LI��O 12 - AS VIAGENS MISSION�RIAS DE PAULO

LIÇÃO 12 - AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO



LIÇÃO 12 - AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO
Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos
ATOS DOS APÓSTOLOS - Até aos confins da terra
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva







TEXTO ÁUREO
"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 1 3.2).

VERDADE PRÁTICA
A expansão da igreja é um processo que envolve a ação do ESPÍRITO SANTO e a obediência irrestrita do crente ao mandado evangelístico de JESUS.

LEITURA DIÁRIA
At 13.1-13- O ESPÍRITO SANTO comissiona os missionários (Paulo em Antioquia da Pisídia)
At 13.48,49- O Evangelho avança entre os gentios
At 15.410,41- Início da segunda viagem missionária
At 16.12-40 - Paulo em Filipos
At 17.15-34 - Paulo em Atenas
At 18.28- O sucesso da segunda viagem missionária (Paulo em Corinto)
At 19- Início da terceira viagem missionária (Paulo em Éfeso)
At 28.16-31 - Paulo em Roma
Mt 28.19- A vocação universal da Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 13.1-5; 46-49.
ATOS 13.1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. 2 - E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Sau10 para a obra a que os tenho chamado.
3 - Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. 4 - E assim estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. 5 - E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de DEUS nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador.

ATOS 13.46 - Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de DEUS; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios. 47- Porque o Senhor assim no.lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas. de salvação até aos confins da terra. 48 - E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna. 49 - E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província.

PALAVRA CHAVE - Missão Transmissão consciente e planejada das Boas Novas de CRISTO além fronteiras nacionais e culturais.

Comentários da Revista CPAD - 3º Trimestre de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - LIÇÃO 12 - AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO - 1996 - Pr. Ezequias Soares - CPAD.

"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13.2).
A obra de missões está no coração de DEUS.

ÉPOCA DO EVENTO: 46 a 68 d.C.
LOCAL: Palestina, Ásia Menor e Europa Oriental

OBJETIVOS - Ao término da aula o aluno deverá ser capaz de:
Descrever o alcance missiológico das viagens de Paulo.
Identificar os pontos geográficos principais de cada viagem missionária.

SUGESTÕES PRÁTICAS
1. Explique aos alunos que Paulo é considerado o maior missionário do Cristianismo, pelo muito que realizou em pouco tempo. Por falar as principais línguas da época e possuir uma cultura invejável, tinha o livre acesso à sociedade gentílica de qualquer nação. Por isso, pregou no Areópago, em Atenas, lugar sagrado dos filósofos gregos.
2. Informe aos alunos que Paulo realizou, ao todo, quatro viagens missionárias, levando-se em conta que, ao ser enviado preso para Roma, aproveitou a oportunidade, em todos os lugares em que o navio aportava, para pregar o Evangelho. A prova disso está na grande obra que realizou na ilha de Malta, onde ganhou todos os seus moradores para JESUS.
3. Esclareça-Ihes que o apóstolo Paulo realizou todas estas viagens, sob a égide do ESPÍRITO SANTO, pois, quando desejava ir para Bitínia, a terceira Pessoa da Trindade o constrangeu a seguir para a Macedônia, momento em que se iniciou a evangelização da Europa. Como resultado disso, o Evangelho chegou a Atenas.

ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR
Conhecer a DEUS e a sua Palavra são necessidades prementes do professor da Escola Dominical. Como ele poderá ser bem-sucedido, se não souber a respeito de quem fala e sobre a sua obra? Por isso, precisa ter uma experiência pessoal com o autor das Sagradas Escrituras, para ser um bom educador cristão.

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Disse Henrietta C. Mears: "O maior empreendimento do mundo são as missões estrangeiras, e aqui temos o início dessa grande obra. A idéia originou-se exatamente como devia: numa reunião de oração". A lição de hoje é um estudo das missões transculturais, realizadas por Paulo.
I. PRIMEIRA VIAGEM
1. A partida (13.4). O ponto de partida da primeira viagem de Paulo foi Antioquia da Síria (At 13.1-4). Barnabé e Marcos o acompanharam. Selêucia era uma cidade portuária, onde Paulo e seus companheiros embarcaram.
2. A campanha de Chipre. Chipre era a terra natal de Barnabé (At 4.36), região das primeiras atividades missionárias de Paulo. Em Salamina, anunciaram a Palavra de DEUS nas sinagogas (At 13.4,5). Depois, atravessaram a ilha até o outro extremo dela, chegando a Pafos (13.6-12), onde o apóstolo dos gentios pregou para o procônsul Sérgio Paulo e enfrentou Elimas, o mágico, que se opôs à pregação do Evangelho. Mas a mensagem divina triunfou e o encantador ficou cego por um determinado tempo.
3. Galácia do Sul (Pisídia e Licaônia). Depois, Paulo deixou a ilha e seguiu para o continente, passando por Perge, cidade da Panfilia. Marcos se assombrou com a hostilidade daquela sociedade pagã e voltou para a casa de sua mãe, em Jerusalém (13.13,14; 12.12). Na sinagoga de Antioquia da Pisídia, o apóstolo dos gentios pregou aos judeus.
Expulso de Antioquia da Pisídia, Paulo foi para Icônio (At 13.50; 14.1-5). Como as hostilidades era.m as mesmas da cidade anterior, havendo motim tanto dos judeus como dos gentios, foram para a região da Licaônia, e fundaram igrejas em Listra e Derbe.

A atividade missionária de Paulo em Listra resultou na cura de um coxo (14.8-10). Isso chamou a atenção das multidões, onde o apóstolo dos gentios aproveitou para anunciar a Palavra de DEUS. Os judeus de Antioquia da Pisídia e de Icônio o. atacaram, e ele foi arrastado da cidade, quase morto (At 14.19).

