LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA

LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA
LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Os Doze Profetas Menores - Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de CRISTO.
Comentários da revista da CPAD: Pr. Esequias Soares
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

 
 
TEXTO ÁUREO 
"Mas buscai primeiro o Reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).
 
VERDADE PRÁTICA 
A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual. 
 

  LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ageu 1.1-9
1 No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo: 2 Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. 3 Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 4 É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? 5 Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 6 Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado. 7 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 8 Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR. 9 Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa.
 
Comentário rápido - Ev Henrique
Nove profetas menores já profetizaram até aqui sobre o cativeiro de Israel e os juízos de DEUS sobre Israel, tanto do norte como sobre Judá devido a sua idolatria.
Agora o império babilônico cai. O império vigente agora é o Persa.
O profeta Ageu é o primeiro dos profetas menores a profetizar após o cativeiro babilônico. Ageu - seu nome significa festa, alegria de voltar a Jerusalém e celebrar festas ao Senhor. Profetizou na época do profeta Zacarias.
Após 70 anos de cativeiro como Jeremias havia profetizado o rei Ciro II ou Ciro”o grande”, rei da Pérsia, 2 Cr 36.22 permitiu e incentivou o povo de Israel a viajarem para Jerusalém para que a casa do Senhor  fosse reconstruída. Nessa época Daniel faleceu. Nem todos desejaram voltar, mas aqueles que se prontificaram voltaram sob o comando de Zorobabel que tinha a primazia sobre eles por ser descendente direto dos reis e junto com o sumo sacerdote Josué.
Quem estava bem financeiramente ficou em babilônia e região. Todos já haviam sido curados da idolatria aos deuses da terra de Canaã.
O rei Cambises ordenou que fosse paralisada a obra do templo por ouvir a denúncias de inimigos dos judeus que moravam na região, principalmente os samaritanos.
O rei Dario Histaspes autorizou a continuação da obra do Templo (Ed 6.1,12,13). Até pediu a oração do povo em seu favor.
O pecado do povo agora não era a idolatria, mas o amor ao dinheiro. Desanimaram de construir o templo e passaram a se dedicar a embelezar suas próprias casas.
Qual era a situação desse povo? A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de DEUS (v.6). Por que? Era o castigo de DEUS pela desobediência e quebra da aliança que DEUS tinha com eles  (Dt 28.38-40).
O profeta Ageu foi o mensageiro de DEUS para levar uma mensagem de reflexão sobre a situação em que estavam vivendo e de fé e de ânimo ao povo. Ao contrário do povo de antes que não ouvia seus profetas, aqui, o povo ouve Ageu e trabalha na construção do templo acontecendo assim um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).
Assim o Templo foi inaugurado em 516 a.C. "no sexto ano de Dario" (Ed 6.15) em quatro anos duração. Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus conhecido como o templo de Zorobabel.
Ageu profetizou durante quase 4 meses e entregou 4 mensagens. Ano em que profetizou - 521 a.C.
Mensagens entregues por Ageu:
Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)
Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)
Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)
Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)
Propósitos do livro:
(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e
(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de DEUS fosse recomeçada com as bênçãos divinas.
A glória desse segundo templo seria maior do que a glória que apareceu no templo de Salomão. JESUS (DEUS mesmo) estaria ali no futuro. No templo restaurado por Herodes, mas esse mesmo templo, conhecido como templo de Zorobabel.
Quem é santo e toca em alguém não vai tornar puro aquele em que ele toca (santidade é conseguida por esforço e decisão individual), mas aquele que é impuro torna impuro aquele em que ele toca (concordar ou participar dos pecados alheios, manter a comunhão com os pecadores nos torna impuros).
Aplicação
Será que estamos deixando de contribuir com a obra de DEUS para nos dedicarmos a nossas casas?
Será que gastamos mais em coca-cola do que em ofertas para missionários?
Será que nossos líderes gastam mais em mansões, carros de luxo, ternos de grifes famosas, templos suntuosos do que em missões e evangelização mundial?
Será que estamos mantendo nossa fidelidade nos dízimos e ofertas para a obra do Senhor?
Será que estamos nos santificando ou estamos nos misturando ao mundo e até somos confundidos com seus cidadãos?
 
 
Comentários da BEP - CPAD
1.1 VEIO A PALAVRA DO SENHOR, PELO... PROFETA AGEU. Ciro, rei da Pérsia, havia permitido que 50.000 judeus exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (ver Ed 1.2-4; 2.64, 65; 3.2; 5.1). Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C), foram lançados os alicerces do templo (ver Ed 3.8-10). A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a obra (ver Ed 4.1-5,24).  Consequentemente, os judeus tornaram-se espiritualmente apáticos. Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à construção da Casa do Senhor. DEUS, então, envia-lhes os profetas Ageu e Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra (ver a introdução do livro de Ageu).
1.4 CASAS ESTUCADAS. Os judeus que haviam voltado do cativeiro, estavam tão ocupados com os próprios interesses, que passaram a negligenciar a construção da Casa de DEUS. Suas casas achavam-se revestidas de madeira de cedro, ao passo que o templo permanecia em ruínas. Ageu, então, mostra-lhes que a obra de DEUS tem de ter toda a primazia. Da mesma forma, o reino de DEUS e os interesses da causa do Mestre devem ser a suprema prioridade em nossa vida (Mt 6.33). Note como o Senhor JESUS era zeloso pela casa e obra de DEUS (Jo 2.17; 4.34; 6.38; 9.4). O que estabelecemos como prioridade, indica o amor que devotamos ao nosso Senhor.
1.6-11 SEMEAIS MUITO E RECOLHEIS POUCO. O povo de DEUS perdera a sua bênção, pois estava vivendo apenas em função das próprias vantagens. Eles revelavam um mínimo interesse pelos alvos e propósitos divinos. De igual modo, poderemos esperar um declínio das bênçãos e da ajuda de DEUS em nossa vida, se não estivermos vitalmente interessados pela sua obra, tanto no lar quanto entre as nações.
1.12 OUVIU... A VOZ DO SENHOR. Os líderes e o povo reagiram positivamente à mensagem de Ageu, obedeceram e temeram ao Senhor. Levando a sério a palavra de DEUS, recomeçaram de imediato os trabalhos de construção da Casa de DEUS.
1.13 EU SOU CONVOSCO. DEUS responde à obediência de seu povo, prometendo-lhe que estaria ao seu lado. Fortaleceu-lhes a resolução, e ajudou-os a levar a efeito a obra (cf. Zc 4.6). Estar "contigo" é a mais grandiosa promessa que o Senhor pode fazer-nos (ver Gn 26.24; 28.15; 39.2,3,21,23; Êx 3.12; Mt 28.20).
  2.3 ESTA CASA NA SUA PRIMEIRA GLÓRIA. Depois de concluída a obra do templo pós-exílico, algumas pessoas viram-se desanimadas e desiludidas por considerarem o novo templo como "nada" em comparação à magnificência do templo construído por Salomão. Sendo assim, DEUS encoraja o povo com três promessas:
(1) o próprio DEUS estará com eles para garantir o cumprimento de todas as suas promessas segundo o concerto (v. 4);
(2) o ESPÍRITO de DEUS permanecerá entre o povo (v. 5); e
(3) a glória do último templo seria maior que a do primeiro por causa da demonstração do poder de DEUS que nele haverá (v. 9; cf. o ministério de JESUS e dos apóstolos, conforme registrado nos Evangelhos e em Atos, dar-se-ia na época do segundo templo). Não é a beleza das estruturas eclesiásticas que, em última análise, dá frutos ao reino de DEUS. O que mais importa é a presença dos dons, ministérios e poder do ESPÍRITO SANTO em nosso meio. Perguntemo-nos a nós mesmos: O ESPÍRITO SANTO manifesta-se em grande medida em nossas reuniões, ou há pouca, ou nenhuma evidência, de sua presença e poder entre nós
2.6-9 FAREI TREMER OS CÉUS, E A TERRA. Estes versículos referem-se ao juízo divino contra o mundo antes e durante a volta de JESUS CRISTO (cf. Hb 12.26,27): "Os céus e a terra tremerão" (Jl 3.16; cf. Mt 24.29,30). A glória de DEUS, então, encherá o templo como nunca dantes aconteceu. Ele habitará entre o seu povo, em paz, como o Salvador glorioso.
2.10-14 PERGUNTA, AGORA, AOS SACERDOTES. DEUS mostra ao povo que, embora a santidade não possa ser transmitida mediante o contato, as influências corruptíveis do pecado não deixam de ser contagiosas. Noutras palavras: morar na terra santa não torna ninguém santo, ao passo que o pecado profana tudo quanto o povo faz, inclusive os atos de adoração.
2.15-19 APLICAI O VOSSO CORAÇÃO A ISSO, DESDE ESTE DIA EM DIANTE. DEUS ordena ao povo que considere por que não fora ainda abençoado. A causa era a desobediência (ver 1.9-11).
Agora, porém, dispunham-se a edificar o templo. Por sua vez, DEUS faz com que tudo quanto eles empreendam tenha êxito. Tal princípio é expresso também no NT. O favor de DEUS, seu amor e comunhão, vêm-nos somente à medida que continuamos a buscá-lo, e a observar-lhe os mandamentos (ver Jo 14.21-23).
2.21 FAREI TREMER OS CÉUS E A TERRA. O profeta encoraja Zorobabel, governador do povo de DEUS, garantindo-lhe que, um dia, o Senhor destruirá o poder dos reinos e nações em toda a terra. Este dia dar-se-á quando JESUS CRISTO estiver reinando sobre todos os habitantes do mundo (ver Ap 19.11-21).
2.23 ZOROBABEL... COMO UM ANEL DE SELAR. Quando chegasse o momento de abalar os céus e a terra, Ele faria de Zorobabel um anel de selar. Constituía-se este na marca oficial da autoridade suprema; era uma garantia do favor de DEUS para com o seu povo. É possível que Ageu estivesse profetizando acerca de JESUS CRISTO que, como descendente de Zorobabel (ver Mt 1.12-13), será, "naquele dia", o governante supremo, cujo reino há de ser absoluto e universal.
 
