUS; e isto levou-os, como podia esperar-se, a trevas mais espessas, visto que os encontramos, mais tarde na sua história, dizendo: "Porque nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos a espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa"?" (Nm 14:3). Tal é a atitude que a alma que não está em comunhão toma. Começa por perder a noção de estar nas mãos de DEUS para seu bem, e, termina por se julgar nas Suas mãos para seu mal. Que triste progresso!
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 16.7,8 Pela manhã. A glória do Senhor haveria de manifestar-se mediante a provi são de maná. À tarde, aquela mesma glória haveria de evidenciar-se por meio da provisão das codornizes, tal como os israelitas dispunham da coluna de nuvem durante o dia, a fim de guiá-los, e da coluna de fogo, durante a noite, com o mesmo propósito, provendo-lhes calor e iluminação.
As vossas murmurações. Os milagres da manhã e da tarde mostrariam o que as murmurações de Israel significavam: uma ofensa contra Yahweh, uma demonstração de incredulidade quanto ao Seu poder e quanto às Suas promessas. Em segundo lugar, eram ofendidos Moisés e Arão. Ver as notas sobre essas murmurações em Êxo. 14.10. Essas murmurações tornaram-se um tema secundário dos livros de Êxodo e Números, porquanto demonstravam que a fé dos israelitas estava debilitando-se. Todas as necessidades dos filhos de Israel eram supridas de maneira “bondosa, abundante, maravilhosa... da parte de um DEUS gracioso e misericordioso” (John Gill, b loc).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 373.
Êx 16.7. Israel haveria de ver a glória de YH W H em Seus atos salvadores. Em outros lugares a glória de DEUS aparece fisicamente manifesta sobre a tenda da congregação, ou na nuvem (16:10).
Êx 16.8. Carne para comer... pão que vos farte. Duas provisões distintas são mencionadas juntas aqui: pão (maná) e carne (codornizes), embora pouca ênfase seja dada às aves nesta passagem. Ver Números 11:31 onde há o relato de nova provisão de codornizes que parece ter acontecido depois da entrega da lei no Sinai (não antes, como aqui), e que foi seguida por uma praga.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 126.

Lição 6- A peregrinação de Israel no deserto até o Sinai - 2pte

Lição 6-  A peregrinação de Israel no deserto até o Sinai - 2pte

2. Rumo ao Sinai (Êx 16.1).
Mais Provisão no Deserto
Após Elim, o povo seguiu ainda mais ao sul, pelo Deserto de Sim (Ex 16.1), situado aos pés do planalto do Sinai. Ou seja, esse deserto ficava entre Elim e o Sinai, e foi onde os israelitas vivenciaram pela primeira vez o milagre do maná e onde se maravilharam com o milagre das codornizes (Êx 16.1-21).
Como destacam as notas da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o Deserto de Sim era um ambiente vasto e hostil, no qual só havia areia e pedra. Esse espaço estéril proveu o lugar perfeito para DEUS testar e formar o caráter do seu povo”, que era muito instável, inclinado ao erro, com mentalidade ainda do tempo de escravos do Egito e, não poucas vezes, se mostrando obstinados em seus erros.
Em Deuteronômio 9.4,5, DEUS diz ao povo:
Quando, pois, o Senhor, teu DEUS, os lançar fora [os cananeus], de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que o Senhor as lança fora, de diante de ti. Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas, pela impiedade destas nações [os cananeus], o Senhor, teu DEUS, as lança fora, de diante de ti; e pra confirmar a palavra que o Senhor, teu DEUS, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
Ou seja, não é porque os israelitas eram justos que iriam entrar na terra de Canaã, mas porque os moradores dessa terra eram muito ímpios, e DEUS queria usar Israel para julgá-los. E era também porque Ele prometera aquela terra a Abraão, a Isaque e a Jacó visando ao seu plano salvífico para a humanidade por meio de CRISTO.
Enfim, o povo de Israel não era fácil, mas DEUS amava os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, e queria tratá-los, burilá-los, prová-los, aperfeiçoá-los por meio das provações no deserto para que pudessem ter forjado o caráter que DEUS desejava para ele como seu povo. Esse processo, por causa da dureza do coração do povo, acabou durando muito tempo: quarenta anos.
Foi DEUS quem os guiou ao deserto. Lembremo-nos de que o povo se dirigiu por esse caminho porque DEUS, desde a saída do povo do Egito, expressamente determinou que não seguissem “o caminho dos filisteus”, que ficava ao norte (Ex 13.17).
Isso significa que mesmo quando seguimos o caminho que DEUS estabelece para a nossa vida, enfrentamos provações, mas para o nosso próprio bem, porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28); mas, por outro lado, também significa que DEUS estará conosco em todos os momentos difíceis, protegendo-nos e enviando-nos o maná diário, isto é, suprindo cotidianamente as nossas necessidades. Diz o texto bíblico que “comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã” (Êx 16.35).
Ou seja, enquanto houver deserto, não vai faltar maná! O maná só pára quando adentrarmos a Terra Prometida.
O maná era como pequenos flocos que amanheciam todas as manhãs caídos ao chão do arraial dos hebreus. Ele era “branco”, “como semente de coentro” e “o seu sabor era como bolos de mel” (Ex 16.31).
Chovia “pão dos céus” todos os dias para alimentar o povo (Ex 16.4). O maná representava CRISTO, que é o “pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51). Um detalhe interessante é que não adiantava fazer estoque de maná, porque, no dia seguinte, o maná estocado apodrecia (Ex 16.19,20). Era preciso todo dia sair ao arraial para pegar maná fresco. Isso nos fala da necessidade que temos de todos os dias nos abastecermos na presença de DEUS. Não basta buscar a DEUS um único dia para valer por uma semana. E preciso buscar a DEUS todos os dias da semana para podermos enfrentar as tentações e adversidades diárias que nos sobrevenham durante toda a semana.
Ainda mais ao sul, já em Refidim, os israelitas vivenciaram o milagre da água que saiu da rocha e batalharam contra os amalequitas (Ex 17.1-
16). Foi após essa batalha que o sogro de Moisés, Jetro, trouxe finalmente a sua filha, esposa de Moisés, com seus dois netos para o genro, e congratulou-se com ele pelo que o Senhor tinha feito, tirando o povo de Israel do Egito (Êx 18.1-12). Além disso, Jetro, sob a inspiração divina, deu conselhos importantes a Moisés (Êx 18.13-27).
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 60-62.