4. Fim da primeira viagem. Depois disso, Paulo e Barnabé foram para Derbe (14.20). De lá, retomaram ao ponto de partida, confirmando as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (14.22) e estabelecendo pastores nativos em cada uma delas (14.23). Essa primeira viagem começou em 46 e terminou em 48 d.C. e ocupa os capítulos 13 e 14 de Atos.
ll. SEGUNDA VIAGEM
1. Paulo e Barnabé se separam. Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo resolveu empreender outra viagem. Era a segunda, com dois objetivos: visitar as igrejas que ele fundara durante a sua primeira missão e abrir novos campos de trabalho. Barnabé queria levar seu sobrinho Marcos, mas o apóstolo dos gentios não concordou com a idéia, pois aquele jovem havia voltado do meio do caminho, na vez anterior. Isso foi motivo para se separarem, apesar de terem continuado amigos.
2. Visitando as igrejas. Paulo e Silas partiram de Antioquia da Síria, de onde havia uma estrada que ia até Tarso e Ásia Menor. Portanto, nessa segunda viagem, o apóstolo dos gentios viajou por terra, atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal, (não há registro de que ele tenha realizado trabalhos missionários em sua cidade), e seguiu direto para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, a fim de fortalecer as igrejas.
Em Listra, encontrou Timóteo e levou-o também. Os três atravessam a região frígio-gálata (região norte da Galácia). onde são "impedidos pelo ESPÍRITO SANTO de anunciar a palavra na Ásia" (At 16.6). Seguiram para Mísia e tentaram ir a Bitínia, "mas o ESPÍRITO de JESUS não lho permitiu" (At 16.7). Então, partiram para Trôade (At J 6.8).
3. Trôade e Neápolis. Antiga Tróia da Ilíada de Homero. Nessa
cidade, Paulo teve uma visão em que alguém lhe dizia: "Passa à Macedônia e ajuda-nos!" (16.9). Nessa localidade, Lucas se juntou à comitiva (16.10). Navegaram para Neápolis, durante dois dias de viagem, e chegaram a Filipos.
4. Filipos. Colônia romana e uma das principais cidades da Macedônia. Com essa visita, Paulo fundou a primeira igreja européia. Ao entrar, assim, neste continente, ele se deparou com outra realidade. Os romanos seriam uma nova experiência para o seu apostolado.
Nessa cidade, ele organizou uma igreja na casa de Lídia, vendedora de púrpura (16.14, 15). Nessa ocasião, libertou uma adivinha da opressão maligna e foi, por isso, para a cadeia, juntamente com Silas. O resultado foi a conversão do carcereiro (16.33, 34). Os direitos dos dois, como cidadãos romanos, foram desrespeitados. De lá, partiram para Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia (At 17.1).
5. Tessalônica e Beréia. Tessalônica era a principal cidade da Macedônia. Sua população era constituída de gregos, romanos e judeus. Como de costume, o apóstolo procurou uma sinagoga, para iniciar seu trabalho. Paulo só ficou três semanas nessa localidade. por causa da perseguição (17,2,5). De lá, partiram para Beréia (v.10).
Os bereanos foram mais receptivos que os tessalonicenses e Paulo. na sinagoga, anunciou o Evangelho do Senhor JESUS. Como Beréia estava próxima de Tessalônica, não demorou muito, para que os mesmos judeus, os quais perseguiram o apóstolo, viessem também para aquela cidade. Assim, ele saiu às pressas e sozinho, indo para Atenas, deixando Silas e Timóteo naquela localidade (At 17.13-15).
6. Atenas. Paulo navegou para Atenas, o centro cultural do mundo grego. Lá, pregou para os filósofos estóicos e epicureus (duas escolas filosóficas muito em voga nos dias do apóstolo), e fundou uma igreja, como resultado dessa pregação, mas com um grupo muito pequeno.
De Atenas, partiu para Corinto (At 18.1). A maneira como Paulo descreveu o estado psicológico em que se encontrava, ao chegar naquela cidade (1 Co 2.1-5), mostra que a sua emoção ia muito além das palavras de Lucas, em Atos 17.32,33.
7. Corinto. Era a capital da Grécia, naqueles dias, com uma população de, aproximadamente, 500 mil habitantes. Paulo permaneceu ali. durante um ano e meio, onde ensinou a Palavra de DEUS (At 18.11). Morou na casa de Áquila (judeu do Ponto e expulso de Roma, por determinação de Cláudio) e Priscila, sua mulher.
De Corinto, em 52 d.C., ele escreveu 1 Tessalonicenses (1 Ts 3.6). Em menos de um ano, ele enviou. a segunda carta para a mesma igreja.
De lá, foi para Cencréia, cidade portuária, de onde partiu para sua base(18.18), com breve parada em Éfeso, navegando, em seguida, rumo a Cesaréia, de onde seguiu para Jerusalém e depois Antioquia da Síria (18.22). É o fim de sua segunda viagem.
III. TERCEIRA VIAGEM
1. Éfeso. Paulo começou a terceira viagem a partir de Antioquia da Síria, como fez nas duas primeiras (At 13.2-4; 15.35-40; 18.23). Lucas omitiu detalhes dessa trajetória, até chegar a Éfeso.
a) Localização. CapitaI da Ásia Menor, era a cidade. mais importante da região, pois localizava-se no cruzamento das rotas comerciais. Nela, encontrava-se o templo da deusa Diana, chamada pelos romanos de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo.
b) Primeiros discípulos em.Éfeso. Por essa cidade havia passado Apolo (18.24) que foi instruído.por Áquila (18.26). Paulo encontrou nela um grupo de 12 novos convertidos, que conheciam apenas o batismo de João (19.1-7).
2. Regresso de Paulo. Novamente, Paulo viaja para Corinto, onde passou três meses (20.3), Aos coríntios ele escreveu duas cartas. De Éfeso, a primeira; e da Macedônia, a segunda, Nessa última visita a Corinto, escreveu a carta aos Romanos, em 58 d.C., à irmã Febe, de Cencréia; foi a portadora (Rm 16.1).
Na volta para Antioquia da Frígia, por terra, visitou as igrejas da Macedônia (20.1,2), até chegar a Mileto, depois de passar cinco dias em Filipos.
De Mileto, mandou chamar os anciãos da igreja em Éfeso, pois tinha pressa, e queria chegar o mais rápido possível a Jerusalém, para a festa de Pentecoste (20.16). Na praia local, fez o célebre discurso de despedida (20.17-38). Depois, segue para Cesaréia, passando pela Fenícia, e, em seguida, chega à Cidade Santa, onde é preso pelos judeus (At 21.1-8,27-36).
IV. QUARTA VIAGEM
1. Paulo é preso em Jerusalém. Isso aconteceu no Templo (21.27). Ele se defendeu diante do povo (21.40-22.2]) e do Sinédrio (22.3023.10). É enviado para Cesaréia, onde se apresenta diante de Félix (23.23-24.1-27), Festo e Agripa 11 (25.22-26-32).
2. Viagem para Roma. Como Paulo apelou para César (25.11; 26.32), na condição de prisioneiro romano, partiu de Cesaréia com destino a Roma (27.1-2). Foi uma viagem muito difícil. Era inverno, e o navio naufragou em Malta, onde esteve três meses (28.1-11). Até que chegou à capital do Império em 62 d.C.
3. Epístolas de Roma. Da capital do Império, escreveu as seguintes cartas: Efésios, Colossenses e Filemom, em 62 d.C.; Filipenses, em 63 d.C. Entre 67 e 68: 2 Timóteo, após o incêndio de Roma, quando estava preso pela segunda vez, durante a sua condicional. Em 64 d.C., escreveu da Macedônia: 1 Timóteo e a epístola a Tito.
CONCLUSÃO
Se Paulo vivesse em nossos dias, teria passaporte turco, pois Tarso situa-se hoje na Turquia. Será que, como cidadão deste país, ele permitiria que fosse uma das nações menos evangelizadas do mundo? A sua população é de 61 milhões de habitantes (1995), com 99,8% de muçulmanos. Os evangélicos não chegam aos 0,02%. Eis aí o desafio para as igrejas que querem imitar o apóstolo dos gentios! (1 Co 11.1).



ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1. Paulo não possuía os recursos de que dispomos na atualidade e fez muito mais do que todos nós juntos. Ele andava, na maioria das vezes,a pé, ou em velhas embarcações marítimas, ocasião em que enfrentou diversos perigos, tanto dos salteadores, nas estradas, como nos mares, por causa das tempestades e dos piratas.

2. Em todas as viagens que empreendeu, Paulo defrontou-se com muitas perseguições. Uma vez, foi apedrejado até considerarem-no morto. Em Filipos, apesar de ser um cidadão romano, foi despido e apanhou publicamente. No entanto, em vez de reclamar, na prisão daquela localidade, glorificou a DEUS e ganhou o carcereiro para JESUS.
3. Paulo, por tudo o que sofreu, durante o exercício do seu ministério como apóstolo dos gentios, tornou-se o modelo para todos nós. Basta, agora, descruzarmos os braços, orarmos, buscarmos a direção divina e realizarmos a obra que o Senhor JESUS nos confiou, desde o momento em que o aceitamos como nosso Salvador.

GLOSSÁRIO
Apaziguar: pôr em paz. Apologia: discurso para justificar, defender ou louvar.
Assombro: admiração, estranhamento; espanto, maravilha.
Aventureiro: aquele que vive dos acasos da sorte; incerto, indivíduo que ama a aventura.
Comitiva: conjunto de pessoas que acompanham outra por cortezia.
Concílio: reunião de uma igreja cristã pela convocação de uma representação determinada. para definir e deliberar sobre pontos atinentes à missão que lhe é própria.
Hostilidade: agressividade, provocação
Mágico: extraordinário, sobrenatural;encantador, fascinante, ilusionista.
Motim: tumulto, barulho, desordem.

Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
A primeira viagem missionária
A ocasião impressionante na obra de missões, quando Paulo e Barnabé se despediram da igreja em Antioquia. Houvera missionários ao estrangeiro antes disso, por exemplo, Abraão (Gn 12.3) e Jonas. Mas essa viagem missionária de Barnabé e Saulo era a primeira de nossa época. Outra ocasião emocionante foi quando o Senhor da seara enviou Paulo à Macedônia, isso é, para levar o Evangelho ao grande continente da Europa, capo 16. Durante longos séculos a Igreja se esqueceu dessa paixão, que dominava a vida de Paulo - até a hora palpitante, em 1792, quando Guilherme Carey pregou sobre Is 54.2,3, com o desafio à Igreja de CRISTO: "Esperai grandes coisas de DEUS... Esforçai-vos em fazer grandes coisas para DEUS" Carey foi à Índia... Nascera a obra atual das missões ao estrangeiro. Jamais houve oportunidade mais palpitante do que agora para levar a Mensagem aos milhões de almas que nunca a ouviram.