Esboço da BEP - CPAD
I A Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)
A.Data: 1º de Elul (29 de agosto) de 520 a.C. (1.1)
B.O Profeta Repreende o Povo por Não Ter Concluído a Construção do Templo   (1.2-11)
C.A Reação do Povo (1.12-15)
II.A Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)
A.Data: 21 de Tisri (17 de outubro) de 520 a.C. (2.1)
B.O Último Templo Comparado ao Anterior (2.2-4)
C.A Glória do Último Templo Será Maior (2.5-9)
III.A Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)
A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.10)
B.O Efeito Corruptor do Pecado (2.11-14)
C.A Bênção da Obediência (2.15-19)
IV.A Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)
A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.20)
B.A Ruína Futura das Nações (2.21,22)
C.O Significado Profético de Zorobabel (2.23)
Autor: Ageu
Tema: Reedificação do Templo
Data: 520 a.C.
Considerações Preliminares
Ageu é o primeiro de três livros pós-exílicos no AT (os outros dois são Zacarias e Malaquias). É mencionado nominalmente duas vezes em Esdras (5.1; 6.14), e nove neste livro. É chamado “o profeta” (1.1; 2.1,10; Ed 6.14) e “embaixador do Senhor” (1.13). Pode ter sido um daqueles poucos exilados que, ao voltarem para repovoar Jerusalém, ainda se lembravam do templo de Salomão antes que fosse destruído pelos exércitos de Nabucodonosor em 586 a.C. (2.3). Sendo assim, Ageu devia ter entre setenta e oitenta anos de idade ao profetizar. O livro tem uma data exata para sua composição: o segundo ano do rei Dario da Pérsia (520 a.C.; 1.1).
O contexto histórico do livro é importante para compreendermos sua mensagem. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar para Jerusalém, havia deitado os alicerces do novo templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando os trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C.. A letargia espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Em 520 a.C., Ageu, acompanhado por um profeta mais jovem — Zacarias (ver a introdução de Zacarias), conclama Zorobabel e o povo a retomar a construção da casa de DEUS. Quatro anos mais tarde, o templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf. Ed 4—6).

Propósito
Durante um período de quatro meses, em 520 a.C., Ageu entregou quatro concisas mensagens registradas neste livro (ver o esboço). As mensagens tinham duplo propósito:
(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e
(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de DEUS fosse recomeçada com as bênçãos divinas.

Visão Panorâmica
O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela frase: “a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). (1) Primeiro, Ageu repreende os repatriados por estarem tão interessados em suas próprias casas, revestidas de cedro por dentro, enquanto a Casa de DEUS permanecia em desolação (1.4). O profeta exorta-os por duas vezes a considerar seus caminhos (1.5,7), revelando-lhes ter o Senhor DEUS retirado a bênção sobre eles em consequência de seus maus caminhos (1.6,9-11). Zorobabel e Josué, juntamente com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta, demonstram reverência a DEUS, e recomeçam a obra (1.12-15).
(2) Poucas semanas depois, a reação dos repatriados, que haviam visto a glória do primeiro templo e que consideravam como nada o segundo, começava a desanimar o povo (2.3). Ageu, então, exorta os líderes a se mostrarem corajosos, porque (a) seus esforços faziam parte de um quadro profético mais amplo (2.4-7), e (b) “a glória desta última casa será maior do que a da primeira” (2.9). (3) A terceira mensagem de Ageu, que conclama o povo a viver uma vida de santa obediência (2.10-19), (4) e sua quarta mensagem (2.20-23), foram entregues no mesmo dia. A última mensagem prediz que Zorobabel representaria a continuação da linhagem e da promessa messiânica (2.23).
Características Especiais
Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Ageu. (1) Foi a primeira palavra profética nítida ouvida por Judá depois do exílio babilônico. (2) É o segundo menor livro do AT (apenas trinta e oito versículos); Obadias é o menor. (3) A frase “assim diz o Senhor” (e suas variações) ocorre vinte e nove vezes, ressaltando a urgência de sua mensagem aos repatriados. (4) Contém uma das profecias mais arrojadas do AT a respeito da visitação futura de DEUS (2.6-9).

O Livro de Ageu ante o NT
Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv. 6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb 12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como o “anel de selar”, ou selo oficial. Em ambas as genealogias de JESUS CRISTO, no NT (Mt 1.12,13; Lc 3.27), Zorobabel é o ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.  
Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo. 
Saber que temos responsabilidade diante de DEUS e dos homens.
 
RESUMO DA LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA
I. O LIVRO DE AGEU  
1. Contexto histórico.
a) Cambises. b) Dario Histaspes.
2. Vida pessoal.
3. Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem.
II.  RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES 
1. A desculpa do povo.
2. Inversão de prioridades (vv.3,4).
3. Um convite à reflexão.
III. A EXORTAÇÃO DIVINA 
1. Crise econômica. .
2. A solução.
3. O Segundo Templo.
 
SINÓPSE DO TÓPICO (1) O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de DEUS em Jerusalém.  
SINÓPSE DO TÓPICO (2) A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.  
SINÓPSE DO TÓPICO (3) A presença de DEUS no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira.  
 
 
LIVRO DE AGEU - PRINCÍPIOS PARA O SUCESSO E PROSPERIDADE - REVISTA BETEL - 2º TRIMESTRE DE 2008
TEXTO ÁUREO
Mas buscai primeiro o reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas". (Mt 6.33)
VERDADE APLICADA
DEUS é o principal interessado na prosperidade dos salvos, pois eles são membros do corpo de CRISTO.
 
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que DEUS cuida de todas as necessidades daqueles que confiam nEle, e se entregam, sem reservas, ao cumprimento dos Seus desígnios;
Ensinar que aplicar recursos materiais na obra do Senhor não é generosidade. É fidelidade ao projeto de DEUS; .
Lembrar que depois de entregarmos ao Senhor o que lhe é devido ainda teremos o suficiente para satisfazer os desejos do nosso coração.
 
INTRODUÇÃO
DEUS comissionou Ageu para revelar aos judeus que as dificuldades financeiras deles eram reflexos diretos do abandono do propósito pelo qual o Senhor os trouxera do cativeiro. Sua profecia é fundamental para a Igreja do Senhor JESUS, pois a observância dos princípios nela apresentados, guarda-nos de cair no engano de Satanás, principal interessado em desviar e empobrecer os filhos de DEUS e impedir a difusão do evangelho e o estabelecimento do reino dos céus.
 
1- O CONTEXTO HISTÓRICO DE AGEU
Este tópico deve ser cuidadosamente estudado e comparado com o livro de Esdras que é onde se encontra maior quantidade de informação sobre o contexto e ambiente histórico dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Este último profetizou cerca de setenta anos depois dos primeiros, mas de um modo geral as condições eram as mesmas.
a) Quem foi Ageu? - Não temos a resposta, porém temos a mensagem, que o profeta cuidadosamente registrou e através dela DEUS fala ao seu povo até hoje.
Pelo livro de Esdras tomamos conhecimento que Ageu e Zacarias estavam entre os cativos que voltaram da Babilônia quando o rei Ciro, movido por DEUS autorizou o regresso dos judeus a Jerusalém em 536 a.C (Ed 5.1).
b) Cerca de cinquenta mil pessoas fizeram a viagem de volta ao lar (Ed 2.64,65) - Abastecidos com ouro, prata, objetos preciosos, gado e muitas outras coisas que foram voluntariamente doadas, além dos utensílios do templo que Nabucodonosor tinha levado para Babilônia (Ed 1.6-11).
Animados, assim que se organizaram, começaram a obra (Ed 3.8). Mas esta por ordem de Artaxerxes, foi interrompida (Ed 4.6) e a retomada só se deu 15 anos após (Ed 4.24), mediante o estimulo de Ageu e Zacarias, chamados de "profetas da restauração".
c) As profecias registradas no livro de Ageu e no Livro de Zacarias tiveram lugar no ano 520 a.C - E este era o segundo ano de Dário I (Ag 1.1; Zc 1.1), porém o ministério do segundo estendeu-se um pouco mais (Zc 7.1). As de Malaquias em 435 a. C. Pelas exortações do capítulo um de Ageu e pelas promessas do capítulo dois ficamos sabendo que já há algum tempo secas, pragas e inflação vinham angustiando e empobrecendo os judeus.
 
2- AGEU CONCLAMA A DAR PRIORIDADE A DEUS .
Mesmo trabalhando árdua e constantemente as necessidades básicas ao quotidiano (Ag 1.6a), fracassos nos negócios, e dificuldades financeiras se tornaram rotineiras na vida dos judeus do pós-exílio, a ponto de não desfrutarem, sequer, do produto de seus labores (Ag 1.6); e muitos outros, escravizados pelo consumismo.
Por mais que aumentassem a renda, nunca tinham o suficiente para satisfazer as necessidades que surgiam a cada dia (Ag 1.6).
De acordo com O profeta Ageu, eles precisavam:
a) Precisavam rever o projeto de DEUS - Os judeus perderam de vista o projeto principal de Jeová para eles - reconstruir o templo (Ed 1.3). Foi-lhes concedido tudo o que precisavam para iniciar a obra (Ed 1.6-11), o restante DEUS lhes daria à medida que os trabalhos avançassem. Cada membro do corpo de CRISTO foi chamado e capacitado para o Seu grande e maravilhoso propósito: "Eu vos escolhi e vos nomeei para que vades e deis muito fruto ... " (Jo 15.16; 1 Pe 2.5,9; Ef 3.10).
b) Precisavam eliminar as desculpas que não se justificavam mais - Dário I já havia liberado as obras do templo. Mas, os judeus alegavam que ainda não era chegado o tem o de edificar a casa de DEUS. Satanás procura manter-nos bem ocupados para não percebermos as oportunidades novas que o Senhor cria. Mas, o Senhor JESUS exorta-nos: "Lembra-te de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5).
C) Precisavam por as contas em dia - Os judeus receberam abundância de recursos para investirem na reconstrução da casa do Senhor (Ed 1.6), mas quando a obra foi interrompida eles usaram o restante na edificação de suas próprias casas (Ag 1.4). Por conta disso, eles tinham colheitas fracas, fome e sede fortes; agasalhos leves, invernos rigorosos; salários baixos, preços altíssimos (Ag 1.6); almejavam muito e alcançavam pouco. Suas contas foram reprovadas por DEUS (Ag 1.9-11).
 