Elim: Doze Fontes e Setenta Palmeiras
Todavia, o deserto tem os seus Elins bem como os seus Maras; as suas fontes e palmeiras, bem como as suas águas amargas. "Então, vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas (versículo 27).
O Senhor graciosa e ternamente prepara verdes lugares no deserto para o Seu povo; e embora sejam, quanto muito, oásis, refrescam, todavia, o espírito e animam o coração. A permanência temporária em Elim era evidentemente calculada para tranquilizar os corações do povo e fazer cessar as suas murmurações. A sombra agradável das suas palmeiras e as águas refrescantes das suas fontes vieram muito a propósito, depois da provação de Mara, e realçam à nossa vista as virtudes preciosas daquele ministério espiritual que DEUS provê para o Seu povo no mundo. Os números "doze" e "setenta" estão intimamente ligados com o ministério.
Mas Elim não era Canaã As fontes e as palmeiras eram apenas um antegozo desse país ditoso que estava situado para lá dos limites do deserto estéril, no qual os remidos acabavam de entrar. Davam refrigério, sem dúvida, mas era refrigério do deserto: era apenas momentâneo, destinado em graça, a animar os espíritos deprimidos e a dar-lhes vigor para a sua marcha para Canaã. Assim é, como sabemos, com o ministério na Igreja; é um suprimento gracioso para as nossas necessidades, destinado a refrescar, fortalecer e encorajar os nossos corações "até que todos cheguemos à medida da estatura completa de CRISTO" (Ef 4:13).
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 16.1 Partiram de Elim. Ver sobre esse lugar em Êxo. 15.27.
A congregação dos filhos de Israel. Ver sobre essa expressão em Êxo. 12.3,6,19,47; 16.1,2,9,10,22; 17.1; 27.21; 28.43; 29.4,10,11,30,32,42,44 etc. A nação inteira, por meio de suas tribos, organizadas como se fossem uma congregação, está em vista. Era uma comunidade religiosa que se preparava para tornar-se uma nação teocrática.
Deserto de Sim. Ver no Dicionário o verbete sobre essa localidade. Dezenove desertos diferentes são mencionados no Antigo Testamento; e esse é um deles. Os estudiosos não concordam quanto à sua localização exata.
Aos quinze dias do segundo mês. O ano religioso começava no mês de abibe (mais tarde chamado nisã). Ver Êxo. 13.4; 23.15; 34.18. O segundo mês era chamado ijar, correspondente aos nossos meses de abril-maio, e falava sobre a beleza das flores da primavera. Israel saiu do Egito no décimo quinto dia do mês de nisã (abibe) e agora já era o décimo quinto dia do mês de ijar. Portanto, um mês tinha-se passado, desde que Israel saíra do Egito.
Êx 16.2 Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou. Parece que Isso acontecia periodicamente, a ponto de tornar-se um dos temas secundários dos livros de Êxodo e Números. Ver as notas a respeito em Êxo. 14.11. Dou ali uma lista de referências à questão.
O Targum de Jonathan informa-nos que a massa que Israel tinha trazido do Egito agora se acabara, causando falta de suprimentos de boca. “É comum que, quando as coisas não andem tão bem quanto se deseja, as pessoas, na igreja ou no estado, murmurem contra seus governantes, eclesiásticos ou civis, lançando contra eles toda a culpa” (John Gill, in loc.).
Até este ponto, já vimos três casos de murmuração: 1. O de Pi-Hairote, quando o terrível exército egípcio ameaçava a existência do povo de Israel (Êxo. 14.11,12). 2. O de Mara, quando terminou o suprimento de água e as águas do lugar eram amargosas (Êxo. 15.24). 3. O do deserto de Sim, o texto presente, quando terminou o suprimento de alimentos. “Aqueles pobres hebreus eram tanto escravos quanto pecadores, e eram capazes dos atos mais maldosos e desgraçados” (Adam Clarke, in loc.). Êx 16.3 Morrido pela mão do Senhor. Devemos pensar aqui em morte natural, por motivo de idade avançada. Mas é possível que eles estivessem aludindo às pragas que devastaram o Egito, causando imensas perdas de vidas humanas. Neste caso, a queixa era deveras amarga. Eles preferiam ter morrido sob o castigo de Yahweh do que morrer de fome no deserto. A queixa era particularmente estúpida porque, havendo todos aqueles animais entre eles, eles poderiam tê-los sacrificado para servirem de alimento. Não havia perigo de morrerem de inanição, apesar do fato de que não havia mais farinha de trigo.
Panelas de carne. Embora escravos, no Egito tinham tido muita comida para consumir, para nada dizermos sobre os acepipes que eles poderiam preparar por si mesmos. “Os murmuradores vagabundos preferiam o alimento condimentado das panelas de carne do Egito à liberdade precária no deserto” (Oxford Annotated Bible, in loc.).
O trecho de Números 11.5 dá-nos alguma ideia da variedade de alimentos de que Israel tinha desfrutado no Egito, muita verdura e boa variedade de carnes, além de muitas frutas.
“A falta de pão fez o povo de Israel esquecer-se de sua terrível sorte no Egito, fazendo-os pensar apenas na comida que tinham, e assim porem em dúvida os motivos verdadeiros de seu líder" (John D. Hannah, in loc).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 372.
Êx 16.1. Aos quinze dias do segundo mês indica um intervalo de um mês desde sua partida do Egito, se a partida se deu no décimo quinto dia do primeiro mês (12:6,31).
O deserto de Sim. Pode haver uma ligação linguística entre Sim e Sinai, o monte sagrado. O contexto, todavia, deixa claro que não se trata do mesmo lugar. O deserto de Zim (a primeira consoante hebraica é diferente) não deve ser confundido, pois fica cerca de trezentos quilômetros ao norte.
Êx 16.3. Na terra do Egito. Já se haviam esquecido da escravidão do Egito, e agora idealizavam o pouco que de bom havia, como é tão comum acontecer. Escravos não costumam comer muita carne, mas aqui as panelas de carne são proeminentes em suas lembranças. Mais tarde irão recordar os alhos picantes e os doces melões do delta do Nilo (Nm 11:5). A presente reclamação parece ser dupla: não há comida suficiente e, em particular, não há carne. Como qualquer sociedade pastoril, os israelitas detestavam sacrificar seus próprios animais (cf Nm 11:22), que era a única alternativa a uma dieta de leite e queijo em sua jornada pelo deserto. Note como imediatamente o povo atribui a Moisés os motivos mais sórdidos: em sua opinião, ele os colocara deliberadamente naquela situação.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 125-126.