A CHAMADA DE BARNABÉ E SAULO, 13.1-3.
A igreja em Antioquia não desprezou a chamada de Barnabé e Saulo, pelo ESPÍRITO SANTO, a pregar o Evangelho ao estrangeiro. Havia meio milhão de almas perdidas na própria cidade de Antioquia, mas a igreja nem por isso, queria desculpar-se da ordem divina de pregar o Evangelho a todas as nações.
13.1 "Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.2 "E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.3 "Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
E na igreja que estava em Antioquia (v.1): Encontra-se a história da auspiciosa fundação desta, a primeira igreja gentílica, no capítulo 11.19-26.
Antioquia da Síria, conhecida como A rainha do oriente, era a terceira cidade do mundo de então, sendo Roma a primeira e Alexandria a segunda. Antioquia tinha 500 mil habitantes de tantas nacionalidades que se dizia ser possível conhecer os costumes do mundo inteiro pela mistura de povos que freqüentavam sua praças. Nunca houve cidade que precisasse mais de reforma moral do que Antioquia da Síria. Contudo, tomou-se a segunda capital do cristianismo e sede das missões da Igreja. Estranho como pareça, a fundação de igreja em Antioquia foi o resultado direto do plano de destruir totalmente o cristianismo. (Vede capo 8.1). As autoridades tinham falhado em acabar com esta "seita", porque era um povo batizado com o ESPÍRITO SANTO e com fogo, e essa sorte de fogo não se apaga, mas se alastra cada vez mais.
Havia alguns profetas e doutores (v. 1 ): Pusera DEUS na nova igreja gentílica profetas e doutores. (Vede 1 Co 12.28; Ef 4.11). Os "doutores" da Igreja Primitiva não eram homens orgulhosos e cheios da sabedoria humana, mas "mestres" (Revisão Autorizada), cheios do ESPÍRITO SANTO, que ensinavam a Palavra de DEUS.

Manaém, que fora criado com Herodes (v.1): Manaém era "colaço de Herodes" (Revisão Autorizada). Isso é, o fervoroso Manaém e o monstro Herodes eram irmãos de leite! Somos enviados a toda a criatura, não sabendo a quem a Mensagem pode atingir!

E, servindo eles ao Senhor (v.2): Qual a maneira de os discípulos em Antioquia servirem, ou ministrarem perante o Senhor? Oravam e suplicavam? Cantavam? Louvavam e adoravam ao Senhor? "Bombardeavam" (Rm 15.30; Hb 10.19) os céus, lutando em oração? Ou esperavam diante de DEUS, humilhando-se até ouvir a voz divina? É muito provável que faziam tudo isso. Mas certamente sem formalismo; tudo era a expressão de corações sinceros e transbordantes. Como os sacerdotes ministravam no templo, assim na igreja os discípulos oravam, liam as Escrituras,jejuavam, etc. As igrejas hoje que seguem esse exemplo dos crentes em Antioquia, podem testificar que CRISTO é o mesmo em todos os séculos.
Alguns têm de ficar trabalhando na cidade; outros têm de sair para a obra no estrangeiro. Mas é o ESPÍRITO SANTO que faz a escolha.
Convém que o crente ore e se esforce quanto à chamada de DEUS, mas não deve andar cuidadoso quanto à sua honra e posição na igreja. O ESPÍRITO coloca todos nos seus próprios lugares. "Espera no Senhor..." (SI 27.14), passando o dia em oração e jejum.
A reunião na igreja em Antioquia não é exemplo de uma igreja discutir as qualificações dos homens para a evangelização, mas sim, de deixar o Senhor separar os Seus servos que Ele havia escolhido. A igreja sempre erra quando não pede conselho à boca de Jeová. (Vede Josué 9, notando especialmente v.14).
Os seminários não podem "fabricar" ministros da Palavra; esses são chamados pelo ESPÍRITO SANTO.
E jejuando (v.2): Porque é tão raro uma igreja convocar seus membros para jejuarem? Vede Juízes 20.26;Joel1.14; 2.15,16;Jonas 3.5; Atos 13.2; etc. Foi depois de Moisés jejuar e orar quarenta dias e noites que seu rosto brilhava até precisar cobri-lo com véu, Êx 34.28-35. Foi depois de Daniel jejuar e orar que, foi honrado com a preciosa visão das setenta semanas, Dn 9.3,20-27. Foi, também, depois de jejuar e orar que teve a visão do grande anjo, Dn 10.2,3,12. Foi quando Ana jejuava que a sua oração por um filho foi ouvida, 1 Sm 1.17,18. Foi quando Cornélio jejuava e orava que DEUS lhe enviou o anjo, Atos 10.30.
O jejum formal pouco ou nada vale. O jejum, porém, com o alvo de evitar as coisas que nos impedem de buscar a presença de DEUS, em oração, é indispensável. Carlos Fumey, que durante o seu ministério conduziu centenas de milhares de almas para receberem salvação aos pés de CRISTO, reconhecia o grande valor do jejum. Era a convicção dele que todos os crentes podiam assim receber o poder de gravar na mente dos homens o desejo de serem salvos. Ele diz: "Às vezes este poder é transmitido só por uma frase, uma palavra, um gesto, ou por um olhar, de uma maneira para vencer. Para a honra de DEUS somente, quero relatar um pouco da minha experiência nisso. Fui profundamente convertido na manhã do dia 10 de outubro de 1821. Na tarde do mesmo dia fui batizado tão grandemente no ESPÍRITO SANTO que parecia passarem grandes ondas pelo corpo e pela alma. Imediatamente me achei revestido com tal poder do alto que poucas palavras proferidas a uma pessoa, resultavam imediatamente na sua conversão. As palavras pareciam segurar, como flechas farpadas, as almas dos homens. Feriam como uma espada. Quebravam-lhes o coração como martelo. Multidões podiam testificar disso. Às vezes me encontrava quase inteiramente sem esse poder. Se visitava o próximo, não podia influenciá-lo para a salvação. Se exortava ou orava era sem resultado. Então, receoso de que o poder se tivesse afastado de mim, consagrava um dia para jejuar e orar em secreto, procurando saber por que parecia tão vazio. Depois de me humilhar e clamar pedindo a DEUS, o poder voltava sobre mim com o mesmo vigor. Isso é a experiência da minha vida.
Disse o ESPÍRITO (v.2): Como falou? Não sabemos se foi por uma voz que encheu o recinto, ou se foi por um crente movido pelo ESPÍRITO SANTO, que se levantou e falou e todos ficaram convencidos de que ele dizia a vontade do ESPÍRITO, ou se foi por meio de profecia, ou se foi por meio de mensagem em línguas com interpretação, 1 Co 14.5, ou se foi por meio de uma voz (Vede 1 Reis 19.12) que falou definitivamente a sua alma. A igreja, certamente, sabia discernir se o espírito que falou era o ESPÍRITO SANTO de DEUS ou se era um espírito mentiroso de Satanás. (Vede 1 Reis 22.21-23 e 1 Co 12.10).
Antes da Sua retirada do mundo, CRISTO prometeu mandar o ESPÍRITO SANTO para ocupar o Seu lugar aqui na terra. Em Atos dos apóstolos encontra-se o cumprimento da promessa: capo 8.29; 10.19; 15.28; 16.6,7; 20.23; etc. É certo que estamos agora na dispensação da terceira Pessoa da Trindade, o ESPÍRITO SANTO. Portanto estamos tanto sob a direção dEle como os apóstolos estavam da segunda Pessoa, JESUS.
Para a obra que os tenho chamado (v.2): Paulo e Barnabé já estavam cientes da chamada; nesta ocasião a chamada foi-Ihes confirmada. Quando o crente é chamado pelo ESPÍRITO, o mesmo ESPÍRITO revela à igreja.
É provável que a igreja estivesse ministrando perante o Senhor, anelando por saber a vontade dEle em dar o passo para evangelizar os milhões de gentios do mundo afora, na Síria, na Ásia e na Europa. (Vede Atos 1.8). As igrejas têm muita razão de imitar o mesmo exemplo, lutando juntas em oração pelos dois bilhões de habitantes do mundo, dos quais ao menos oitocentos milhões nunca foram evangelizados, e os que são, precisam de mais pastores.
Um dos assuntos mais importantes de as igrejas enviar missionários hoje é o seu sustento. Em Antioquia, parece que nem foi mencionado porque estavam tão certos de que o Senhor ia suprir.

Então jejuando e orando, e pondo eles as mãos (v.3): A igreja não despediu seus missionários com festa e banquete, mas com oração e jejum. Foi com culto de consagração, no qual a igreja reconheceu oficialmente e com solenidade a chamada dos dois por DEUS. Não é bom que o crente, chamado, saia sem a igreja o enviar. O obreiro não pode ser livre no sentido de ele não precisar das orações, conselho e sustento dos irmãos em CRISTO. Notemos as palavras: "os despediram" e "enviados pelo ESPÍRITO SANTO", v.4. Eram enviados, sim, pelo ESPÍRITO, mas não sem a igreja, também enviá-Ios. (Compare Rm 10.15).