3- AGEU CONCLAMA A RESGATÀR O PLANO DE DEUS
Não era suficiente que os judeus reconhecessem que tinham falhado em observar as prioridades de DEUS. Para mudar a situação era necessário tomar atitudes firmes e corajosas que possibilitassem a retomada do plano de DEUS, e assumir a responsabilidade de reconstruir e zelar pela manutenção da casa do Senhor, confiando que Ele supriria abundantemente todas as suas necessidades. Motivados e estimulados pelo profeta:
a) O povo agiu imediatamente" E o povo ouviu a voz do Senhor, seu DEUS, e as palavras do profeta Ageu". "Então o príncipe Zorobabel, e o sumo sacerdote Josué, e o resto do povo, vieram e trabalharam na casa do Senhor DEUS dos Exércitos, ao vigésimo quarto dia do sexto mês" (1.12,15).
E em vinte e quatro dias fizeram a planta do edifício e começaram a obra (2 .1,3). Ações iniciadas antes que se dissipem a força, o entusiasmo e os recursos recebidos do Senhor, são indispensáveis ao sucesso de empreendimentos.
b) O povo afastou a idéia de que o passado era melhor do que o presente - Esta comparação poderia desanimá-los ao constatar a escassez dos recursos à disposição naquele momento e levá-los a desistir do projeto de DEUS (Ag 2.3; Ed 3.12). Tenha o passado como referencial libertador, não como prisão. Lembre-se, DEUS não mudou. Ele está agora mesmo renovando e restaurando tudo em sua vida.
c) O povo esforçou-se e trabalharam - Ageu exortou-os para que empenhassem todo esforço na empreitada e DEUS moveria céus e terra (Ag 2.6-8) para levar a Jerusalém toda prata e todo ouro necessários à obra do templo, e assegurou-lhes: "A glória desta última casa será maior do que a primeira" (Ag 2.9). Faça o mesmo. Recomece com os dons, recursos e vigor que você tem, mesmo que te pareçam escassos. Esforça-te no Senhor teu DEUS, que nada te há de faltar na execução do plano incomparável que Ele confiou a você.
 
4- AS PREOCAUÇÕES PAR MANTER A PROSPERIDADE
O profeta Ageu sabia que a prosperidade só perdura se forem tomadas providências necessárias à sua manutenção. Por isso, somente considerou seu ministério entre os libertos concluído, depois de dar-lhes instruções a este respeito. Para prolongar a prosperidade eles precisavam destas coisas:
a) Precisavam fechar a porta para o mal - o santo se torna impuro pelo contato com o imundo? Sim (Ag 2.12,13). Isto indica que um único deslize moral destrói um ministério, uma carreira política, uma empresa, uma família. Porém, no meio do caos que a falta produz nenhuma atitude correta é vista ou levada em conta a favor do faltoso (Ez 33.12,13).
Portanto, feche bem a tua porta. Mantenha o mal do lado de fora.
b) Precisavam estabelecer a prioridade de DEUS como referencial  - Ageu propôs que os judeus tomassem como referencial o dia que eles voltaram ao projeto de DEUS e começaram a reconstruir o templo. Tendo isto em mente, sempre que surgissem dificuldades, eles poderiam voltar lá e perguntar: Qual era a nossa situação antes deste dia (2 .15-17) e como ela veio a ser depois dele (2.18 ,19)? O que 'DEUS nos mandou fazer a respeito e como Ele, reagiu a nossa obediência? Por este referencial eles seriam advertidos contra possíveis desvios de propósito e estimulados a permanecerem fiéis às prioridades de DEUS.
C) Precisavam confiar no Senhor - Depois que as prioridades foram restabelecidas, as medidas necessárias para retomar o projeto de DEUS foram adotadas e as portas fechadas para o mal. Eles confiaram e esperaram pacientemente pelo Senhor. DEUS garantiu-lhes que no tempo oportuno derribará tronos, destruirá poderes e forças de oposição aos Seus propósitos e ao Seu povo e dará autoridade e poder aos Seus escolhidos (Ag 2.21 -23).
 
CONCLUSÃO
A prioridade de DEUS para a Igreja é que, através dela, o mundo ouça o Evangelho e milhões sejam salvos pela fé em JESUS. Se vivermos em sintonia com este propósIto, não precisaremos temer a pobreza, nem serem os consumidos pela avidez das riquezas. Portanto, "busquemos primeiro o reino de DEUS, e a Sua justiça, e todas essas coisas nos serão acrescentadas" (Mt 6.33).
 
 
Subsídios
Ageu, Zacarias e Malaquias, introdução e comentário - Série cultura bíblica - Joyce G. Baldwin (http://www.vidanova.com.br/produtos.asp? codigo=442)
 
INTRODUÇÃO
No ano 520 a. C. Jerusalém estava em crise. Não era uma crise percebida por todos, como p. ex. uma ameaça de invasão leva o povo todo à ação, mas o estado perigoso de paralisia moral que aceita como normais condições que exigem mudanças drásticas. A não ser que um homem de visão e determinação pudesse intervir no tempo, não haveria esperança de recuperação.
Os judeus que retomavam de Babilônia tinham esperado que todo o deserto se tomasse um jardim florido (Is 35:1). Em vez disto eles encontraram um deserto que invadia seus campos e pomares à medida que um ano de seca sucedia ao outro. A consequente carestia e pobreza baixara o moral dos que de outra forma estariam ansiosos por reconstruir. Três séculos antes Amós tinha falado de condições climáticas adversas e colheitas frustradas (Am 4:6s), ensinando que tinham sido os sinais divinos de advertência, que Israel em sua autoconfiança não, reconheceu. As circunstâncias eram outras, mas mesmo assim Ageu viu nas secas seguidas um repreensão divina. Diferente de Amós, ele estava confrontado com um povo que sabia das suas necessidades e estava preparado para admitir seu fracasso. Eles aceitaram o diagnóstico de Ageu como vindo de DEUS, reorganizaram sua vida de acordo, e se puseram a trabalhar.
 
I. O PROFETA 
Parece que Ageu não precisava ser nem apresentado nem identificado (1:1), porque também em Ed 5:1 e 6:14 ele é simplesmente "o profeta", e a julgar pela repetição aramaica de Ed 5:1 - "os profetas, Ageu, o profeta  - ele geralmente era chamado assim (cf "Habacuque, o profeta", Hc 1:1). A ausência de ascendência pode significar que seu pai já caíra no esquecimento, que havia poucos profetas e que, por isto "o profeta" era suficientemente específico, e que ele era bem conhecido na pequena comunidade judaica. Seu nome é, como muitos outros no Antigo Testamento, derivado da palavra hag, "festa": Hagi (Gn 46: 16, Nm 26:15), Hagite (11 Sm 3:4), Hagias (I Cr 6:30). Provavelmente ele nasceu num dia de festa, e por isto foi chamado de "minha festa" (em latim festus, em grego hilary). Também é possível que Ageu tenha sido um apelido.
Não devemos nos surpreender se um livro tão curto revela pouca coisa sobre a vida do profeta. Era ele um jovem que voltou com seus pais em 538 a.C. ?
Se ele na ocasião ainda era criança, a ausência de seu nome na lista de Esdras 2 poderia ser explicada. Será que ele esteve mesmo em Babilônia? De acordo com a tradição judaica ele viveu a maior parte de sua vida em Babilônia. 12 Em parte com base nesta tradição e em parte baseado em Ageu 2:3 surgiu a opinião de que ele era um homem muito idoso quando profetizou, alguém que tinha visto o templo antes de sua destruição, e foi incumbido da tarefa mais importante da sua vida pouco antes de morrer. A autoridade com que ele pregou e esta única preocupação com o templo tendem a confirmar isto.
De acordo com uma tradição cristã antiga Ageu era um sacerdote, que foi sepultado com honras perto dos túmulos dos sacerdotes. 13 O fato de nas versões antigas certos salmos serem atribuídos a Ageu pode prestar apoio à sua linhagem sacerdotal. A LXX, por exemplo, sobrescreve os salmos 138 e 146-149 com os nomes de Ageu e Zacarias, talvez indicando que eles eram responsáveis pela coletânea da qual foi feita a tradução grega. A tradição hebraica, por outro lado, não concorda que Ageu tenha sido sacerdote, e o Rabi Eli Cashdan, do nosso tempo, escreve: "É evidente que ele não era da tribo sacerdotal, já que ele chamou a atenção dos sacerdotes de seu tempo para a impureza levítica" (ii. II). 14. Esta evidência, no entanto, dificilmente prova o argumento. A única coisa que podemos afirmar com certeza é que ele tinha uma paixão pela causa de DEUS que o consumia, como os grandes profetas antes dele. Assim como Elias confrontou seus contemporâneos com uma decisão fundamental no Monte Carmelo, Ageu reconheceu que para sua geração tudo dependia da reconstrução do templo. Isto foi "de fato um tipo de encarnação de tudo que DEUS representava, exigia e podia fazer por seu povo naquela época que estava por surgir".
 
Das informações precisas contidas no texto descobrimos que Ageu pregou os sermões registrados em seu livro no espaço de quinze semanas durante o segundo ano de Dario 1(521-486 a. C.). Tem sido possível, com a ajuda da evidência de mais de cem textos babilônicos, e de tabelas da lua nova calculados com informações astronômicas, sincronizar os antigos calendários, o lunar com o calendário Juliano. Os resultados coincidem quase completamente, com margem de erro de um dia. 16

II. SEU LIVRO 
Neste curto livro foram registradas somente as partes essenciais das quatro mensagens do profeta. Se prestarmos atenção, poderemos notar a distinção que há entre as palavras do profeta e a moldura em que elas foram colocadas. As introduções datadas (1:1, 2:1, 10,20), a narrativa (I: 12) e as introduções abreviadas (2: 13, 14) fazem referência a Ageu na terceira pessoa, dando a impressão que alguém; que não era o profeta, foi responsável pela coletânea das mensagens. Há muita probabilidade de que o livro foi" editado logo depois de 520 a.C. Que Ageu estava tão vivo na memória das pessoas e que não precisava ser apresentado já foi mencionado.
 