Outra murmuração de Israel (16.1-3). Israel deveria ter aceitado os “estatutos” de DEUS e crido em sua “ordenação” (15.25). O fato de não terem agido assim resultou em mais reclamações. Tinham deixado para trás um deserto (Sur) e entrado em outro (Sim) a caminho do monte Sinai e já fazia um mês que viajavam (1). Pelo visto, o suprimento de comida estava diminuindo e não havia evidência externa de novas provisões. DEUS permitiu que o problema surgisse como prova para a fé de Israel. Mas o povo murmurou contra Moisés e contra Arão (2), desejando ter morrido no Egito com os estômagos cheios em vez de morrer de fome no deserto (3). Parece que comiam bem no Egito, e agora as coisas estavam piores. Claro que o alimento é necessário para a vida física, mas DEUS não esquecera do povo. Ele teria suprido as necessidades de maneira mais satisfatória se Israel tivesse permanecido pacientemente firme na fé.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 175.
Êx 19.1 Foram necessários três meses para que Israel chegasse ao Sinai, depois de haver escapado da servidão no Egito. Na ocasião, um grande acontecimento esperava por eles, o pacto sinaltico. Ver no Dicionário o artigo com esse título. Comentei exaustivamente sobre essas questões na introdução a este capítulo.
No terceiro mês. Ou seja, no terceiro mês do calendário religioso, que tinha início na páscoa, no mês de abibe (nisã). Ver Êxo. 13.4. Entre os israelitas também havia um calendário civil. O terceiro mês do calendário religioso chamava-se sivã, correspondente ao nosso mês de maio.
O Targum de Jonathan diz que a chegada de Israel ao Sinai ocorreu quarenta e cinco dias depois da partida do Egito, presumivelmente cinco dias antes da lei ter sido dada, ou seja, no sexto dia do mês de sivã. No primeiro dia desse mês, eles chegaram ao Sinai, e ali acamparam-se. No dia seguinte, Moisés subiu ao monte em sua entrevista com Yahweh ou com Sua teofania. No terceiro dia, ele reuniu os anciãos do povo (vs. 7), e lhes declarou as palavras de DEUS. Três dias mais tarde, que foi o sexto dia do mês de sivã, foi dada a lei aos anciãos do povo, e, deles, para todos os israelitas. A exatidão desses cálculos, porém, dificilmente pode ser averiguada.
Êx19.2 O autor sacro oferece aqui uma pequena digressão a fim de lembrar-nos os movimentos de Israel após a partida de Refidim (Êxo. 17.1) para o Sinai. O Sinai foi um dos pontos de parada, onde Israel deveria permanecer por onze meses e seis dias.
A identidade do monte aparece como lugar bem conhecido, ou, pelo menos, identificado com alguma precisão, quando Moisés escreveu o relato. Mas para nós a localização exata está perdida para sempre. Foi ali, ou bem perto dali (em Horebe), que Moisés recebeu seu sinal e comissão originais (Êxo. 3.12). Fica entendido que Yahweh se manifestava ali de maneira especial, tal como os gregos pensavam que o Olimpo era a residência de deuses. Assim, Moisés subiu ao monte cheio de expectativa, em busca de uma entrevista com o Senhor. O autor liga a cena da sarça ardente (cap. 3) com a cena deste capítulo. Chegara o momento de outra grande revelação.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 383.
1. No terceiro mês. “Na terceira lua nova” é uma tradução possível e preferível à vaga expressão “no terceiro mês” (SBB), em vista da expressão “naquele dia” (“ no primeiro dia” — SBB), logo a seguir. Ver Hyatt em relação a uma possível conexão entre a doação da lei e a festa de Pentecostes.
2. Vieram ao deserto de Sinai. A palavra convencionalmente traduzida “deserto” não tem a conotação de uma região arenosa e árida; a palavra mais apropriada em português seria “sertão” , região de pastagens ainda não ocupada pelo homem. Este versículo deixa claro que a estepe do Sinai ficava diretamente defronte ao monte e a pouca distância de Refidim, com a “estepe de Sim” já bem distante (17:1).
CRISTO: O Pão Vivo que Desceu do Céu
Este é o nosso alimento nesta peregrinação—CRISTO apresentado pelo ministério do ESPÍRITO SANTO através das Escrituras; enquanto que, para nosso refrigério espiritual, o ESPÍRITO SANTO veio, como o fruto precioso da Rocha ferida — CRISTO, que foi ferido por nós. Tal é a nossa parte neste mundo.
Ora, é evidente que, a fim de podermos desfrutar uma parte como esta, os nossos corações devem estar separados de tudo neste presente século mau— de tudo aquilo que poderia despertar a nossa cobiça como aqueles que vivem na carne. Um coração mundano e carnal não encontra CRISTO nas Escrituras nem poderá apreciá-Lo, se o encontrar. O maná era tão puro e mimoso que não podia suportar contato com a terra. Por isso, descia sobre o orvalho (veja-se Nm 1:9) e tinha de ser recolhido antes de o sol se elevar. Cada um, portanto, devia levantar-se cedo e recolher a sua parte. O mesmo acontece com o povo de DEUS agora: o maná celestial tem de ser colhido todas as manhãs. O maná de ontem não serve para hoje nem o de hoje para amanhã. Devemo-nos alimentar de CRISTO cada dia que passa, com novas energias do ESPÍRITO, de contrário deixaremos de crescer. Ademais, devemos fazer de CRISTO o nosso primeiro objetivo. Devemos buscá-lo "cedo", antes de "outras coisas" terem tempo de se apoderar dos nossos pobres corações. E nisto que muitos de nós, enfim, falhamos! Damos um segundo lugar a CRISTO, e como consequência ficamos fracos e estéreis. O inimigo, sempre vigilante, aproveita-se da nossa indolência espiritual para nos roubar a bem-aventurança e as forças que recebemos nutrindo-nos de CRISTO. A nova vida no crente só pode ser alimentada e mantida por CRISTO. "Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim" (Jo 6:57).