ELIMAS, O MÁGICO, 13.4-12.
Quando Barnabé e Saulo iniciaram sua viagem, deram um passo que mudou todo o curso da história do mundo até agora e que terá grande influência sobre as gerações que ainda não nasceram.
Foi um judeu que levou o Evangelho a Roma, um romano que o levou à França, um francês que o levou à Escandinávia, um escandinavo que o levou à Escócia, um escocês que o levou à Irlanda. Não há povo que recebesse o Evangelho a não ser por intermédio de estrangeiro.

Insultos, blasfêmias, para convencer Sérgio Paulo do absurdo da nova fé. Elimas era:
1) Um mágico, isto é, pessoa que pretendia exercer o poder do mundo invisível.
2) Um falso profeta, ostentava-se como porta-voz e mensageiro de DEUS. Vede o castigo de DEUS para os falsos profetas, Dt 13.
3) Seu nome "Elimas" é arábico e quer dizer "mágico", como aparece no v.6.
4) Menciona-se o fato de ele ser judeu, parece para dar ênfase de ele ser um homem que conhecia o verdadeiro DEUS na Lei e nos Profetas, assim com mais culpa ainda.
Saulo) que também se chama Paulo (v.9): Saulo, depois da conversão de Sérgio Paulo, assumiu o nome de "Paulo" ("pequeno"). Não era conhecido mais pelo nome judaico "Saulo" ("pedido"), mas pelo nome gentílico, "Paulo". Gloriava-se da sua origem judaica. (Fp 3.4-6), e naturalmente do seu nome hebraico. Mas rejeitou tudo (Fp 3.7,8), inclusive seu nome, reputando perda por CRISTO. Fez-se tudo para com todos, com fim de, por todos os modos, salvar alguns, 1Co 9.22.
Até esta altura menciona-se Barnabé e Saulo, sempre dando a Barnabé o primeiro lugar. Mas entravam em um empreendimento ao qual DEUS chamara especialmente a Saulo, o de levar Seu nome diante dos gentios, e dos reis, capo 9.15. Não é mais "Barnabé e Saulo", mas sim, "Paulo e Barnabé". Felizmente Barnabé "era homem de bem e cheio do espírito SANTO...", capo 11.24. Assim, reconhecia que Paulo, instruído, experiente e chamado por DEUS, tinha todas as qualificações para passar a frente na obra entre os gentios. As Escrituras não indicam que Barnabé sentia inveja, ocupando o segundo lugar na gloriosa obra.
Cheio do ESPÍRITO SANTO (v.9): Paulo foi cheio novamente. Tomou a frente de Barnabé porque foi cheio do ESPÍRITO SANTO. É um dos inumeráveis exemplos do fato de CRISTO ficar à destra do Pai (Atos 2.33) para derramar novamente o ESPÍRITO SANTO em qualquer emergência.
Como no caso de Sérgio Paulo, milhares de almas estão atraídas atualmente pelo encanto e fascinação do sobrenatural das seitas sem CRISTO. Elimas amava a sórdida ganância, mas o ESPÍRITO SANTO agia por amor ao homem. O que Elimas tinha de sobrenatural era falso; o do ESPÍRITO SANTO, verdadeiro. O alvo de Elimas era desviar da fé; o do ESPÍRITO SANTO, de estabelecer o homem na fé. O sobrenatural na magia do ocultismo, do espiritismo, etc..., é uma das maiores ameaças à fé em cristo. Há vitória certa para a Igreja de CRISTO, mas somente seguindo o exemplo de Paulo, isto é, somente no poder de crentes cheios do ESPÍRITO SANTO. Note-se que Paulo não falava, nesta ocasião, com sabedoria humana adquirida nos seus estudos. A sabedoria humana, nem o fervor humano, não são suficientes para desempenhar a obra de DEUS. O Senhor quer, em todas as emergências, enchermos novamente de Seu ESPÍRITO.
Ó filho do diabo (v.10): amava-se Elimas, "Barjesus" (v.6), isto é, "Filho do senhor que salva". Mas Paulo desmascarou o mágico, chamando-o "filho do diabo". Como porta-voz de DEUS, Paulo descobriu a verdade acerca desse judeu apóstata. Mas, note-se bem; Paulo não falava precipitadamente na paixão da carne, mas cheio do espírito SANTO. Vede o que diz acerca de maldizentes, 1 Co 6.9,10; 1 Pe 3.9. Compare Judas 9.
Ficarás cego (v.U): O apóstolo, inspirado pelo ESPÍRITO, pronunciou a sentença. (Compare capo 5.3-5).
Sem ver o sol por algum tempo (v.U): A cegueira não devia ser permanente, apenas "por algum tempo". DEUS desejava que Elimas se arrependesse.
A escuridão e as trevas caíram sobre ele (v.11): O mesmo acontecera aos sodomitas quando perseguiram Ló (Gn 19.11), e aos sírios quando perseguiram Eliseu, 2 Reis 6.18.
Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado... (v.12): Sérgio Paulo estava estupefato; a palavra indica grande emoção. Note-se que foi a doutrina que o comoveu profundamente, não apenas o milagre. Prodígios sem a Palavra, nada valem. Mas não há coisa alguma que esclarece e reveste a Palavra de poder como a operação milagrosa do ESPÍRITO SANTO.

PAULO E BARNABÉ VÃO PARA OS GENTIOS, 13.44-52.
Ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de DEUS (v.44): Grandemente abençoado é o culto em que há verdadeira fome da Palavra de DEUS. Grandemente abençoada é a cidade cujo povo procura a casa de DEUS, em vez dos lugares de divertimentos. Grandemente abençoado é o pregador que pode dirigir-se a "quase toda a cidade", em vez de a alguns bancos desocupados. Grandemente abençoada é a obra que deixa os recém-convertidos cheios do ESPÍRITO SANTO, v.52. A súmula é: Grandemente abençoado é o filho de DEUS que faz a sua obra no poder do ESPÍRITO SANTO, como fizeram Paulo e Barnabé. Os pregadores foram expulsos da cidade, mas o Consolador ficava nos novos convertidos, os quais transbordavam de gozo. (Vede Fp 4.4; Atos 16.25; Mt 5.11,12).
(S) soldado cristão ama ardentemente o grande General e a Pátria Celestial. Ele é fiel até a morte, isto é, é fiel mesmo se lhe custe a vida, Ap 2.5. Não vacila, mesmo se o inimigo da humanidade lhe bombardeie com "bombas de quatro toneladas" de censura, de calúnia e de perseguição. Foi depois de Paulo ser apedrejado e deixado como morto em Listra (v.19), que escreveu: "Sofre pois, comigo, as aflições como bom soldado de JESUS CRISTO", 2 Tm 2.3. Depois do apedrejamento, o invencível apóstolo se levantou do chão e continuou "o bom combate" (2 Tm 4.6) sem perder um dia.

Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica - edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - SP
A MISSÃO A ÁSIA MENOR E SUAS CONSEQÜÊNCIAS (13:1-15:35)
A vocação à missão (13:1-3)
Atos caps. 13-14 contém o relato do primeiro período de atividade missionária de Paulo, levado a efeito juntamente com Barnabé. De toda a obra missionária de Paulo, este período tem mais direito de ser chamado uma ''viagem missionária", conforme é o costume em mapas bíblicos. Os períodos posteriores foram muito mais dedicados às extensas atividades nas cidades-chaves importantes do mundo antigo, e recebemos um quadro falso da estratégia de Paulo se imaginamos que ele corria rapidamente em viagens missionárias de um lugar para outro, deixando por detrás dele pequenos grupos de convertidos semi-instruídos; era sua política geral permanecer numa só localidade até que tivesse estabelecido os alicerces firmes de uma comunidade cristã, ou até que fosse forçado a ir embora por circunstâncias além do seu controle. A mesma estratégia básica foi, na realidade, seguida nesta campanha missionária em Ásia Menor (cf. 13:50; 14:3, 5-7,20).
A importância da presente narrativa é que descreve o primeiro ato planejado de "missão estrangeira" levado a efeito por representantes de uma igreja específica, e não por indivíduos isolados, e iniciado por uma decisão deliberada da igreja, inspirada pelo ESPÍRITO, mais do que casualmente como resultado da perseguição.138 Lucas, portanto, descreve com pormenores solenes como os missionários foram nomeados. numa reunião da igreja sob a orientação do ESPÍRITO SANTO. Está bem consciente que sua descrição diz respeito a um evento crucial na história da igreja.
1. A narrativa começa com uma descrição de como a igreja em Antioquia era servida por um grupo de profetas e mestres. Alistam-se cinco nomes. Em primeiro lugar vem Barnabé que, como líder cristão de Jerusalém talvez seja considerado o mais importante do grupo, ou talvez o cristão de mais tempo na fé (quanto aos primeiros convertidos poderem tonar-se líderes da igreja, ver 1 Co 16:15-16). Em segundo lugar, há Simeão, homem este com um nome judaico e, portanto, um judeu, com toda a probabilidade; seu outro nome, Níger, é latino, e significa "de compleição escura"; tendo em vista ser ele mencionado precisamente antes de um cireniano, tem-se pensado ser ele também um cireniano e, portanto, identificável com o Simão que carregou a cruz de CRISTO (Lc 23:36), mas, se for este o caso, é surpreendente que Lucas tenha dado ortografia diferente a cada um dos dois nomes. Em terceiro lugar, há Lúcio de Cirene, que, segundo se presume, era um dos membros 'fundadores da igreja (11:20). Já foi feita a conjectura no sentido de que Lúcio deva ser identificado com o próprio Lucas, identificação esta que foi feita por pelo menos um dos escribas primitivos, mas é improvável.11:39 Em quarto lugar, temos Manaém, um nome judaico que significa "consolador", um associado de Herodes Antipas; o termo colaço, ou "membro da corte" talvez se refira a um menino da mesma idade, criado como companheiro de um príncipe ou, de modo mais geral, a um cortesão ou amigo de um soberano; seja qual for o significado preciso, é possível que Manaém fosse a fonte informativa de Lucas, para a matéria a respeito de Herodes Antipas que não se acha nos demais Evangelhos. Finalmente, há Paulo, que aqui recebe seu nome judaico de Saulo, conforme tem sido a praxe usual de Lucas até este ponto (ver v. 9). Lucas não nos conta quais destes homens eram profetas e quais eram mestres. A probabilidade é que não era muito nítida a linha divisória, sendo que os dois grupos se dedicavam à exposição do significado das Escrituras proféticas e à exortação; os profetas, porém, também tinham o dom de pronunciamentos carismáticos. Podemos contrastar a atividade magisterial de Barnabé e Paulo (11:36) com as mensagens inspiradas de profetas tais como Ágabo (11:27-28).
2. Não fica claro se o sujeito da frase, eles, diz respeito aos profetas e mestres, ou se inclui os membros da igreja, de modo geral. Visto que a lista de nomes no v. 1 visa primariamente demonstrar quem estava disponível para o serviço missionário, e visto que as mudanças de sujeito não são incomuns em Grego, é preferível supor que Lucas está pensando numa atividade que inclui os membros da igreja na sua totalidade. Esta interpretação se harmoniza com o fato de que, noutros trechos, decisões semelhantes são feitas pela igreja na sua totalidade (1:15; 6:2,5; cf. 14:27; 15:22).
Segundo este ponto de vista, os membros da igreja estavam reunidos para servir ao Senhor e jejuar. Servir ao Senhor é um ato de adoração, e a palavra grega originalmente se empregava para o serviço público que as pessoas realizavam às suas próprias custas, e depois, no Antigo Testamento Grego, aplicava-se ao serviço ritual dos sacerdotes e levitas no templo (cf. Lc 1 :23). O pensamento aqui é que a igreja serve a DEUS quando se reúne, e, sendo que noutros trechos o jejum se associa com a oração, é provável que a oração seja considerada a atividade religiosa da igreja. O jejum, ou abstinência voluntária do alimento, também se associa com a oração em 14:23, quando foram nomeados os líderes da igreja local, mas fora disto, não é atestado como praxe da igreja primitiva (ver, porém, 2 Co 6:5; 11:27 para a experiência pessoal de Paulo). Aqui, demarca a importância da ocasião, quando a igreja sentiu a necessidade de deixar de lado até mesmo as exigências da fome a fim de concentrar-se no culto a DEUS e no recebimento da orientação da parte dEle.
Para uma igreja que esperava no Senhor, veio a Sua palavra. O ESPÍRITO é nomeado como sendo o autor, pois é Ele quem nomeia os líderes da igreja (20:28) e guia a igreja em pontos cruciais. O ESPÍRITO, no entanto, fala por intermédio de homens (4:25), e deve-se supor que um dos profetas na igreja recebeu a mensagem que conclamou a igreja a separar dois dos seus líderes para uma tarefa à qual DEUS os chamava. Muitas vezes tem sido notado como a igreja tinha que se dispor a abrir mão dos serviços de dois dos seus mestres mais destacados, por amor à obra de DEUS noutros locais. A natureza da tarefa140 não é mencionada neste ponto, possivelmente por causa do efeito literário, mas fica claro que a obra missionária deve ter sido indicada; não se declara se os missionários receberam nesta ocasião, ou mais tarde (13:4) instruções quanto ao roteiro. A lição principal que Lucas inculca é que a missão é inaugurada pelo próprio DEUS.
3. A despedida dos missionários foi precedida por mais uma sessão de oração e jejum, tratando-se desta vez, sem dúvida, de um período de intercessão em prol da sua obra futura. Depois, os missionários foram comissionados pela igreja pela imposição das mãos (6:6), um ato de bênção mediante o qual a igreja se associava com eles e os recomendava à graça de DEUS (14:26), e não uma ordenação para um serviço vitalício, e muito menos uma nomeação ao apostolado.
Já tinha havido algum trabalho de evangelização em Chipre anteriormente (11:19) e alguns membros da igreja em Antioquia tinham laços familiares com a ilha, inclusive o próprio Barnabé (4:36). Do ponto de vista humano, no entanto, era natural que a missão começasse ali, mas foi pelo ESPÍRITO que os missionários se sentiram guindados para irem para lá. Seguiu-se um padrão de estabelecer contatos com as sinagogas, mas o interesse principal da história centraliza-se na audiência que Paulo teve com o governador romano e sua confrontação com um mágico que se opôs à pregação do evangelho. A história mostra como a classe governante romana tinha interesse simpático pelo evangelho, e como o poder do evangelho era superior àquele da magia pagã. Ao mesmo tempo, Lucas demonstra como Paulo veio a assumir a posição de liderança na missão; sejam quais tenham sido as qualidades excelentes de Barnabé noutros aspectos (especialmente como ensinador cristão), tinha que reconhecer que Paulo possuía, em medida fora do comum, os dons de um evangelista.
4-5. Lucas ressalta, mais uma vez, que foi o ESPÍRITO SANTO quem dirigiu a partida dos missionários, e os colocou em uma situação de conflito com a força do mal (v. 9). Podemos ver um paralelo com a unção de JESUS com o ESPÍRITO ao começar Seu ministério, seguida por um conflito com Satanás (Lc 3:22; 4:1-2, 14)? Visto que Antioquia ficava cerca de 26 km longe do mar, Barnabé e Paulo começaram a viagem marítima do porto mais próximo, Selêucia. Foi uma viagem de cerca de 96 km para Chipre, uma ilha grande, de 223 km de comprimento e 96 km de largura. Tinha importância econômica por causa das suas minas de cobre, e fora anexada pelos romanos; já a esta altura tinha se tornada em província senatorial. Antes, tinha sido colonizada por gregos, e Salamina, no litoral oriental, era uma cidade grega. Havia também uma população judaica substancial, conforme indica o comentário no sentido de haver mais de uma sinagoga. Barnabé e Paulo começaram sua obra missionária mediante pregações nas sinagogas; este padrão haveria de ser seguido freqüentemente (13:14,46; 14:1; 16:13 (ver); 17:1, 10; 18:4, 19; 19:8; 28:17). Não somente seguia o princípio de "primeiro ao judeu", mas também fazia sentido prático ao estabelecer um ponto de contato para o evangelho.141
Não se nos informa se a pregação foi eficaz neste caso. Ao invés disto, temos a informação de que João os ajudava. Trata-se de João Marcos (12:12; 13:13; 15:37-39). A referência parece estranha neste ponto. É claro que Lucas a incluiu para explicar as referências posteriores ã sua separação do grupo, mas o problema é por que não o fez no começo da história. Há, talvez, uma sugestão de que não foi enviado pelo ESPÍRITO, e de que foi por isso que não completou a sua missão? Ou será que Lucas evita dizer diretamente que Marcos fora enviado pelo ESPÍRITO, a fim de evitar a sugestão de que, mais tarde, resistiu a orientação do ESPÍRITO? João Marcos, porém, era mero auxiliar, e não fazia parte do grupo de profetas e mestres alistados em 13:1-3, e, portanto, não era necessário mencioná-Io ali. Além disto, era praxe de Paulo levar consigo jovens para serem seus assistentes na obra, e não há boa razão para duvidar que esta nomeação tivesse sido feita com boa fé. Visto que Barnabé pertencia a Chipre, e mais tarde levou João Marcos com ele de volta para lá, é possível que o próprio jovem tivesse vínculos familiares com a ilha, e que por isso é que foi escolhido para acompanhar os demais missionários. Talvez seja este vínculo familiar com Chipre que levou ã menção do seu nome neste ponto específico da história. É incerto o papel de João Marcos como auxiliar. Os comentaristas diferem entre si quanto ao seu papel de ajudar os missionários no nível prático (cf. o emprego do verbo equivalente em 20:34; 24:23) ou na obra do evangelho, mas talvez tivesse as duas funções; é improvável que Lucas aqui queira designá-lo como "servo da palavra" (Lc 1 :2).
aqui como sendo a palavra de DEUS (4:31; 13:5,7, etc.). Lucas escreve com exagero perdoável, e não precisamos ficar com dor de cabeça, como alguns literalistas céticos, que ficam querendo saber como as multidões poderiam acomodar-se na sinagoga. O efeito das multidões, porém, foi levar os judeus a ter inveja dos missionários; decerto, os esforços missionários dos judeus tinham tido muito menos sucesso. Ao mesmo tempo, provavelmente discordavam com a mensagem que estava sendo pregada, e, destarte, argumentavam contra os missionários, e os difamavam (ARA blasfemando).
Sem dúvida, foi apenas uma seção dos judeus que adotou esta atitude, conforme demonstra v. 43. Mesmo assim, ficou claro que o judaísmo oficial, representado pela sinagoga, estava rejeitando o evangelho. Paulo e Barnabé acharam necessário falar aberta e ousadamente, para declarar a sua intenção de levar aos gentios o evangelho. Já cumpriram seu dever de irem "primeiramente aos judeus"; o fundamento deste dever nunca é totalmente esclarecido no Novo Testamento, mas supõe-se que se fundamenta na natureza de Israel, o povo do DEUS da aliança, ao qual continuou a oferecer as promessas da salvação. Agora, depois de os judeus, como um grupo, dizerem "Não" ao evangelho, sendo desqualificados para receber a vida eterna, os missionários ficaram desobrigados quanto a eles, e podiam dedicar aos gentios a totalidade da sua atenção. Esta ação, no entanto, não deve ser considerada um tipo derivado à rejeição do evangelho da parte dos judeus. Desde o início, os missionários perceberam que a sua tarefa incluía os gentios, pois o Antigo Testamento claramente declarara que a tarefa do Servo de DEUS era ser uma luz para as nações e ser um meio de salvação em toda parte do mundo. Esta citação de Isaías 49:6 faz parte de uma das passagens que descrevem a obra do Servo de DEUS que, em Isaías 44:1, claramente se identifica como sendo Israel. Em Isaías 49:5-6, porém, o Servo tem uma missão para Israel, e, portanto, deve ser identificado como sendo uma pessoa ou grupo de pessoas dentro de Israel. Os cristãos primitivos viam em JESUS o cumprimento da profecia (cf. a citação de Is 42:14 em Mt 12:17-21, e de Is 53:7-8 em At 8:32-35); a passagem aqui citada, porém, assevera que a missão do Servo, também é a tarefa dos seguidores de JESUS. Assim, a tarefa que Israel não cumpriu, passou para JESUS, e, depois, para Seu povo como o novo Israel; é a tarefa de trazer a todos os povos da terra a luz da revelação e da salvação (cf. a alusão clara a Is 49:6 em Lc 2(29-32).
48-52. A resposta dos gentios que ouviram a mensagem foi imediata e de todo o coração. Regozijavam-se com as boas novas e louvavam a palavra do Senhor. Esta frase tem paralelo em 2 Tessalonicenses 3:1 e significa que glória é dada ao Senhor quando as pessoas aceitam a Sua palavra e crêem nela. Aqueles que creram s[o descritos como os que haviam sido destinados para a vida eterna. A frase significa que nem todos na cidade creram no evangelho. Pode ser entendida no sentido de que DEUS predestinara alguns dentre eles para crerem (cf. 16:14; 18:10). Pode referir-se, outrossim, àqueles que já confiavam em DEUS de conformidade com a revelação da Sua graça no Antigo Testamento, e já foram arrolados entre Seu povo ou talvez signifique que os gentios acreditaram em virtude do fato de o plano divino da salvação também incluir a eles. Seja qual for a nuança exata das palavras, não há sugestão alguma de que receberam a vida eterna independentemente do seu próprio ato de fé consciente. Como resultado da conversão deles, a mensagem do evangelho foi espalhada por toda a região: os convertidos devem ser evangelistas. O resultado disto, no entanto, foi exasperar os sentimentos dos judeus contra os missionários. Havia certo número de mulheres da classe superior que adoravam na sinagoga, conforme não era raro noutras cidades naqueles tempos, e é óbvio que os judeus lançaram mão da influência que elas tinham sobre os maridos para instigar algum tipo de ação contra os missionários, como resultado da qual foram submetidos a pressões para deixarem a cidade. Não o fizeram, no entanto, antes de demonstrarem que sabiam que os judeus estavam por detrás da ação e de fazerem um gesto simbólico como testemunho diante deles. Era costume entre os judeus sacudir o pó da cidade pagã de seus pés quando voltavam à sua própria cidade, como símbolo da sua purificação da impureza dos pecadores que não adoravam a DEUS. Quando judeus faziam assim contra outros judeus, era a mesma coisa que considerar estes últimos como gentios pagãos. Os cristãos demonstravam de modo especialmente vigoroso que os judeus que rejeitavam o evangelho e expulsavam os missionários já não faziam parte, na realidade, de Israel, e não eram melhores do que descrentes (cf. Lc 9:5; 10:11; At 18:6; 22:22-23). Destarte, os missionários avançaram para .a cidade seguinte, mas, a despeito deste revés (conforme parecia) o grupo de novos discípulos experimentava a alegria que vem da presença do ESPÍRITO SANTO entre os crentes (Gl 5 :22; 1 Ts 1 :6).