16 Material importante, junto com tabelas que incluem as datas em que os meses iniciavam, pode ser encontrado em R. A. Parker e W. H. Dubberstein, Babyloniao Chrongy 626 a.C. - 75 'd.C.. (Brown University Press, 1956).
 
O." Eissfeld ficou impressionado com "os detalhes muito exatos e claramente confiáveis do relato", que na sua opinião devem remontar as anotações do próprio profeta, para destacar a impressão de total objetividade do seu relato, escolhendo por isso a terceira pessoa e não a primeira". 17
P. R. Ackroyd tem um ponto de vista totalmente diferente. Ele acha que o editor foi responsável pela datação e arranjo dos escritos, possivelmente um século, talvez até dois depois do tempo de Ageu. "No caso de Ageu podemos presumir que durante algum tempo os oráculos foram transmitidos oralmente, depois em forma escrita, até assumirem a forma atual. Não podemos determinar a duração deste período, mas em vista das semelhanças já mencionadas, entre as datas de Ageu e as de Crônica podemos estimá-lo em não menor que um século", talvez tão extenso como dois séculos.18
Recentemente W.A.M. Beucke argumentou que Ageu e Zacarias 1-8 foram editados "num ambiente cronístico".19
Ele argumenta que o mesmo interesse destacado no templo, seu ritual e a comunidade da linhagem davídica dominam tanto estes profetas como os livros de Crônicas. Isto é verdade, mas se Beucken está querendo dizer que os editores selecionaram os temas que eles individualmente preferiam registrar; isto diminuiria a confiança nos livros na forma que chegaram até nós. Nós cremos que é mais provável e lógico que Ageu foi editado cedo, possivelmente antes de 500 a.C., e que ele, junto com Zacarias, moldou o pensamento dos que editaram os livros das Crônicas.
Ageu, como seus predecessores, talvez tenha colocado seus oráculos em forma poética para torná-los o mais vívidos e memoráveis possível. A incerteza surge porque a poesia hebraica não tinha rimas, e passaria por prosa, como muitos poemas atuais, se não fosse escrita em versos; por isto nem sempre é possível identificar a poesia hebraica com certeza. Vemos um claro paralelismo (ideias iguais ou opostas colocadas em cláusulas paralelas) no versículo 6, e notamos um ritmo distinto até mesmo na tradução de 1:9-11. 20
Quer tenha usado poesia ou prosa, Ageu era direto e franco. Ele desafiou seu ouvintes com as características de Elias. Ninguém podia deixar de compreender sua mensagem, pois ele repetiu diversas vezes seus imperativos favoritos: "Considerai" (l :5, 7, 2: 15, 18), "sê forte", trabalhai" (2:4). Citou com frequência palavras de profetas anteriores (p. ex. 1:6, cf Os 4:10, Mq' 6:15; e 1:11, cf Os 2:9, etc...). Sabia até citar uma metáfora adequada (1:6e).
 
Uma característica do estilo de Ageu é seu uso livre da "fórmula do mensageiro". Ele não se contenta em iniciar seus sermões com "Assim diz o Senhor dos Exércitos", mas muitas vezes conclui com isto (2:7, 9, 23), ou inclui a frase em outra sequencia (2:4, 14,23). Ele sabe que é boca, voz de seu DEUS, e se controla para não fazer aparecer sua própria personalidade. Como "enviado do Senhor" (I: 13) ele tem de tornar a mensagem clara e fazer com que ela seja compreendida, e nenhum profeta provocou uma reação tão imediata como ele. A estrutura do livro reflete isto. Primeiro ele acusa (I: I-lI), depois vem a reação (1:12-14), seguida da garantia de sucesso no fim (2: 1-9). A estrutura se repete: acusação (2:10-17), reação (2:18, 19), garantia do triunfo de DEUS (2:20-23). A proporção do livro dedicada ao "discurso de julgamento" é da mesma extensão da dedicada ao "anúncio da salvação". 21
Apesar de o livro ser tão curto surgiram divergências quanto à sequência do texto. A NEB afirma, em nota de rodapé a 1:13, que a sequência original deve ter sido 1:14,15,13; 2:15-19,10-14,1-9,20-23. A idéia de que 2:15-19 deveriam seguir o capítulo I surgiu com J. W. Tothstein, 22 
e foi aceita principalmente na Europa Continental, se bem que também na Grã-Bretanha. 23 
A data de v. 18 é omitida como glosa ou adaptada fazendo do "nono" o "sexto" (mês). A intenção é isolar os versículos 10-14 e possibilitar a identificação de "este povo" (v. 14) com os samaritanos. A transferência de 2:1-9 para depois de 2:20 põe no fim as duas profecias que contém elementos escatológicos. Esta deslocação altera o livro radicalmente, e não recebe apoio de qualquer texto ou versão conhecidos.
A publicação do rolo dos Doze, das cavernas de Murabba'at, trouxe a público o manuscrito hebraico de Ageu mais antigo que conhecemos. 24 
Ele contém aproximadamente dois terços do livro (1:12­2: 10 e 2: 12-23), e dá muito apoio ao TM, diferindo dele somente em dois lugares de menos importância. Como a ordem dos versículos é a mesma da maioria das nossas Bíblias, toda a evidência reunida as ratifica como confirmada.
 
III. MENSAGEM
Ageu era um homem de uma só mensagem. Ele representava o DEUS que ele gostava de chamar de Senhor dos Exércitos, a fonte de todo poder, o senhor das potências militares, na terra e no céu (veja notas adicionais sobre "Senhor dos Exércitos", pg. 34). A consequência foi que sua palavra tinha autoridade; o clima obedecia às suas ordens (I: I), todo o universo estava ao alcance da sua mão e um dia seria sacudido por ela (2:6,21).
Este mesmo DEUS era coerente em sua atitude para com as pessoas. Apesar de elas o desprezarem, ele nunca desistia delas. Quando elas deixaram de fazer sua vontade, ele lhes dificultou a vida, para que voltassem para ele (1:5). Quando elas se dedicavam ao seu serviço, ele se agradava disto e era glorificado (1:8). Ele mudou as atitudes das pessoas (1:14), e morou entre elas na pessoa de Seu ESPÍRITO (2:5). Ele transformaria o trabalho delas por ele, e faria com que as nações trouxessem presentes de ouro e prata, que pertenciam a ele por direito (2:8).
Ageu não fez nenhuma lista de pecados graves. Parece que os judeus que voltaram para Jerusalém nesta época obedeciam à lei, ainda impressionados com lembranças do exílio. Faltava certa insatisfação com o estado das coisas, e consequentes atitudes concretas. A resignação mata a fé. O esqueleto do templo em ruínas era como um cadáver que se decompunha em Jerusalém e contaminava tudo (2:10-14). Como esta ofensa podia ser retirada? Com um esforço conjunto de reconstrução, o que seria prova e garantia de uma mudança de atitude da resignação para a fé. Assim que as prioridades estivessem na ordem certa a presença do Senhor entre o povo se tornaria evidente pela prosperidade que acompanharia tanto a construção como a agricultura (2:9,19).
Esta certeza da salvação do Senhor no presente e no futuro permeia a mensagem de Ageu e põe nele a marca do verdadeiro profeta. Ele é capaz de ver as paredes nuas do templo em seu estado momentâneo revestidas da prata e do ouro presenteados pelas nações (2:7-9). Zorobabel, responsável pela reconstrução, é o governante davídico que estava por vir, ou pelo menos seu representante na cena do momento (2:21-23). O reino universal de DEUS, no qual as nações em guerra encontrarão paz, capitulando diante dele (2:22, cf7-9), é a meta final da história, mas Ageu o vê surgindo em sua própria época à medida que problemas pessoais e comunitários são submetidos ao controle de DEUS. Não que tudo vá terminar bem no fim, mas que o DEUS imutável está anteriormente, concretizando seu propósito já agora: "O meu ESPÍRITO habita no meio de vós; não temais" (2:5). Desta forma a obediência atual alinha o povo de DEUS com seu propósito derradeiro, e seu ESPÍRITO o enche da certeza de que está experimentando em pequena medida "escatologia realizada".
 
ANÁLISE
I. AGOSTO DE 520: AGORA OU NUNCA (1:1-15)
a. Desafio (1:1-11)
b. Reação (1:12-15)
II. OUTUBRO de 520: ANIMEM-SE E TRABALHEM (2:1-9)
III. DEZEMBRO DE 520: PROMESSA E PREDIÇÃO (2: 10-23)
a. De agora em diante, bênçãos (2: 10-19)
b. Zorobabel, escolhido e precioso (2:20-23)
 