A graça do Senhor JESUS CRISTO, como Aquele que desceu do céu, para ser o alimento do Seu povo, é inefavelmente preciosa para a alma renovada; porém, a fim de poder apreciá-Lo desta forma, devemos compreender que estamos no deserto, separados para DEUS, no poder de uma redenção efetuada. Se ando com DEUS através do deserto, estarei satisfeito com o alimento que Ele me dá, e este é CRISTO, como Aquele que desceu do céu. "O trigo da terra" de Canaã, "do ano antecedente" (Js 5:11) tem o seu antítipo em CRISTO elevado às alturas e assentado na glória. Como tal, Ele é o próprio alimento daqueles que, pela fé, sabem que estão ressuscitados e assentados juntamente com Ele nos lugares celestiais. Porém, o maná, isto é, CRISTO como Aquele que desce do céu, é o sustento para o povo de DEUS, na sua vida e experiências do deserto. Como um povo estrangeiro no mundo, necessitamos de um CRISTO que também aqui viveu como estrangeiro; como povo assentado nos lugares celestiais, temos um CRISTO que também ali está assentado. Isto poderá explicar a diferença que existe entre o maná e o trigo da terra do ano antecedente. Não se trata da redenção, pois que esta já a temos no sangue da cruz, e ali somente; mas simplesmente da provisão que DEUS fez para o Seu povo em face das variadas condições em que este se encontra, quer seja lutando no deserto ou tomando posse em espírito da herança celestial.
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
A Rocha Ferida
"E clamou Moisés ao SENHOR, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejarão. Então, disse o SENHOR a Moisés: Passa diante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas, e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel" (versículos 4 a 6). Assim tudo é suprido pela graça mais perfeita. Cada murmuração ocasiona uma nova manifestação da graça. Aqui vemos como as águas refrescantes jorraram da rocha ferida—uma ilustração formosa do ESPÍRITO dado como fruto do sacrifício efetuado por CRISTO. No capítulo 16 temos uma figura de CRISTO descendo do céu para dar vida ao mundo. O capítulo 17 mostra-nos uma figura do ESPÍRITO SANTO "derramado" em virtude da obra consumada de CRISTO. "Porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era CRISTO" (1 Co 10:4). Mas quem poderia beber antes da pedra ser ferida? Israel poderia ter contemplado essa rocha e morrer de sede ao mesmo tempo que a contemplava, porque antes que fosse ferida pela vara de DEUS não podia dar refrigério. Isto é bem claro. O Senhor JESUS CRISTO era o centro e base de todos os desígnios de amor e misericórdia de DEUS. Por Seu intermédio deveria correr toda a bênção para o homem. As correntes da graça deviam emanar do "Cordeiro de DEUS"; porém era necessário que o Cordeiro fosse morto—que a obra da cruz fosse um fato consumado, antes que muitas destas coisas fossem realizadas. Foi quando a Rocha dos séculos foi ferida pela mão de Jeová, que as comportas do amor eterno foram abertas de par em par e os pecadores perdidos convidados pelo ESPÍRITO SANTO a beber abundantemente e livremente: "...O dom do ESPÍRITO SANTO" é o resultado da obra consumada pelo Filho de DEUS sobre a cruz. "A promessa do Pai..." (Lc 24:49) não podia ser cumprida antes que CRISTO se assentasse à destra da Majestade nos céus, depois de ha ver cumprido toda a justiça, respondido a todas as exigências da santidade, engrandecido a lei tornando-a justa, suportado a ira de DEUS contra o pecado, destruído o poder da morte, e tirado à sepultura a sua vitória. Havendo feito todas estas coisas, subiu ao alto, "levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. Ora isto—ele subiu—que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terral Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas" (Ef 4:8-10).
Este é o verdadeiro fundamento da paz e da bem-aventurança e glória da Igreja, para todo o sempre.
A Água da Rocha
Antes de a rocha ser ferida a corrente de bênção estava retida e o homem nada podia fazer. Que poder humano poderia fazer brotar água da pederneira? E do mesmo modo, podemos perguntar, que justiça humana poderia conseguir autorização para abrir as comportas do amor divino1?- Este é o verdadeiro modo de pôr à prova a competência do homem.
Não podia, por seus feitos, suas palavras ou sentimentos, prover um fundamento para a missão do ESPÍRITO SANTO.
Seja o que for ou faça o que puder, ele não pode fazer isto. Mas, graças a DEUS, tudo está consumado; CRISTO terminou a obra; a verdadeira Rocha foi ferida, e as águas refrescantes brotaram, de forma que as almas sedentas podem beber. "A água que eu lhe der", diz CRISTO, "se fará nele uma fonte de água que salte para ávida eterna" (Jo 4:14). E mais adiante, lemos: "E, no último dia, o grande dia da festa, JESUS pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do ESPÍRITO, que haviam de receber os que nele cressem; porque o ESPÍRITO SANTO ainda não fora dado, por ainda JESUS não ter sido glorificado" Qo 7:37 - 39).
Assim como temos no maná uma figura de CRISTO, de igual modo temos uma figura do ESPÍRITO SANTO na água brotando da rocha." Se tu conheceras o dom de DEUS (CRISTO)... tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" — quer dizer, o ESPÍRITO. Tal é, portanto, o ensino ministrado à mente espiritual com a rocha ferida; todavia, o nome do lugar no qual esta figura foi apresentada é um memorial perpétuo da incredulidade do homem. "E chamou o nome daquele lugar Massa" (que quer dizer tentação) "e Meribá" (que quer dizer murmurar) "por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?" (versículo 7). Levantar uma tal interrogação, depois de tantas e repetidas garantias evidentes da presença de Jeová, prova a incredulidade profundamente arraigada no coração humano. Era, de fato, tentar o Senhor.
Foi assim também que os judeus, tendo a presença de CRISTO com eles, pediram um sinal do céu, tentando-o.
fé nunca atua assim; crê na presença divina e goza dela, não por meio de um sinal, mas pelo conhecimento que tem do próprio DEUS. Conhece que DEUS está presente para gozar d'Ele. Que o Senhor nos conceda um espírito de verdadeira confiança n'Ele!
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
II - ISRAEL NO MONTE SINAI
1. O monte Sinai (Êx 19.2).
Finalmente, após três meses da saída do povo do Egito, o acampamento israelita se moveu mais uma vez, chegando ao pé do monte Sinai (Êx 19.1,2), onde o povo ficaria por cerca de um ano.
O Sinai é um lugar especial, porque foi ali que DEUS se revelou a Moisés tremendamente, dando os Dez Mandamentos e todas as leis que haveriam de guiar o povo de Israel dali para frente.
A distância do Sinai para a terra de Canaã era aproximadamente de 500 quilômetros e poderia ter sido percorrida por um período curto de tempo, porém acabou durando 38 anos, justamente porque o povo se portou de forma rebelde, fazendo com que DEUS os tratasse com mão firme no deserto. A Bíblia diz que DEUS esperou que toda aquela geração rebelde passasse para, só então, Israel pudesse entrar na terra de Canaã (Dt 2.14).