INTERAÇÃO
Na lição de hoje, "acompanharemos" o apóstolo Paulo em suas emocionantes viagens missionárias. A Igreja Primitiva cumpriu a Grande Comissão enviando Paulo e Barnabé para a obra que o Senhor os chamara. Assim, Paulo alcançou as nações de sua época. Nós, como Igreja do Senhor, também devemos fazer a nossa parte, pois ainda existem muitas nações e povos que precisam ser I alcançados com o Evangelho de CRISTO.
Atualmente na "Janela 10x40" existem milhares de pessoas que se encontram em trevas espirituais. Como elas ouvirão o Evangelho se não há quem pregue? (Rm 10.14). E como pregarão, se a Igreja do Senhor não enviar e sustentar os missionários? (Rm 10.15). Ouçamos a voz do ESPÍRITO SANTO, pois Ele continua a falar à sua Igreja: "Separa meus servos para a obra que os tenho chamado".

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar como foi o chamado e a separação de Paulo e Barnabé para a obra missionária.
Relatar os principais acontecimentos da segunda viagem missionária de Paulo.
Conscientizar-se de que a obra missionária não deve ser negligenciada pela Igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para a lição de hoje será necessário providenciar os mapas das viagens paulinas. É quase impossível falar das viagens missionárias sem o auxílio de mapas. Ao falar das cidades, localize-as no mapa mostrando aos alunos. Sugerimos também a reprodução do quadro abaixo. Utilize-o fazendo um resumo dos principais acontecimentos das viagens missionárias de Paulo.


RESUMO DA LIÇÃO 12- LIÇÃO 12 - AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO
I- A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (AT 13 - 14)
1. De Antioquia a Chipre (At 13.1-12). e povoados.
2. De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52).
3. De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28).
II- A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36 - 18.28).
1. Em direção à Ásia (15.36-16.8).
2. Em direção à Europa (16.12-18.18).
3. Regresso (18.18-22).
III- TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 18.23 - 28.31).
1. De Antioquia a Macedônia (18.23 - 20.3).
2. De Filipos a Jerusalém (20.6 - 21.1 7).
3. Paulo em Jerusalém.