I. AGOSTO DE 520: AGORA OU NUNCA (1:1-15)
a. Desafio (1":1-11)
Ageu desafia seus compatriotas a relembrar suas experiências desde que tinham voltado para Jerusalém, e a atentar para sua condição de pobreza. A desilusão tinha se alastrado depois que a sensação inicial de aventura tinha se esvaído.
1. Este versículo introdutório substitui o cabeçalho costumeiro (cf Na 1:1, Hc 1:1, etc...). A data com que o livro começa deve ter tido grande importância naquele momento, porque naquele dia a voz autêntica da profecia se fez ouvir pela primeira vez na era pós-exilica. O primeiro dia do mês era o dia da lua nova no calendário lunar, e temos evidências de que era costume observar a lua nova como feriado ou, mais literalmente como dia santo (SI 81:3, Is 1:13,14,66:23, Os 2:11, Am 8:5). Seria por isto uma oportunidade de alcançar a comunidade agrícola, porque haveria festividades em Jerusalém. O sexto mês neste período deve ter sido equivalente a Agosto/Setembro,1 a época do ano em que eram colhidas uvas, figos e romãs. 
23 Os judeus adotaram o sistema babilônico de datação durante o exílio, e desde então o ano novo cala na primavera. Temos evidências de que em tempos pré-exílicos o ano terminava no outono, depois da colheita (Êx 23:16, 34:22); o assim-chamado Calendário de Gezer (D07T pp 201-203) também fala de um ano novo no outono, apesar de iniciar com a colheita e não depois dela. A expressão "primeiras chuvas" (em outubro/novembro) e "últimas-chuvas" (março/abril) deixa claro que o ano novo era comemorado no outono. Êx 12:2, por outro lado, falando da instituição da Páscoa, diz que o ano novo deveria cair na primavera. e possível que textos que falam do ano novo na primavera foram editados durante o exílio. II Rs 22-23 pressupõe que o ano inicia no outono porque a descoberta do livro da lei, as reformas e a Páscoa ocorreram no décimo oitavo ano de Josias (R. de Vaux, Ancient Israel. Darton, Longman and Todd, 1961, pp' 190-192). Outra possibilidade é que antes do exílio o ano civil e o ano agrário começavam no outono, e o cerimonial na primavera (cf NDB, "calendário").
Em Ezequiel e Ageu são usados números para identificar os meses e não nomes, como em Zacarias, Ester e Neemias, que usam nomes babilônicos. Durante o exílio os nomes pré-exílicos caíram em desuso, e a principio o povo relutou em adotar os nomes babilônicos, que eram associados com cultos pagãos. Sem dúvida até o quinto século a.C. a conexão pagã tinha sido esquecida. Ou Zacarias era mais novo que Ageu e menos conservador, ou seu livro foi editado mais tarde. A omissão dos nomes tende a apoiar a afirmação de que o livro de Ageu foi editado primeiro (veja introdução, pg. 24).
A palavra do Senhor veio por intermédio de Ageu (lit. "pela mão de"). Isto é uma expressão hebraica comum, que significa simplesmente que o profeta era o meio de transmissão. Mesmo assim ela é rara nos livros proféticos, pois só aparece ainda em Malaquias 1:1. A expressão comum é "a palavra do Senhor veio a..:" (' el), e no rolo de Murabba 'at consta 'el em 2:1. A expressão "pela mão de" aparece muito para Moisés no Pentateuco, e para Moisés e outros nos livros históricos (Lv 8:36, 10:11, Nm 4:37,45, Js 14:2, I Rs 16:7, etc...). Por esta razão é improvável que se possa lançar dúvidas sobre o grau de inspiração do profeta Ageu. Pode ser que a frase menos comum foi usada nesta sentença para evitar a repetição da palavra "a".
A primeira palavra era dirigida aos dois lideres, Zorobabel e Josué, mas do versículo 4 em diante fica claro que todos estão incluídos. Zorobabel, neto do rei Jeoaquim, que fora levado cativo para Babilônia em 597 a.C. (11 Rs 24:15), parece que era considerado herdeiro do trono de Davi. De acordo com a genealogia de I Cr 3:19 Zorobabel era filho do terceiro filho de Jeoaquim, Pedaías; o mais velho, Sealtiel, parece não ter tido filhos. O mais provável é que Sealtiel adotou seu sobrinho mais velho, que a partir de então seria chamado pelo seu nome; outra possibilidade é que ele era filho da viúva de Sealtiel através do levirato. 2
Zorobabel, um nome babilônico, significa "Semente de Babilônia", ou, de acordo com S. Mowinckel, "Tiro de Babilônia".3
Governador de Judá. O alcance do poder de Zorobabel tem sido questionado, porque havia um governador em Samaria, o centro da província. Até a época de Neemias o relacionamento entre os dois centros de governo ainda não estava esclarecido, e não sabemos se houve uma sequência de governadores em Jerusalém entre Zorobabel e Neemias. Se o território sujeito a Zorobabel não estava claramente delimitado é fácil encontrar nisto uma causa de conflitos em potencial entre Jenruzalém e Samaria. Pehâ, governador, é uma palavra emprestada do acadiano, um lembrete de que Zorobabel fora nomeado por um rei persa.
Josué (Jesua em Ed-Ne; lesous, ou seja, JESUS, na LXX) era filho de Jeozadaque (Jozadaque em Ed-Ne), que foi levado cativo em 587 (I Cr 6:15). Seu famoso nome significa "Yahu (forma abreviada de Javé) é salvação", e ele, como descendente de Zadoque, veio como sumo sacerdote. responsável pelas atividades religiosas da comunidade em Jerusalém. Fora estas referências a ele na visão de Zacarias a única outra informação que temos dele é que alguns de seus descendentes casaram com mulheres estrangeiras no tempo de Esdras (Ed 10: 18).
Não há motivo para duvidar da inferência de Ed 3:1-13 de que Zorobabel e Josué vieram a Jerusalém com a primeira caravana que chegou ainda no reinado de Ciro. As listas de Ed 2 e Ne 7 podem ser a soma de diversas listas de nomes, representando várias levas de repatriados, mas mesmo neste caso o fato de os dois nomes encabeçarem a lista sugere que Zorobabel e Josué foram os primeiros dois que lideraram o retorno. É verdade que no relato legendário de 1 Esdras Zorobabel está em Babilônia durante o reinado de Dario (I Esdras 3-4), mas de acordo com 5:65-73 ele estava ali também durante o reinado de Ciro. E o relato de Esdras é confiável, enquanto o de I Esdras não é.
2. Ageu falou em nome do Senhor dos Exércitos (Seba'ôt em hebraico), título que enfatiza o poder imbatível que dá peso às ordens de DEUS - Este povo em vez de "meu povo" já é uma repreensão. Será que DEUS os tinha deserdado? Ele usa as próprias palavras deles: Não veio ainda o tempo. .. muito realistas, por sinal. Havia muito por fazer, e eles eram muito poucos. Os homens capazes era requisitados para todos os tipos de serviço, e como poderiam eles recomeçar a vida agrícola e ao mesmo tempo reedificar o templo? Podemos imaginar alguns questionando se era justificável gastar tanto com a reconstrução do templo, e se era de fato DEUS quem o ordenava, ou somente Ciro, o rei persa (Ed 1:2,3; mas cf Is 44:28, 45:13). Até houve quem dissesse que o templo seria restituído de forma milagrosa, porque Ezequiel "vira" o templo que lhe foi descrito (Ez 40-43), sem mencionar sua reconstrução. "Reconstruir era trair a esperança escatológica. "4
Este versículo apresenta algumas dificuldades, quanto ao hebraico. Nossas versões tentam obter uma tradução mais suave, alterando o infinitivo do verbo vir (bo'), para o pretérito veio (ba'). A LXX suprime uma vez a palavra "tempo" (èt), mas a repetição no hebraico pode estar reproduzindo exclamações do povo.
3. Para o leitor que espera agora ouvir um comentário sobre a atitude do povo, a repetição da fórmula do mensageiro, neste versículo, é um anticlímax. Se, porém, o porta-voz do povo esteve enfrentando o profeta, podemos compreender o por quê desta introdução enfática. O que segue é a grande chamada à atenção que marcou aquele dia. O diálogo entre o Senhor e seu povo chegara ao clímax.
4. O profeta coloca em dúvida as prioridades do povo. No hebraico o pronome vós está repetido, para dar mais ênfase: "Acaso é tempo de vocês, sim, vocês, morarem em casas com telhados?" A proposta seria que é irracional exigir de alguém que viva em uma casa sem telhado, mas a intenção da pergunta é clara. Que valor eles estavam dando a DEUS se deixavam seu templo em ruínas?
A palavra hebraica sãpan significa tanto "apainelar" (RAB) como "colocar forro" (RIB), e é raiz da palavra "telhado". É mais provável que Ageu esteja se referindo à conclusão das casas do povo, e não tanto no luxo de painéis de madeira, mas talvez a residência do governador estava sendo reconstruída com um pouco da elegância do palácio de Salomão. Se este foi o caso, Ageu estava pensando diretamente em Zorobabel e Josué. O conflito entre despesas com luxo em casa e sustento condigno do trabalho do Senhor persiste até hoje entre nós.
5-7. Considerai é uma expressão característica de Ageu (duas vezes nestes versículos, e duas vezes em 2:15,18). A expressão "pensem em", do Reino do Norte, inclui tanto um tom de repreensão como de advertência, no original. Refletir sobre os acontecimentos à luz da palavra de DEUS é indispensável para o povo de DEUS, se quiser saber o significado da sua orientação providencial nas coisas do dia-a-dia. Assim Moisés reflete sobre os acontecimentos do êxodo em Dt 1-11, tirando conclusões salutares de fracassos e desilusões passadas. Ageu não se surpreende com a insatisfação que o povo sentia apesar de trabalhar tanto, e que o seu dinheiro se esvaía como farinha pela peneira. DEUS estava falando com o povo através de coisas circunstanciais como preços altos e inflação.
Neste período já havia uma certa circulação de moedas cunhadas (Ed 2:69), mas não é provável que o trabalho de um operário fosse pago com moedas já tão cedo. Os sacos de dinheiro provavelmente continham pedaços e rodelas de cobre ou prata, de valor aproximado. Mas como a fundição era conhecida, e os pedaços de metal frequentemente eram lixados, era necessário pesar o valor de cada transação (cf Zc 11:12, onde os siclos de prata ainda tinham de ser pesados).
8. A esta introdução segue a parte central da mensagem, com sua ordem de trazer madeira das montanhas para a construção. Não há referência específica a arrependimento, porém pela obediência o povo estará voltando as costas para a apatia e a indiferença, provando seu arrependimento pela ação. A longo prazo o que importa são as ações (Mt 21:28-32). Não se fala de trazer pedras, talvez porque as havia por perto, e madeira não. As montanhas de Judá tinham uma vegetação abundante nos tempos do Antigo Testamento, e de Ne 8:15 nós sabemos que havia oliveiras, palmeiras e outras árvores. Era costume colocar camadas de madeira nos muros de pedra, para diminuir os prejuízos dos terremotos (cf. 5:8); esta madeira, principalmente as toras maiores, que se estendiam de um a outro lado do templo para sustentar o teto, provavelmente tinha de ser importada (Ed 3:7). Salomão tinha introduzido o trabalho forçado para obrigar a população a talhar pedras e transportá-las (I Rs 5:13-18). Ageu queria que se apresentassem voluntários.
Dela me agradarei. Trabalho feito com a intenção de agradar a DEUS também lhe dá glória. Serei glorificado está mudando o sentido exato do hebraico, literalmente "farei com que eu seja glorificado", e a relação às vezes feitas com Ez 10: 18 e 43:4 com base nesta tradução não se justifica.
9. Revertendo as queixas econômicas do povo Ageu insiste em que há uma ligação direta entre a pobreza e o abandono do templo (cf Os 2:8, onde ouro, prata e também colheitas são presente direto de DEUS).
10. Eles não podiam alegar ignorância, ao deixarem de ver a mão de DEUS no malogro das suas colheitas. Espera-se deles que eles conheçam e apliquem Am 4:6-10 (cf Ag 2:17), Os 4:10 e Mq 6:15. O céu e a terra obedecem seu Criador, mas seu povo não (cf Is 1:2,3 Jr 18:14-17).
O orvalho era importante, para evitar que o cereal maduro murchasse no calor.
11. Com o expediente simples de reter chuva ou orvalho, DEUS pode acabar com o orgulho e a autossuficiência humanas. Um jogo de palavras opõe seca (hõreb) com a "ruína" do templo (lhãrêb, 1:4,9).
b. Reação (1:12-15)
Apesar de tudo o impacto da pregação de Ageu foi tal que todos, unanimemente, decidiram retomar o trabalho no templo, mas de forma alguma isto lhe foi creditado. O Senhor o fizera..
12. Liderado por Zorobabel e Josué, todo o resto do povo obedeceu. O "remanescente" foi um tema característico da profecia de Isaías.
Na visão do templo ele advertiu da destruição, à qual somente um pequeno grupo sobreviveria (Is 6:11-13), e o nome de seu filho, Sear­Jasube (Is 7:3, "Um resto volverá"), se tornou representativo da sua pregação (Is 7:3, 10:21. 11:11). Ageu e também Zacarias reconheceram no pequeno grupo de judeus repatriados o cumprimento da profecia de Isaias, mas exigia-se mais deles do que simples presença física na terra em que eles deveriam cumprir as esperanças de Isaías. O verbo "retornar" (sûb) significa também "arrepender-se" (cf Zc I :3), e é digno de nota que Ageu aplica para o povo a palavra "resto" no momento em que ele atende à voz do Senhor seu DEUS. Ninguém está pondo em dúvida a autoridade de Ageu (cf I Rs 22:24, Mq 2:6). O povo temeu diante do Senhor. Este temor contrasta com a indiferença despreocupada que os profetas pré-exílicos enfrentaram. Apatia diante das palavras de DEUS é evidência de ateísmo na prática. Eles "temeram" no sentido de terem sido despertos pela voz de DEUS.
13. Assim que o povo deixou clara sua intenção de executar as instruções de Ageu, recebeu o incentivo do Senhor: Eu sou convosco. DEUS endossa e confirma nossas decisões boas. Ageu pode ter se referido a Is 42:18:43-7, passagem em que o profeta repensa o passado de Israel e depois fala com palavras ardentes: "Não temas, pois, porque sou contigo" (v. 5). Se for este o caso, a referência a Ageu como enviado do Senhor pode ter sido inspirada pela mesma frase em Is 42: 19. Esta é a única passagem em que Ageu é chamado assim, porém nem por isto se trata de uma interpolação posterior. Explica-se a fraseologia pela associação de ideias. Israel, durante tanto tempo surdo e mudo, finalmente estava reagindo. A tradução de H. L. Ellison, 5
"Então Ageu falou: o Anjo do Senhor está aqui com uma mensagem para o povo, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor", é possível, e seria a maneira natural de entender o texto se o livro fosse Zacarias. Ageu em lugar algum fala como se existisse um mensageiro sobrenatural.
14. Por trás da reação disposta dos dois líderes e do povo estava a atuação silenciosa do Senhor, criando uma atitude aberta a Seu ESPÍRITO (cf Zc 4:6). Chegara a hora da mudança, e o trabalho na casa do Senhor dos Exércitos recomeçou. A preposição "em" (b°) implica em que existiam ainda paredes em pé.
15. De acordo com a data citada aqui houve um espaço de vinte e três dias entre o começo da pregação e o reinício do trabalho. Por este motivo houve quem sugerisse que o dia do mês foi erroneamente inserido de 2: 10. Na opinião de J. W. Rothstein, 2: 15-19 deveria seguir neste ponto, transferindo para o sexto mês a cerimônia que marcou o novo projeto de reconstrução 6.
É possível, no entanto, dar um bom sentido ao texto sem mudar sua sequencia. O sexto mês era mês de colheita, com tarefas urgentes nos pomares e nas plantações. Em vinte e três dias este trabalho poderia ser concluído, e depois todo homem capaz poderia acorrer ao templo. 
 