E por falar em rebeldia, o episódio mais marcante e emblemático da transgressão israelita em sua peregrinação no deserto, e que seria lembrado no Novo Testamento (1 Co 10.7) como um dos maiores exemplos de apostasia da história, é o que envolve a criação do bezerro de ouro. E é sobre ele que falaremos a seguir.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 62-63.
A permanência no Sinai.
O Pecado de Israel.
Êx 32.1. Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós. Na raiz do pecado de Israel jaz a impaciência: eles já não podem mais esperar. Aonde foi Moisés? Eles precisam de deuses visíveis. O plural deuses é exigido pela pessoa do verbo: caso contrário “deuses” poderia ser legitimamente traduzido “DEUS” , encarando o plural como um “plural de majestade” . Qualquer que tenha sido o pensamento de Arão, os israelitas não estavam pensando em YHWH de maneira alguma. Não lhes ocorriam os níveis elevados de adoração sem imagens, nem sequer de monoteísmo. Tal como mais tarde Israel viria a desejar um rei humano em lugar do invisível rei divino (1 Sm 8:4-8), assim desejavam aqui um deus que tivesse rosto, como todo mundo. Seu último desejo era ser diferente em seu novo relacionamento com DEUS: no entanto, esse era o propósito de DEUS (19:5,6).
Este Moisés, o homem que nos tirou do Egito. A frase é deliberadamente empregada para mostrar a aspereza deste povo escravo. Eles ainda não consideravam sua libertação algo realizado por DEUS: era simplesmente algo que Moisés havia conseguido.
Êx 32.2. As argolas de ouro. Presumivelmente estas argolas faziam parte do despojo exigido dos egípcios (12:36). A História registra que, ao contrário de seus primos midianitas, os homens israelitas, no futuro, não usariam ornamentos de ouro (Jz 8:24). Gênesis 35:4, todavia, menciona que ao tempo de Jacó tais ornamentos eram usados pelas mulheres, e 11:2 menciona artigos de joalheria em relação tanto a homens quanto a mulheres.
Êxodo 33:4-6 sugere que a origem deste futuro tabu foi o pecado cometido no Sinai. Em dias passados, portanto, é bem provável que os homens israelitas usassem tais ornamentos livremente. Gideão também fez um ídolo (uma “estola sacerdotal” , Jz 8:24-27) com os brincos tomados aos inimigos de Israel.
Êx 32.4. Trabalhou o ouro com buril... bezerro fundido. O palavreado aqui certamente sugere que a imagem foi a princípio rudemente fundida em ouro, com os detalhes esculpidos a mão mais tarde. Por outro lado (cf. 37:1,2), poderia ter sido feita de madeira e depois revestida com ouro, como sugerido pelo verbo “queimar” no versículo 20. A primeira sugestão parece ser comprovada pela expressão “e o reduziu a pó” no mesmo versículo 20. “Queimar” significaria então “derreter em fogo aberto” (isto é, não um forno como o ourives). Uma simples alteração vocálica daria aqui o sentido de “fundir em um molde” ao invés de “trabalhou com buril” : esta sugestão é bem melhor que a feita por Noth, “o amarrou em um saco” (Hyatt).
Bezerro não é uma boa tradução do hebraico ‘egel. Trata-se de um jovem touro em sua primeira força: por exemplo, a palavra pode ser usada para descrever um animal de três anos (Gn 15:9). Compare o nome de Eglon (SBB usa “Eglom” ), rei de Moabe (Jz 3:12), que é claramente um título de honra (algo semelhante a “O Grande Touro” ). Tais sutilezas estavam além da percepção daqueles ex-escravos rebeldes, reagindo contra o culto sem imagens. É mais provável que se tratasse do touro em que Baal costumava se transformar, de acordo com o ciclo de lendas de Ras Shamra (Baal I. v. 18). A santidade do touro como símbolo de força e capacidade reprodutiva corre desde o culto a Baal em Canaã até o hinduísmo popular do sul da índia de hoje, onde quer que a religião seja vista como uma forma do culto da fertilidade comum aos criadores de animais. É provável que, mesmo durante sua permanência no Egito, os israelitas já tivessem sido corrompidos por um culto semelhante, com imagens e tudo mais; estariam agora apenas “voltando ao normal”, depois das severas exigências do Sinai.
Sabemos da arqueologia que Baal era conhecido e adorado na área do delta e ele certamente era adorado por alguns povos semitas que viviam naquela área.
Sem sombra de dúvida os dez mandamentos definiam o culto israelita como anicônico (20:4); a violência da reação de Moisés prova a historicidade deste relato v. 19), bem como o faz a evidência geral coletada por arqueólogos em ruínas israelitas do tempo dos juízes. Usar imagens como símbolo de DEUS é enganoso (20:23). Usar um touro como símbolo de DEUS é ainda pior: além do mais é blasfêmia chamar o “novo” deus de YHWH, como parece ter acontecido na ocasião. Além de tudo isso, o versículo 6 mostra todas as características do licencioso culto a Baal praticado em Canaã (cf. Nm 25:1-9). Parece impossível que, tão pouco tempo depois de receber tão elevada revelação, Israel pudesse cair a um nível tão baixo, mas a experiência cristã hoje em dia muitas vezes é bem semelhante.
São estes, ó Israel, os teus deuses. Como no versículo 1, o verbo no plural faz com que “deuses” (SBB) seja a única tradução gramaticalmente correta do texto hebraico. Possivelmente o plural seja usado derrisoriamente pelo autor para mostrar o politeísmo inevitável que surgiria com a introdução da idolatria (se havia um deus em forma de touro, por que não em outras formas também?). É difícil, todavia, perceber como um único ídolo poderia ser apresentado como “deuses” aos primeiros idólatras, por mais apta que fosse a descrição no caso das duas estátuas feitas por Jeroboão. Seja qual for o caso, a frase é uma espécie de declaração de fé, parodiando 20:2. Mesmo em seu pecado, entretanto, a religião de Israel era baseada na história e, portanto, completamente diferente do culto da fertilidade oferecido a Baal em Canaã. Israel ainda busca um deus que age, mesmo que seja um falso deus.