SINOPSE DO TÓPICO (1 )
Logo depois de serem comissionados pelo ESPÍRITO SANTO, a igreja de Antioquia enviou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O ESPÍRITO SANTO conduz o apóstolo Paulo a realizar sua segunda viagem missionária.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O ESPÍRITO SANTO conduzia Paulo de cidade em cidade, fortalecendo-o para que realizasse sua terceira viagem missionária.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsidio Bibliográfico
A Primeira Viagem Missionária
"[u.] como pôde o apóstolo Paulo, em tão pouco tempo, evangelizar os principais centros do Império Romano e, finalmente, instalar-se em Roma com a irresistível mensagem do Evangelho? Ou melhor: como pôde um único homem revolucionar toda a sua época? A resposta não exige muita abstração. Em primeiro lugar, era Paulo um mensageiro extraordinário do Senhor, através do qual foi o evangelho universalizado. Além disso, utilizou-se ele da infra-estrutura do império para viajar I de cidade em cidade, de província 'r em província e de reino em reino.
Providencialmente, não precisava I de nenhum passaporte especial: era um cidadão romano. Somente um DEUS, que é a mesma sabedoria, haveria de predispor todas as coisas a fim de que a mensagem da cruz chegasse aos confins da terra. [ou] Em Antioquia, o apóstolo Paulo desempenhou uma importante etapa de seu ministério. E daqui, partiu ele para a sua primeira viagem missionária. Após o Concílio de Jerusalém, retornou à cidade com as resoluções tomadas pelos apóstolos e anciãos (At 15.23). Sua segunda viagem missionária também teria Antioquia como ponto de partida. Atualmente, Antioquia não passa de uma modesta povoação. Para nós, no entanto, será conhecida sempre como a igreja missionária por excelência" (ANDRADE, I Claudionor de.

Geografia Bíblica. II.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.227

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão, CPAD, n04S, pA2.

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 12 - AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO
RESPONDA CONFORME A REVISTA DA CPAD DO 1º TRIMESTRE DE 2011
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas corretas e com "F" as falsas.

TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E, servindo eles ao Senhor e ________________________, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a ______________________ e a _______________________ para a obra a que os tenho chamado" (At 1 3.2).

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A ____________________________ da igreja é um processo que envolve a _______________________ do ESPÍRITO SANTO e a obediência irrestrita do crente ao mandado ___________________________ de JESUS.



INTRODUÇÃO

3- Complete:

A Igreja Primitiva evangelizou o mundo ______________________ em aproximadamente __trinta__ anos. O imperativo missionário de Atos 1.8 era, e sempre será, uma demanda que não admite __________________________ ou indolência. Movidos pelo ESPÍRITO SANTO, os discípulos saíram a evangelizar e a discipular a todos os povos. ___________________________ nação deixou de ser contemplada.

I- A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 13 - 14)
4- Como foi a primeira viagem missionária de Paulo, de Antioquia a Chipre (At 13.1-12)? Complete:
Ocorre logo após ter sido ele _____________________________ pelo ESPÍRITO SANTO (w.2,3). Orientado pelo mesmo ESPÍRITO, o apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em __________________________, porto marítimo de Antioquia, em direção à Ásia Menor (v. 4). Com isto, Lucas demonstra ser o ESPÍRITO de CRISTO o verdadeiro ___________________________ de Atos dos Apóstolos (v.9). Já em Chipre, ilha natal de _____________________ (At 4.36), desembarcam em Salamina, onde havia uma considerável população judaica. Ali anunciam a Palavra do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em direção à ilha de __________________________, proclamam o Evangelho de CRISTO às suas aldeias e povoados.

5- Como foi a primeira viagem missionária de Paulo, de Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52)? Complete:
De Pafos, subindo o rio Cestro, Paulo chega a _____________________, região da Panfilia, cuja população era devota de ________________________ (Ártemis). Após uma viagem de 160 quilômetros, o apóstolo chega a ______________________ da Pisídia, onde havia uma grande comunidade judaica e um posto _____________________ romano. Na sinagoga local, Paulo proclama o evangelho aos judeus da __________________________, conduzindo muitos à conversão. Não poucos _________________________ também aderem à fé. No sábado seguinte, uma grande multidão congrega-se, a fim de ouvir a Palavra de DEUS. Os judeus incrédulos, porém, saem a _____________________ e a incitar a cidade contra o apóstolo.

6- Como foi a primeira viagem missionária de Paulo, de Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28)? Complete:
Localizada no entroncamento de Éfeso, Tarso e Antioquia, era Icônio uma cidade mui _____________________ à difusão do evangelho. Paulo põe-se a evangelizar os judeus da dispersão. Muitos crêem, Outros, porfiando em sua ______________________, incitam as gentes contra os apóstolos. Temendo por suas ____________________, Paulo e Barnabé deixam Icônio e dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia. Em Listra, que tinha como padroeiro a ____________________, o maioral dos deuses gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde a um _____________________ de nascença. Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à manifestação de Zeus e _________________________ (At 14.11,1 2). E já completamente fora de si, puseram-se a oferecer ______________________ aos apóstolos que, energicamente, impediram-nos (At 14.1 5). Logo em seguida, os que eram adorados como deuses são tratados como a ______________________ da humanidade. Uma multidão, procedente de Antioquia e Icônio, incita as pessoas a ___________________________ a Paulo, que é dado como morto (At 14.19). No entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e frutificar.

II- A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36 - 18.28).
7- Paulo, em direção à Ásia (15.36-16.8), muda de companheiro de viagem por que e com quem faz essa viagem?
( ) Após a ruptura com Pedro, prossegue Paulo na companhia de Barnabé, que também era profeta.
( ) Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que também era profeta.
( ) Em Icônio, une-se a eles um jovem greco-romano - Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas.
( ) Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu - Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas.

8- Como foi a segunda viagem missionária de Paulo, agora em direção à Ásia? Complete:
Deixando Antioquia, passaram pela Síria e Cilícia, __________________________ as igrejas na fé, informando-as acerca da resolução do ________________________ de Jerusalém (16.4,5). Em Ato contínuo, atravessam a região da Frígia e da ___________________________. Mas o ESPÍRITO SANTO, sempre na _______________________ dos atos de seus apóstolos, interrompe-Ihes a jornada, conduzindo-os por um itinerário que haveria de mostrar-se vital à ______________________ do Cristianismo.



9- Como foi a segunda viagem missionária de Paulo, agora em direção à Europa (16.12-18.18)? Complete:

Em Trôade, Paulo é orientado, numa visão, a seguir para a _______________________. Rumo a Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a _______________________. Esta foi a primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E ______________________, a primeira européia a receber a CRISTO, constrange os apóstolos a hospedarem-se em sua casa.
Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito de ________________________ de uma jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes lucros a seus senhores (At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho ______________________, incitaram a cidade contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram postos em prisão. No cárcere, Paulo e Silas _______________________ a DEUS quando um terremoto abriu-Ihes as portas da cadeia. O episódio constrangeu o carcereiro e toda a sua _______________________ a converterem-se a CRISTO (At 16.31). Já libertos, seguiram eles a __________________________, passando por Anfípolis e Apolônia. E dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros até a cidade.

10- Como foi o regresso de Paulo a Antioquia, em sua segunda viagem missionária (18.18-22)? Complete:
De Atenas, dirigiu-se Paulo a _____________________, a mais importante metrópole da ____________________. Na cidade, fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a proclamar o evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço resultou na _________________ do principal da sinagoga - o irmão Crispo. A permanência de Paulo em Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali estabelecida, dirigiu-se a _____________________, na província da Lídia. Em seguida, retorna a Antioquia via Jerusalém.

III- TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 18.23 - 28.31).
11- Como foi a terceira viagem missionária de Paulo, agora de Antioquia a Macedônia (18.23 - 20.3)?
( ) De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a igreja local.
( ) De Jerusalém, Paulo dirigiu-se a Esmirna, objetivando confirmar a igreja local.
( ) Como alguns discípulos nada sabiam sobre o ESPÍRITO SANTO, pôs-se o apóstolo a doutriná-Ios acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
( ) Em seguida, orou para que o ESPÍRITO de DEUS sobre eles viesse.
( ) Imediatamente, começaram a falar noutras línguas e a profetizar."
( ) Como resultado de seu trabalho, a superstição é vencida na cidade.