 
II. OUTUBRO DE 510: ANIMEM-SE E TRABALHEM (2:1-9) 
Mais ou menos um mês depois do reinício das obras, Ageu recebeu nova mensagem do Senhor. Podemos imaginar que nestas semanas a principal tarefa fora limpar o local da construção dos entulhos, verificar quais pedras poderiam ser reaproveitadas, checar a firmeza das paredes que ainda estavam de pé (sabemos que é surpreendente quantas paredes ainda ficam de pé mesmo depois de um bombardeio), e organizar os grupos de trabalhadores de acordo com suas tarefas. Atacar desta forma uma ruína de sessenta anos, sem auxílio mecânico, afetaria o ânimo de qualquer um; por isto o entusiasmo tinha de ser realimentado. Havia, no entanto, ainda outro fator.
O trabalho pode ter sido interrompido no sétimo mês pelas festas, que não permitiam nenhuma atividade. Além dos dias de descanso sabático o primeiro dia do mês era a festa das trombetas, e o décimo o Dia da Expiação (Lv 23:23-32). No décimo quinto dia começava a Festa dos Tabernáculos, quando toda a população morava durante uma semana em cabanas feitas de galhos, em memória à marcha do êxodo. Esta, portanto, era uma ocasião de regozijo durante a colheita, com a qual eles experimentavam a cada ano a fidelidade de DEUS às suas promessas (Lv 23:33-36, 39-44; Dt 16.13-15). Seria compreensível que os que estavam entusiasmados e queriam trabalhar estavam impacientes durante os dias santificados.
1,2. Ageu pronunciou seu segundo sermão no último dia da Festa dos tabernáculos, como que para animar estas pessoas. O vigésimo segundo dia do mês era um dia de descanso solene (Lv 23:39). O profeta recebeu instruções para falar a Zorobabel e Josué, cujos títulos oficiais novamente foram mencionados, porém desta vez o resto do povo está incluído (cf comentário sobre 1:12).
3. Os reverenciados anciãos que se lembravam do templo anterior devem ter falado muitas vezes saudosamente do seu esplendor. Alguns devem ter participado da tentativa frustrada de reconstrução em 538 a.C. (Ed 3:8-13). Aquela desilusão os fizera pessimistas quanto ao presente e futuro. O novo templo jamais seria como o antigo; eles não tinham recursos para pagar profissionais do exterior, como Salomão tinha feito, e eles não podiam nem pensar em cobrir de ouro o interior (I Rs 6:21-22). Apesar do seu esforço, não se via ainda muito progresso. Comparação desfavorável do presente com o passado estava lhes tirando todo estímulo.
4, 5. Sê forte (RAB; esforça-te, RIB), foi a ordem que o outro Josué tinha ouvido muitas vezes (Dt 31:7, Js 1:6, 7, 9, 18), bem como Israel (Dt 31:6, Js 10:25), quando entrou na terra. Uma destas passagens pode bem ter sido o. texto da meditação no último dia desta semana em que os acontecimentos do êxodo eram relembrados (v. 5). Na ordem tríplice do v. 4 temos um eco da oratória de Ageu. Todo o povo da terra significa aqui e em Zc 7:5 o povo comum, diferenciado dos lideres. Contraste isto com o significado da frase em Ed 4:4, onde ela se refere aos adversários de Judá e Benjamin (v. I).
Há um paralelo interessante entre a exortação de Ageu e as palavras de JESUS em Mc 6:50: "Tende bom ânimo! sou eu. Não temais!" A presença pessoal do Senhor confere coragem, determinação, e a certeza de que ele não permitirá que seu objetivo fracasse. Se o exílio aparentemente tinha anulado a aliança, agora o povo era certificado de que DEUS ainda estava entre eles em ESPÍRITO, como estivera durante todo o êxodo (Ex 29:45). O meu ESPÍRITO habita no meio de vós. "Habitou" também está certo; o particípio hebraico, que denota ação contínua, engloba tanto o passado como o presente. DEUS estivera presente mesmo no desastre aparente, e fazia sua presença ser notada no momento em que eles se arrependiam.
Alguns comentadores têm pensado que o v. 5a é uma adição. Algumas traduções, de fato, o omitem, seguindo a LXX. O texto hebraico quer dizer "o assunto sobre o qual o qual eu fiz um acordo com vocês, quando saíram do Egito", mas não é esta a expressão costumeira, e além disto a frase interrompe o sentido, separando as afirmações paralelas "Eu sou convosco" e "O meu ESPÍRITO habita no meio de vós". Uma referência marginal de um escriba a Êx 29:45,46 pode ter sido incorporada ao texto.
6, 7. O Senhor passa a tornar mais explícito o seu plano. Ainda uma vez, dentro em pouco não reproduz bem o sentido. O profeta está dizendo: "Esperam só mais um pouquinho". Não demorará mais muito até que o Senhor abale toda a criação. O verbo está no hifil particípio, o que quer dizer que o Senhor causará uma série de abalos. Terremotos já tinham sido antes um símbolo da intervenção sobrenatural de DEUS, principalmente aquele do oitavo século, pelo qual a profecia de Amós é datada (Am 1:1), e que ele usou para ilustrar sua mensagem (Am 8:8, 9:15). Isaías (Is 2:23-21, 13:13, 29:6), Joel (JI 3:16) e Ezequiel(Ez 38:20) também o fizeram. Terremotos vêm sem aviso prévio, e não há como escapar ao terror que eles causam. Ageu antevê todo o universo em uma série de convulsões, que levarão inclusive as nações a se separarem das suas riquezas com prazer. Estas serão trazidas para o templo, para fazer com que ele seja cada vez mais belo, até que seu esplendor seja completo. Culto sem pompa em épocas de dificuldade econômica também tem seu lugar no propósito final de DEUS (cf Is 60:5-22). DEUS nunca tem falta de recursos.
As coisas preciosas de todas as nações. As traduções mais recentes abandonaram o singular da Vulgata ("a preciosidade"), com sua conotação messiânica, porque no texto hebraico o verbo está no plural e exige um sujeito plural. Vemos que os gentios desempenham um papel no plano de DEUS, trazendo-lhe seus tesouros como um tributo.
8. No tempo de Salomão havia tanto ouro que a prata valia pouco (I Rs 10:21). No sexto século os persas tinham herdado a riqueza do mundo, mas um dia também eles teriam de entregá-Ia, e o derradeiro dono seria aquele que a fizera, o Senhor dos Exércitos. Já que tudo era seu, ele poderia transferir os tesouros para quem e quando quisesse.
Nesta época houve uma demonstração disto. Adversários que queriam fazer parar a construção tiveram de pagar todas as despesas do templo com o tributo real recolhido em seu próprio distrito tributário (Ed 6:8-12). Provavelmente esta decisão foi posta em prática logo depois de Ageu pregar que todas as riquezas eram de DEUS, e que ele supriria as suas necessidades. Herodes, o Grande, e seus sucessores, muito mais tarde, haveriam de gastar fortunas com o templo. Partes da sua estrutura ainda existem, e podem ser identificadas pelas enormes pedras talhadas que foram usadas. 10
Seus pináculos reluziam de ouro para dar as boas-vindas àquele "que era maior que o templo".
9. A glória desta última casa será maior que a da primeira: isto se tornou realidade literalmente, sob os Herodes (Mc 13:1), mas principalmente porque o Senhor do templo veio (Mt 12:6) e super-excedeu-o (Jo 2:13-22). E neste lugar (mãqôn) eu darei paz ('itIlôm). Uma vez que o nome Jerusalém significa "cidade da paz", o profeta está fazendo um trocadilho, ligando ao mesmo tempo a palavra, por assonância, com mãqôn, lugar, que às vezes tem um sentido cúltico (p. ex. Dt 12:5,14, 14:23, 'etc.; Ne 1:9: Jr 17:12; Ez 43:7). Sâlôm (até hoje usado como saudação - "paz seja contigo") resume todas as bênçãos da era messiânica, quando a reconciliação com DEUS e seu governo justo assegurarão uma paz justa e duradoura. O templo era a fonte da qual todas as bênçãos haveriam de fluir (Ez 47:1), fazendo de Jerusalém o centro do bem-estar mundial, a "cidade da paz". Já que nos últimos
dias a salvação estaria tão relacionada com o templo, sua reconstrução não podia ser adiada.
 