Êx 32.5. Edificou um altar. A esta altura ainda não existia um “altar do sacrifício” como haveria mais tarde. Arão provavelmente edificou um altar de terra ou de pedras não lavradas (20:24,25), mostrando que não se tratava de um incidente fortuito: era um culto organizado, com estátua, altar, sacerdote e festa religiosa.
Amanhã será festa a YHWH. Será que Arão entendeu a ocasião como o cumprimento da promessa feita por DEUS a Moisés, de que Israel observaria uma “festa” ou um “festival de peregrinos” no Sinai (3:12; 5:1)? Ou seria esta apenas uma referência geral? É interessante especular se a época no ano teria algum significado especial. No futuro os judeus iriam associar a doação da Lei à festa das semanas ou das primícias (“ Pentecostes” no Novo Testamento), de modo que talvez a festa promovida por Arão celebrasse, um tanto desordenadamente, alguma ocasião do calendário agrícola. Isto explicaria as danças e a imoralidade sexual a ela associadas. Alguns comentaristas elogiam Arão por ter feito uma tentativa heroica de “conter” este movimento reacionário dentro do Yahwismo, anexando esta festa a YHWH, a despeito de suas ligações ao culto de Baal. Êxodo, entretanto, jamais atribui a Arão motivos tão teologicamente profundos (vv. 22-24). Além de tudo, foi precisamente esta identificação de YHWH com Baal o maior pecado cometido aquele dia: até mesmo a completa apostasia e o culto aberto a Baal teriam sido menos mortais que este “sincretismo” .
Êx 32.6. Ofereceram holocausto e trouxeram ofertas pacíficas. As formas exteriores de culto litúrgico, quer de YHWH quer de Baal, eram indubitavelmente semelhantes, a julgar pelos textos de Ras Shamra. É por isso que os profetas do futuro teriam facilidade em denunciar o ritualismo israelita, quando este era desprovido de realidade espiritual (Is 1: 10-20) ou de obrigações morais.
Assentou-se para comer e beber, e levantou-se para divertir-se. Comer e beber parecem atividades inocentes, depois de oferecerem ofertas pacíficas, mas o verbo traduzido “divertir-se” sugere atividade sexual no original hebraico (ver Gn 26:8) e, portanto, a frase deve ser entendida como uma referência a uma orgia sexual. Estas, num contexto “baalizado” teriam sentido religioso, não imoral, para o adorador, mas não aos olhos de YHWH. No contexto do culto a YHWH, que nos dez mandamentos havia expressado Sua própria natureza em termos de obrigações morais, isso era intolerável! Somente a compreensão da santidade de YHWH pode explicar a violência da reação de Moisés, e o terrível castigo que veio a seguir sobre Israel.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 205-209.
A Idolatria de Israel (32.1-6)
O povo ficou inquieto quando o líder visível permaneceu no monte durante os quarenta dias (1; cf. 24.18). A insatisfação a esse respeito levou os israelitas a se juntarem em grupo para fazer um pedido especial a Arão, em cujas mãos foram deixados. O pedido não significava necessariamente que estes indivíduos estivessem rejeitando Jeová; queriam uma forma visível entre eles que representasse DEUS.
A reação de Arão ao pedido sugere esforço em evitar a calamidade. Ao pedir que arrancassem os pendentes de ouro e lhos trouxesse, talvez Arão contasse com a recusa deles. Não é fácil mulheres e crianças abrirem mão de seus ornamentos, e essa resistência teria protelado o pedido que fizeram.
Se Arão esperava oposição ao pedido, logo ficou desapontado, porque todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas e lhos deu. O coração carnal não mede sacrifícios para satisfazer seus desejos pecaminosos.
Levando em conta que Arão começara concordando com este pedido perverso, não havia mais como parar. Tomou os presentes de ouro e formou um deus para o povo. Na situação em que poderia ter se mostrado líder capaz, Arão falhou miseravelmente. Quando Arão notou a que ponto as pessoas estavam indo, parece que tentou controlá-las erigindo um altar diante da imagem e proclamando uma festa ao SENHOR (5).
Talvez quisesse conservar alguma semelhança com a adoração de DEUS mantendo o nome Yahweh no festival. Este ato lembra os esforços de conservar uma forma de piedade sem ter seu poder (2 Tm 3.5) e o sincretismo que há em grande parte do cristianismo nominal.
Ver também o versículo 25 e 1 Coríntios 10.6,7.”so Identificamos “Os Passos para a Apostasia” em: 1) A impaciência com a providência de DEUS, la; 2) A transigência com as verdadeiras formas de adoração, 5; 3) A entrega a paixões carnais.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 224-225.
III - A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS
1. O bezerro de ouro (Êx 32.2-6).
Quando Moisés chegou ao arraial e constatou pessoalmente o pecado do povo de Israel, sua ira se acendeu (Ex 32.19) a ponto de ele quebrar as Tábuas da Lei. Ora, enquanto DEUS estava dando os Dez Mandamentos para o povo de Israel no alto do monte Sinai, esse mesmo povo, ao pé do monte, estava, na prática, quebrando todos os mandamentos do Decálogo. Portanto, ao quebrar as Tábuas, Moisés estava materializando as consequências práticas do pecado do povo: estavam agindo como indignos do Concerto que DEUS estava fazendo com eles.
É impressionante ouvir o povo, depois de tudo que viram DEUS fazer pela instrumentalidade de seu servo Moisés, pressionar Arão dizendo: “Faze-nos deuses!” (Êx 32.1). O hábito da idolatria que haviam aprendido no Egito ainda era muito forte entre os israelitas, a ponto de alguns dias longe do seu líder Moisés serem o suficiente para que voltassem ao velho hábito. Como Pedro diria daqueles que abandonam CRISTO para voltarem aos velhos pecados, podemos dizer dos israelitas aqui: eles estavam agindo como cães que voltavam para o seu próprio vômito, como a porca lavada que volta para o lamaçal (2 Pe 2.20-22).
Há, por exemplo, o “bezerro de ouro” do evangelho da autoajuda, da teologia da prosperidade, do teísmo aberto, da teologia da libertação, do ecumenismo, do liberalismo, etc. Que DEUS nos livre dessas versões deturpadas dEle! Conheçamos e prossigamos em conhecer o DEUS da Bíblia (Os 6.3), pois somente assim poderemos ter um relacionamento saudável e realmente edificante com o Senhor.
Perceba que, como destacaremos mais à frente, no capítulo 9, enquanto o verdadeiro culto a DEUS instituído por Moisés evocava arrependimento, quebrantamento, humildade e conclamava à santidade, o culto apóstata levava o povo à licenciosidade (Êx 32.6,25).
DEUS propôs destruir todo o povo e estabelecer, a partir de Moisés, a continuidade da promessa dada a Abraão, Isaque e Jacó (Êx 32.10), mas o líder israelita intercedeu pelo povo para que DEUS não tomasse essa medida (Êx 32.11-14,30-35; 33-1-5,12- 17). Entretanto, o juízo de DEUS não deixou de ser exercido, uma vez que três mil rebeldes idólatras foram punidos imediatamente com a morte (Êx 32.28) e toda aquela geração acabou morrendo no deserto, entrando na Terra Prometida apenas os filhos dela e, da antiga geração, apenas Josué e Calebe, que se mantiveram fiéis a DEUS.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 63-65.
BEZERRO DE OURO
No hebraico. vitela fundida. Trata-se da imagem que Aarão fabricou. com as jóias que os judeus lhe entregaram para o fabrico de uma estátua. Ver Êxo, 32; Deu. 9:16; Nee. 9:18; Sal. 106:19; Atos 7:4-10 Além disso, dois bezerros de ouro foram levantados por Jeroboão I (I Reis 12:28-33; 11 Reis 10:29; 17:16; Osê. 5:6). Os dois incidentes não tiveram relação mútua, embora ambos dissessem respeito à adoração ao touro. que Israel havia observado entre os egípcios.
Os querubins (esfinges aladas), no templo de Jerusalém, não levavam à idolatria, antes de tudo, porque eram representações de poderes espirituais, e não terrenos; e, em segundo lugar, porque não tinham paralelo nas religiões pagãs dos países vizinhos, o que poderia ter corrompido os israelitas por motivo de associação. A idolatria, na moderna Igreja cristã, é algo inteiramente descabido e incompreensível, considerando o enfático ensino bíblico a respeito, bem como a verdadeira adoração.
Consideremos a declaração de Salmos 106:19-21: «Em Horebe fizeram um bezerro e adoraram o ídolo fundido. E assim trocaram a glória de DEUS pelo simulacro de um novilho que come erva. Esqueceram-se de DEUS, seu Salvador, que, no Egito, fizera cousas portentosas". (ALB GORO)
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 525-526.
O quadro mostra um contraste absoluto entre Moisés no monte, recebendo os Mandamentos e os pormenores do tabernáculo, para que Israel pudesse adorar a DEUS corretamente, e o fiasco em curso no sopé da montanha.
Uma leitura cuidadosa da narrativa deixa claro que Arão estava confuso, pois o v. 5 parece implicar que ele ainda pretendia sustentar o culto ao Senhor, ao chamar o povo para uma celebração ao Senhor e construir um altar ao Senhor em frente ao bezerro. Em outras palavras, na mente de Arão, o bezerro era apenas o lugar onde Yahweh habitava. Mas o povo não entendeu assim, pois gritava: “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito” (vv. 4,8). Moisés queimou o bezerro até as cinzas e obrigou o povo a beber a água suja por esse pó (cp.Nm 5.17-27).
Por diversas vezes a Igreja enfrentou o problema da idolatria versus a iconoclastia. O judaísmo pós-bíblico procurou resolver o problema mediante severa restrição da expressão artística. A controvérsia iconoclasta, levantada no ramo bizantino da Igreja, e os puritanos, despiram suas igrejas de todo ornamento. Parece que a própria Bíblia não é indulgente com nenhum desses extremos, mas considera idolatria como aquela que vem do coração pecador do homem, quando ele por vontade própria escolhe glorificar a criatura mais do que o criador (Rm 1.21-23). O salmista expressa isso suscintamente no salmo 106.19-21: “Em Horebe fizeram um bezerro, e adoraram o ídolo fundido. E assim trocaram a glória de DEUS pelo simulacro de um novilho que come erva. Esqueceram-se de DEUS, seu Salvador, que, no Egito, fizera coisas portentosas”.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 775-776.
Êx 32.6 Tanto os holocaustos quanto as ofertas pacíficas eram formas pré-mosaicas, e ambas essas formas foram incorporadas à adoração no tabernáculo. Ver Gên. 4.3,4; Êxo. 18.12; 20.24. Tendo providenciado quanto ao aspecto religioso, eles passaram para o aspecto secular, cantando, dançando e, provavelmente, ocupando-se em toda forma de prática sensual, formicação e prostituição cultuai. Os Targuns referem-se à imoralidade dos israelitas, nessa oportunidade. Portanto, além do primeiro mandamento, também foi violado o sétimo. Paulo comentou sobre o evento, em I Cor. 10.7. O contexto sugere que houve práticas imorais. Portanto, um rito religioso transmutou-se em uma orgia, e Arão, que havia perdido legalmente os seus privilégios sacerdotais, mediante tal sincretismo, agora postava-se impotente, observando todo aquele deboche.
As festividades religiosas eram acompanhadas pelo regozijo (Deu. 12.7,18; 14.26; 16.11,14), O que, sem dúvida, incluía danças. Naquela ocasião, porém, foi um verdadeiro carnaval. Ninguém estava ali para adorar, mas para participar de um bacanal. Cf. este versículo com Núm. 25.1-9; I Reis 14.24; Amós 2.7. A atmosfera mundana de muitos cultos religiosos hoje em dia, com sua música própria para dançar, não diferindo praticamente em nada da música executada nos salões de bailes, é uma versão moderna da corrupção que houve naquela festa em honra ao bezerro de ouro.. No meio dos seus inimigos. Talvez estejam em foco as populações que viviam nas proximidades do Sinai, como os amalequitas, que chegaram a vir fazer parte das festividades. Isso significa que o povo de DEUS misturou-se com os idólatras locais, formando uma só massa humana com eles.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 446-447.
O grande pecado (32:1-6). Moisés chamou aquilo que fizeram de "grande pecado" (vv. 21, 30, 31), e sua avaliação foi precisa. Foi um grande pecado por causa daqueles que o cometeram: a nação de Israel, o povo escolhido de DEUS, seu tesouro peculiar.
A disposição concupiscente de Israel para adorar ídolos nasceu no Egito e ainda estava presente no coração do povo (Js 24:14; Ez 20:4-9; 23:3, 8). Arão alimentou esse apetite dos israelitas ao dar-lhes o que queriam. Hoje em dia, fala-se muito sobre "ir ao encontro das necessidades das pessoas", mas vemos aqui um exemplo de uma nação que não sabia quais eram, de fato, suas necessidades. Achavam que precisavam de um ídolo, mas o que realmente careciam era de fé em seu grande DEUS, que se havia revelado a eles de modo tão poderoso.