III. DEZEMBRO DE 520: PROMESSA E PREDIÇÃO (2:10-23)
a. De agora em diante; bênçãos (2:10-19)
Antes de desenvolver com mais detalhes sua visão do futuro, Ageu recapitula seu sermão anterior (l :2-11). Ele olha para trás (2: 10-18) para dar ênfase na mudança completa que poderá ser vista no próprio dia em
que ele está falando. Para ser exato ele acrescenta a data. Cada ouvinte do profeta terá uma temporada tão bem sucedida em sua plantação que erá óbvio que DEUS está abençoando.
Alguns comentadores dividem esta passagem em duas seções e colocam os vv 15-19 depois de 1:15 (cf Introdução pg. 25). A vantagem pretendida é que a promessa de bênção seguiria imediatamente após o Inicio das obras, enquanto que como o texto está a promessa é dada por ocasião da plantação. A desvantagem é que neste caso os vv 10-14 ficam sem qualquer explicação ou aplicação. Dizer que eles se referem aos samaritanos é uma suposição sem base. (Veja o comentário sobre o v. 14). Além disto esta variação da sequencia do texto é totalmente arbitrária. 10.
A nova data (18 de dezembro, no nosso calendário) delimita um período de dois meses desde o sermão anterior de Ageu (2:1). As primeiras chuvas caíram em meados de outubro nos arredores de Jeru­salém, e assim que o solo estivesse suficientemente fofo ele era arado e semeado. 11 Até meados de dezembro este trabalho estaria no fim, e todos passavam a esperar por um bom ano, sem secas e doenças. Exatamente isto DEUS estava planejando dar, por eles o terem colocado em primeiro lugar (v. 19).
Zacarias tinha iniciado seu ministério em Jerusalém algumas se­manas antes (Zc 1:1).
11. Ageu, sem dúvida pregando no templo, convoca os sacerdotes para uma discussão aberta (Torá) sobre um assunto de culto (cf Zc 7:3, MI 2:7). Este uso da palavra Torá para uma instrução breve dos sacer­dotes provavelmente faz mais jus ao seu sentido original, que se desen­volveu até englobar toda a Lei de DEUS, a Torá, o grupo de preceitos divinos para a vida humana. Mais tarde a Torá acabou sendo identi­ficada com o que chamamos de Pentateuco. Por isto nossas versões trazem pergunta agora aos sacerdotes. a respeito da lei.
12. A pergunta de Ageu não visa tanto uma resposta, mas mais provocar interesse. Carne santificada se tomava "santa" quando era destinada para algum sacrifício. O animal usado no sacrifício pelo pecado era coisa "santíssima" (Lv 6:25). No fim do voto de um nazireu parte do cordeiro da oferta, junto com porções da oferta de cereal, era movida num gesto de apresentação ao Senhor, "santo para o sacer­dote" (N m 6:20). Estas porções santas provavelmente os sacerdotes carregavam com frequência nas dobras das suas roupas. De acordo com Lv 6:27 a própria roupa seria santa, mas esta santidade não passaria para nada que a roupa tocasse.
13. A contaminação ritual, pelo contrário, era transmitida pelo contato, como uma doença contagiosa (Lv 1:28, 22:4-7).14. Assim é este povo. A aplicação é dupla.
1) Israel tinha sido destinado para o Senhor, e por isto era santo (Êx 19:6), mas
2) a nação tinha se tornado impura, e tudo que tocasse, inclusive suas ofertas, se tornaria impuro.
A ruína do templo, testemunha dos pecados por omissão, estava como um cadáver bem no meio deles. Como eliminar a impureza, se os próprios sacrifícios eram impuros? A lei levítica previa rituais para certas emergências, mas estas tratavam somente de impureza externa, que seria eliminada pelo tempo e as abluções cerimoniais. Não havia remédio conhecido para Israel.  A única esperança era ser aceito pelo Senhor, e a bênção prometida (v. 19) deixa implícito que esta aceitação estava garantida. Acolhendo a repreensão do profeta e transformando boas intenções em ações Israel praticou sua fé e experimentou graça salvadora.
A mudança do texto, permitindo que "este povo" se refira aos.. samaritanos, está delineada na introdução, p 25, onde dissemos que nenhum texto conhecido foge à sequencia tradicional. A sugestão foi feita porque os samaritanos tinham causado a primeira paralisação das obras (Ed 4:1-5), razão pela qual Ageu poderia ter se referido à oposição feita por eles. Se sua intenção, de fato, foi esta, por que ele não foi mais claro? Por que não os mencionou nominalmente e fundamentou seu argumento com um de seus imperativos favoritos? Além disto, a expressão "este povo" foi usada por Jeremias para criticar os habitantes de Judá (Jr 6:19,21, 14:10,11), e pelo próprio Ageu (1:2) para criticar seus compatriotas. Não há indícios de que ele tenha usado esta expressão com outro sentido neste versículo. "Se a disputa com os samaritanos subjaz Ag 2: 10-14, isto é mais implícito que explícito. O peso da prova está com aqueles que o presumem."
15. Desde aquele dia. A expressão hebraica pode tanto se referir ao futuro como ao passado. 
Ela está como uma placa em uma encruzilhada, apontando tanto para a estrada já percorrida como para a que ainda está pela frente. Em primeiro lugar Ageu constatou que as coisas tinham ido de mal a pior desde que a obra no templo tinha sido adiada (Ed 4:24). A LXX acrescenta aqui "como vocês estavam?"
16. Antes daquele tempo (RAB), Quando. (RIB) são tentativas de traduzir uma expressão difícil, que os tradutores primitivos também não conseguiriam solucionar adequadamente (cf LXX no versículo anterior, lnduzindo esta expressão). Durante anos os cereais tinham produzido somente 50% do normal, as uvas ainda menos. O lagar (a palavra só aparece ainda em Is 63:3) inclui o lugar onde as uvas eram pisadas e o recipiente que recolhia o suco.
17. Eu vos feri. O Senhor da colheita tinha poder para reter e assim advertir quanto ao seu desagrado (Dt 28:22, Am 4:9). Ageu aqui está se referindo a Amós, e por isto é justificável que o verbo final defectivo (literalmente "e não vocês a mim") seja complementado de Amós 4:9).
18. Depois de olhar para trás, Ageu olha para a frente, desde este dia em diante. Ele faz uma declaração solene, datada com a precisão de um documento legal, afirmando que a semente recém-lançada dará muito fruto. Desde o dia em que se fundou.... Mais uma vez Ageu considera a construção do templo de crucial importância. Sobre o significado desta observação, veja a nota a seguir.
19. A semente não estava mais no celeiro, mas no solo; ninguém, no entanto, se atreveria a prever no meio do inverno a qualidade da colheita do ano seguinte. A coragem de Ageu mostra como ele tinha certeza de que sua mensagem era autêntica.
Nota adicional sobre "o dia em que se fundou o templo do Senhor" (2:18) 
Frequentemente é dito que não temos evidência em Ageu de um outro lançamento de pedra fundamental, e que o único acontecimento deste tipo está registrado em Ed 3:10-13. Por isso argumenta-se que o v.18 se refere a outro evento, de 520 a.C. Já que o livro de Ageu é considerado uma fonte histórica confiável, e a obra do cronista é tardia e evidencia interesses especiais (Esdras-Neemias geralmente é considerado obra do cronista que escreveu I e II Crônicas), houve quem dissesse que o silêncio de Ageu prova que não houve lançamento de alicerces em 538 a.C.
A palavra hebraica usada tanto em Ag 2:8 como em Ed 3:6 para "e se fundou" é o verbo yãsag, que em muitos contexto significa "lançar fundamentos". Observe que o hebraico não tem substantivo para a nossa palavra "alicerces". Duas sentenças em que o cronista usa este verbo nos podem ser elucidativas: "Quanto. .. à restauração da casa do Senhor" (II Cr 24:27), e, falando da coleta de dízimos, "no terceiro mês começaram a fazer os primeiro montões" (II Cr 31:27). Estas citações mostram que a palavra "alicerces" não é fundamental; ela nem aparece na tradução. Em uma sentença o verbo yãsag é traduzido "restaurar", na outra "fazer".
10 André Parrot. The Tempel oI Jerusalem. Trad. B. Hooke (SCM Press, 1957), pp. 76-96.
11 Temos evidências de que primeiro se semeava, depois se arava, em J. Jeremias, The Parables 01 JESUS. Trad. S. H. Hooke (SCM Press, edição revisada, 1963), pg.
12 Sobre o significado da palavra Tôrâ veja R. de Vaux, Ancient Israel. Trad J. McHugh (Darton, Longman and Todd, 1961), pp. 353-7.
13 Herbert H. May, ' "This People" and "This Nation" in Haggai', VT, XVIII (Abril de 1968), pg. 192.
14 BDB, pg. 751; veja também Addenda et Corrigenda, pg. 1125. 