Israel trocou a glória do DEUS vivo pela imagem de um animal (SI 106:19-23), o que significa que agiu exatamente como as nações pagãs a seu redor (Rm 12:22-27).
Muita gente consegue madrugar para pecar, mas não para orar.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 322-323.
A oferta de manjares (w. 1-7). Os judeus não comiam muita carne, pois era caro demais abater seus animais. A lei declarada nessa passagem proibia o povo de matar seus animais para alimento em qualquer local dentro ou fora do acampamento. Qualquer animal a ser usado como alimento devia ser levado para o altar e apresentado como oferta pacífica ao Senhor.
Essa lei cumpria vários propósitos. Em primeiro lugar, evitava que o povo oferecesse sacrifícios a ídolos secretamente nos campos. Se fossem descobertos e interrogados, podiam dizer que estavam apenas preparando o animal para um banquete. No entanto, se esse fosse o caso, deveriam ter levado o animal para o altar do tabernáculo. O sangue do animal deveria ser oferecido somente ao Senhor e somente em seu altar. Em segundo lugar, por essa lei, o Senhor dignificava refeições comuns, fazendo delas uma experiência sagrada. O animal abatido não era apenas um pedaço de carne, era um sacrifício apresentado ao Senhor. De acordo com o versículo 4, o abate de um animal em qualquer lugar que não fosse o altar era o mesmo que assassinar o animal, e DEUS quer que tratemos sua criação com o maior respeito.
Quando à mesa agradecemos a DEUS o alimento, não estamos apenas reconhecendo sua bondade, mas também santificamos a refeição e fazemos de sua ingestão uma experiência espiritual.
Em terceiro lugar, ao levar o animal para o altar, o ofertante providenciava para que o Senhor (Lv 3:1-17) e o sacerdote (Lv 7:11-18) recebessem a parte que lhes era devida. Sem dúvida, o ofertante não ficava com tanta carne para si e sua família, mas o princípio por trás de Mateus 6:33 o compensaria de outras formas. A refeição em comunhão na casa de DEUS glorificaria ao Senhor e satisfaria as necessidades do ofertante e daqueles que comessem com ele.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 365-366.
2. Cuidado com a idolatria.
O Pecado da Idolatria
Curiosamente, o primeiro mandamento de DEUS no Sinai, a primeira ordenança do Decálogo, foi: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). DEUS conhecia o coração do povo e sabia o quanto era propenso à idolatria, depois de anos vivendo no idólatra Egito.
As Sagradas Escrituras nos advertem, em 1 João 5.21, contra o pecado da idolatria: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!”. E o apóstolo Paulo adverte o mesmo à igreja em Corinto, citando como exemplo negativo justamente o pecado do povo de Israel no deserto (1 Co 10.14,18-21).
A idolatria é um dos pecados mais terríveis listados na Bíblia, porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que não seja o próprio DEUS, o único que é digno de toda honra, toda glória, todo louvor e toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos pecados mais praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico. E triste dizer, mas está se tornando cada vez mais comum evangélicos que desenvolvem verdadeiros comportamentos idolátricos em relação a pessoas e coisas que, obviamente, não devem receber a nossa adoração.
Idolatria não é só se prostrar diante de um ídolo de pedra, barro ou metal. Coisas ou pessoas também podem se tornar ídolos em nossa vida, quando começam a ganhar em nosso coração um lugar que não deveriam ter.
Uma coisa é gostar, admirar e respeitar; outra bastante diferente é “endeusar”, idolatrar. Logo, segue o alerta: cuidado para que o mero gostar e admirar não dê lugar à adoração por pessoas e coisas. Não só a idolatria a pessoas tem feito muitos males na vida de muitos crentes. A idolatria a coisas também.
Qual foi a última vez que você gastou tempo com DEUS em oração? Qual foi a última vez que abriu a Bíblia para estudá-la ou para lê-la devocionalmente para a sua edificação espiritual? Qual foi a última vez que você evangelizou alguém? Qual foi a última vez que dedicou tempo para ajudar as pessoas? Será que a maior parte do seu dia é dedicada a coisas que realmente valem a pena ou só a futilidades?
O apóstolo Paulo afirma em Colossenses 3.5: “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, ao apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria”. Paulo se refere ao “apetite desordenado”, ou “afeição desordenada”, e chama a “avareza” claramente de “idolatria”. Avareza é apego às coisas materiais. Quando valorizamos mais os bens materiais do que o espiritual, estamos de cabeça para baixo espiritualmente. Estamos longe de DEUS.
O profeta Samuel falou também sobre outro tipo de idolatria sutil no meio dos crentes. Disse ele, conforme registrado em 1 Samuel 15.23: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, Ele também te rejeitou a ti...
Ora, o que significa a palavra “porfiar”? Ela quer dizer, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “discutir com calor”, “insistir”, “teimar”, “competir” e “disputar”. Ou seja, insubordinação, disputa entre irmãos, espírito de competição dentro da igreja, teimosia, arrogância, contenda, tudo isso, afirma Samuel é pecado de idolatria. Você já parou para pensar nisso?
Paulo afirma que uma das características do Anticristo, e que é própria do espírito do Anticristo, é se levantar “contra tudo o que se chama DEUS ou se adora” e querer “se [assentar] como DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS” (2 Ts 2.4). Não se engane: há muita gente que começa bem, mas acaba, infelizmente, perdendo a visão espiritual e, por isso, tem o seu coração cheio de altares. É gente que afirma que serve a um único DEUS, mas possui um coração idólatra, repleto de “deuses”, quando também não adora a si mesmo.
O cristão não deve ser dominado ou escravizado por nada. Apenas DEUS deve ser o Senhor soberano de sua vida.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 65-66.
A idolatria consiste na adoração a algum falso deus, ou a prestação de honras divinas ao mesmo. Esse deus falso pode ser representado por algum objeto ou imagem. Esse termo usualmente inclui a ideia da dendrolatria, da litolatria, da necrolatria, da pirolatria e da zoolatria... O estado mental dos idólatras é radicalmente incompatível com a fé monoteísta. A idolatria é má porque seus devotos, em vez de depositarem sua confiança em DEUS, depositam-na em algum objeto, de onde não pode provir o bem desejado; e, em vez de se submeterem a DEUS, em algum sentido submetem-se às perversões de valor representadas por aquela imagem».