20. Esta palavra veio a Ageu, e não "através" dele, o que contradiz o argumento de que o "através" menos comum não é tão importante. (Cf comentário sobre 1:1). Não há razão para duvidar que o profeta pudesse receber duas mensagens separadas no mesmo dia (cf 2: 10).
21. Este abalo de céus e terra não seria só um sinal para que as nações trouxessem suas riquezas (2:7-9), mas também uma indicação de que os últimos dias tinham chegado.
22. O profeta usa palavras tradicionais para a intervenção milagrosa de DEUS. Como no êxodo, cavalos, carros e cavaleiros serão destruídos (Êx 15:1-5); reinos serão derrubados, como o foram Sodoma e Gomorra (Dt 29:23, Is 13:19, Jr 20:16, Am 4:11); homens cairão um pela espada do outro (Jz 7:22, Ez 38:21, Zc 14:13). O fato de Judá ser pequeno e indefeso não faz diferença quando DEUS diz Eu destruirei. Ele agirá, Judá não precisará lutar.
23. O vocabulário continua tendo um significado especial. Tomar­-te-ei (lãqai); o verbo é usado aqui no sentido de escolha especial (Êx 6:7, Js 24:3, 11 Sm 7:8). Zorobabel não é só governador (v. 21) mas também meu servo, um título usado para Davi (Ex 34:23,37:24) e que é muito destacado em Is 40-55. Além disto, "servo" e escolhido estão em justaposição em Is 41:8, 42:1, 44:1. A tribo de Judá, o Monte Sião e Davi foram "escolhidos" de maneira semelhante (SI 78:68-70) para concretizar o plano de DEUS. O avô de Zorobabel, Joaquim (Conias), aparentemente fora rejeitado: "Ainda que Jeconias... fosse o anel do selo da minha mão direita, eu dali o arrancaria" (Jr 22:24). Agora a sentença é anulada. O anel do selo, em que estava gravada a marca real, era usado para validar todos os documentos oficiais (cf Et 8: 10). Ele era tão precioso que geralmente o rei o usava, para evitar que ele fosse
roubado. Esta figura vívida confirma a renovada eleição da linhagem de Davi, representada por Zorobabel nos dias de Ageu. Ele também seria preservado para cumprir o plano de DEUS.
Gerações posteriores tinham Zorobabel em alto conceito. Seu nome é incluído, ao lado de Josué, entre os homens famosos chamados de pais de Israel (Eclesiástico 49: 11), e até hoje ele consta do hino do Hanucá que conta as libertações que DEUS operou: "Eu quase morri, quando o fim trazido por Babilônia se aproximou; através de Zorobabel eu fui salvo depois de setenta anos."16
Ageu continua conclamando o povo de DEUS para o serviço. Entrega que não é total não é entrega. Pensar que qualquer coisa contribui para um serviço sério é errar o alvo completamente. Ele quer abençoar, mas não pode fazê-lo enquanto seu povo está apático e egocêntrico. E nesta situação eles só passarão por dificuldades, apesar de ele estar disposto a cobri-los de coisas boas. O remédio que Ageu receita para hoje, como o fez em seu tempo, é uma igreja mobilizada para a ação; ele lhe diria: "Sê forte, trabalha, não temas". O propósito de DEUS para o futuro será concretizado e será mais glorioso no cumprimento do que na promessa, na mesma proporção que JESUS CRISTO foi mais glorioso que o templo.
15 Foi iniciada no sexto mês do segundo ano de Dario (Ag 1:1.24), e concluída no décimo segundo mês (Adar) do sexto ano de Dario (Ed 6: 15).
 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
 
SAIBA MAIS PELA Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 52, p.41.
 
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DE DEUS 
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2012
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas
 
TEXTO ÁUREO 
1- Complete:
"Mas buscai __________________________ o Reino de DEUS, e a sua justiça, e ___________________________ essas coisas vos serão _______________________________" (Mt 6.33).
 
VERDADE PRÁTICA 
2- Complete:
A verdadeira ___________________________ liberta o povo da _________________________ e do comodismo __________________________.
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO 
3- Quantos anos se passaram desde os tempos da profecia de Joel até Ageu?
(    ) Passaram-se mais de 100 anos.
(    ) Passaram-se mais de 200 anos.
(    ) Passaram-se mais de 300 anos.
 
4- Quais os problemas reinantes agora, entre os judeus?
(    ) A indiferença, a preguiça o desprezo espiritual dos judeus em relação à guerra de DEUS.  
(    ) A doença, a frouxidão e o modismo espiritual dos judeus em relação à obra de DEUS.  
(    ) A indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de DEUS.  
 
I. O LIVRO DE AGEU  
5- Qual o contexto histórico do livro de Ageu? Complete:
No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período _____________________________-exílio. O rei ________________________, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá. ___________________________________ reinou até 530 a.C., ano em que faleceu. ___________________________, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de DEUS em Jerusalém (Ed 4.23). Após a morte de Cambises, _____________________________ Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C.), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como "__________________________" (Ed 6.1,12,13).
 
6- Como era a vida pessoal. de Ageu?
(    ) Só há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento.
(    ) Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento.
(    ) O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14).
(    ) Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio.
(    ) Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: "no ano segundo do rei Dario" em 520 a.C. (1.1; Zc 1.1).
(    ) O fato de Ageu apresentar-se como "profeta" (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado.
 
7- Quem era Zorobabel?
(    ) A profecia de Ageu foi dirigida "a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote" (v.1).
(    ) Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6, 7; 12.1).
(    ) A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27).
(    ) Dessa forma, JESUS é o "Filho de Davi", mas também de Zorobabel.
(    ) Dessa forma, JESUS é o "Filho de Davi", mas não de Zorobabel.
 
8- Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. Quando foram entregues os 4 oráculos do livro de Ageu?
(    ) O primeiro foi entregue "no quinto mês, no segundo dia do mês" (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto];
(    ) O primeiro foi entregue "no sexto mês, no primeiro dia do mês" (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto];
(    ) O segundo, "no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês" (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro];
(    ) O terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, O "vigésimo quarto dia do mês nono" (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro].
 
9- Qual a estrutura e mensagem do livro de Ageu?
(    ) O livro consiste de quatro curtos oráculos.
(    ) A revelação foi dada diretamente por DEUS (vv.1,3).
(    ) O tema do livro é a reconstrução do Templo.
(    ) Dos 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de DEUS, em Jerusalém.
(    ) Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez.
(    ) Em o Novo Testamento, Ageu é citado 3 vezes.
 
II.  RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES. 
10- Qual foi a desculpa do povo para não continuarem a construir a casa de DEUS?
(    ) O Senhor os amava tanto que os chama de "meu povo", referindo-se a eles como "amado povo".
(    ) Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2).
(    ) O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir.
(    ) Por isso, o Senhor evita chamar Judá de "meu povo", referindo-se a eles como "este povo". Em outras palavras, DEUS não gostou da desculpa da nação.
 
11- Como se deu a inversão de prioridades (vv.3,4), quanto a dedicação do povo judeu, após seu retorno do exílio?
(    ) O oráculo volta a dizer que a Palavra de DEUS veio a Ageu (v.3).
(    ) Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa.
(    ) Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4).
(    ) Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra.
(    ) Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Dario, o Altíssimo lhes atribuíra.
(    ) O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu.
 
12- Como DEUS faz um convite à reflexão?
(    ) DEUS convida Israel a uma diversão.
(    ) No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio DEUS quem fala.
(    ) Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.
 
III. A EXORTAÇÃO DIVINA 
13- Qual era a situação econômica e por que havia essa situação entre o povo do pós-exílio?
(    ) O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano.
(    ) Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco.
(    ) A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos.
(    ) A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de DEUS (v. 6).
(    ) Tudo isso "por causa da tenda, onde se abrigava o tabernáculo, que estava descoberta, e cada um de vós corre à sua própria casa" (v. 9).
(    ) Era o castigo pela desobediência.
(    ) Era o resultado da ingratidão do povo.
(    ) Tudo isso "por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa" (v. 9).
 
14- Qual a solução apresentada por DEUS para que o povo fosse abençoado, através de quem foi dada e qual a reação do povo?
(    ) Era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos.
(    ) Nem tudo estava perdido! DEUS enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo.
(    ) O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com DEUS: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de DEUS.
(    ) Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8).
(    ) Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos.
(    ) Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente.
(    ) O ESPÍRITO SANTO atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).
 
15- O que fez o rei Dario em relação a construção do segundo templo?
(    ) Na Pérsia, o novo rei Ciro pôs fim ao embargo.
(    ) Na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo.
(    ) Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra.
(    ) Ele ainda pediu oração ao povo de DEUS em seu favor.
 
16- Quando foi finalmente inaugurado o segundo templo, houveram mais templos em Jerusalém?
(    ) O Templo foi inaugurado em 510 a.C., "no quinto ano de Dario".
(    ) O Templo foi inaugurado em 516 a.C., "no sexto ano de Dario".
(    ) Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. 
 
CONCLUSÃO 
17- Complete:
A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como ______________________________ pesados, mas recebê-los como algo __________________________. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por JESUS a atuar na __________________________ do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e DEUS seja glorificado (Mt 5.16).
 
 
AJUDA
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