12- Como foi a terceira viagem missionária de Paulo, agora de Filipos a Jerusalém (20.6 - 21.1 7)?
( ) Nessa seção de Atos, Paulo e Barnabé encerram a sua segunda viagem missionária.
( ) Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem missionária.
( ) Visita a Macedônia e a Grécia.
( ) Logo a seguir, retoma a Frigia.
( ) Logo a seguir, retoma a Ásia.

13- Quais fatos marcaram o regresso de Paulo em sua terceira viagem?
( ) Seu longo discurso, a ressurreição de Êutico e o comovente discurso aos anciãos de Éfeso.
( ) Seu longo discurso, a ressurreição de Talita e o comovente discurso aos anciãos de Samaria.
( ) Apesar de alertado divinamente sobre os perigos que o aguardavam em Jerusalém, chega à Cidade Santa.

14- Como foi a estada de Paulo em Jerusalém, após sua terceira viagem missionária?
( ) Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Pedro e narra o que DEUS fizera aos judeus através de seu ministério.
( ) Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Tiago e narra o que DEUS fizera aos gentios através de seu ministério.
( ) Ante o relato, os presbíteros preocupam-se com a reação dos judeus a respeito de Paulo.
( ) O temor não era infundado: Paulo é acuado e agredido pela multidão.
( ) O Senhor preserva-lhe a vida, providenciando para que seja levada a Roma, onde era mister que proclamasse o evangelho.

CONCLUSÃO
15- Complete:
Nas viagens missionárias de Paulo, vemos clara e meridianamente os ____________________ do ESPÍRITO SANTO. Sim, o ESPÍRITO SANTO continua a ___________________ maravilhas no campo missionário, fazendo o evangelho chegar aos ______________________ da terra. Quando intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: "Eis-me aqui, _____________________-me a mim".

RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - BÍBLIA de Estudos Pentecostal.
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BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
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Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica - edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - SP
Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
Revista CPAD - 3º Trimestre de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - LIÇÃO 12 - AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO - 1996 - Pr. Ezequias Soares - CPAD.

LIÇÃO 11- O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO



LIÇÃO 11- O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO
Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos
ATOS DOS APÓSTOLOS - Até aos confins da terra
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva



TEXTO ÁUREO
"Pois pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue [...] e das relações sexuais ilícitas [...]" (At 15.28,29 - -ARA)

VERDADE PRÁTICA
O objetivo de um concílio eclesiástico, convocado sob orientação divina, é preservar a unidade da Igreja no ESPÍRITO SANTO e conservar a sã doutrina.

LEITURA DIÁRIA
Êx 4.29 - O primeiro concílio de Israel
Nm 11.16-30 - Um concílio de homens sábios e santos
Js 7.6 - Um concílio prostrado ante o Senhor
Ed 5.6 - Um concílio sob o olhar do Senhor
At 1.12-26 - A primeira reunião dos apóstolos
At 6.1,2 - A segunda reunião dos apóstolos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 15.6-12
6 - Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. 7 - E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-Ihes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo DEUS me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem. 8 - E DEUS, que conhece os corações, Ihes deu testemunho, dando-Ihes o ESPÍRITO SANTO, assim como também a nós; 9 - e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. 10 - Agora, pois, por que tentais a DEUS, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? 11 - Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor JESUS CRISTO, como eles também. 12- Então, toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios DEUS havia feito por meio deles entre os gentios.

INTERAÇÃO
A igreja de Jerusalém corria o risco de se transformar num movimento religioso como outro qualquer da Judéia. Se não fosse a sábia decisão dos Apóstolos, dos líderes e da comunidade palestínica, a Igreja de CRISTO estaria fadada a um fortuito fracasso já em seus primórdios. Porém, o ESPÍRITO SANTO conduziu o Concílio de Jerusalém, abalizando-o por uma sábia decisão: "Pois pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde" (At 15.28,28 - ARA).

OBJETIVOS DA LIÇÃO - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que o concílio de Jerusalém foi vital para a expansão do cristianismo.
Compreender que as decisões adotadas no concílio são para os dias atuais.
Conscientizar-se de que as reuniões eclesiásticas são de suma importância para a organização da igreja.

PALAVRA CHAVE
- Concílio - Reunião em que se trata de assuntos dogmáticos, doutrinários ou disciplinares.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, explique aos alunos a importância do Concílio de Jerusalém para a igreja local palestínica e, conseqüentemente, à Igreja de CRISTO nos dias atuais. Para introduzir o tópico li, reproduza, conforme suas condições, o esquema ABAIXO. Esclareça o fato de que, se a igreja
de Jerusalém não desse uma resposta autêntica aos judaizantes, o cristianismo se tornaria apenas uma facção judaica ou uma mera religião ascética, que não sairia da Judéia. Conclua que, na força do ESPÍRITO SANTO, a liberdade em CRISTO é garantida pelas Escrituras!











Revista CPAD - 3º Trimestre de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - Pr. Ezequias Soares - Lição 13 - O PRIMEIRO CONCÍLIO APOSTÓLICO - CPAD.
O PRIMEIRO CONCÍLIO APOSTÓLICO
"Estai, pois, firmes na liberdade com que CRISTO nos libertou e não tomeis a meter-vos debaixo do jugo da servidão (Jo 15.1).
Sob a direção do ESPÍRITO SANTO, a crise foi superada, e a liberdade do Evangelho foi preservada, como herança para, as gerações futuras.
I. Explique aos alunos que, além deste concílio apostólico em Jerusalém, a Igreja tem se reunido em diversas ocasiões, para solucionar os muitos problemas que surgem em sua trajetória terrena. No entanto, por ser conduzida pelo ESPÍRITO SANTO, sempre foi vitoriosa em suas decisões em prol da evangelização do mundo.
2. lnfonne-lhes que este concílio foi necessário, pois os cristãos judaizantes desejavam impor uma carga muito pesada aos gentios, a qual nem os seus próprios pais suportaram. Por isso, o ESPÍRITO SANTO atuou naquelas decisões, em prol dos novos conversos, e nós, hoje, somos também beneficiados por elas.
3. Diga-Ihes que o vocábulo concílio foi substituído, na atualidade, pelo termo convenção. O importante é que. estas reuniões, tanto ordinárias como extraordinárias, sejam assistidas pejo ESPÍRITO SANTO, para que a Igreja de CRISTO não sofra solução de continuidade, mas alcance os objetivos estabelecidos pelo IDE de JESUS.
O professor da Escola Bíblica Dominical precisa também conhecer a Pedagogia. Isto se fez necessário. pois, através desta ciência, ele assimilará a maneira eficiente de ensinar a Palavra de DEUS. No entanto, não é obrigado a cursar uma faculdade, para este fim. Basta ler os bons livros publicados sobre o assunto, como o Manual da Escola Bíblica Dominical, da CPAD.
INTRODUÇÃO
Ao retomar da primeira viagem, Paulo deparou com um problema sério no meio. dos judeus cristãos. Ele havia descoberto a fórmula da transculturação, ou seja, evangelizar os gentios sem os judaizar. Os radicais que permeavam a Igreja, os judaizantes, queriam que esses novos crentes seguissem o modus vivendi deles. Essa discussão deu origem ao Concílio de Jerusalém, o tema de nossa lição de hoje.
I. CAUSA DA DISCUSSÃO
1. Os perturbadores judaizantes. DEUS abriu a porta da fé aos gentios.. Isso era ponto pacífico (At 11.18; 14.27). Outro problema surgiu sobre a situação deles: deviam ser judaizados? Essa questão era séria e podia ameaçar as bases do Cristianismo. Alguns dentre os de Jerusalém foram a Antioquia, dizendo que os gentios deviam se tomar judeus para serem salvos.
Diziam que os gentios deviam viver o modus vivendi judaico, prescrito na lei (At 15.1,5). Isso era proveniente dos fariseus que se haviam convertido. Eles se apresentaram como vindos da parte de Tiago (GI 2.12), que jamais os autorizou, como ele mesmo declara (At 15.24). Saíram da igreja em Jerusalém, realmente, mas não foram autorizados a falar em nome dos apóstolos.
2. Liberdade cristã ameaçada. Em Antioquia da Síria, eles fizeram um estrago muito grande. Até Pedro e Barnabé se deixaram levar por essa "dissimulação", fazendo "vista grossa" (GI 2.11- 13). Paulo entendeu com clareza meridiana o que isso representava e com justiça ficou revoltado. Repreendeu publicamente um dos principais líderes da Igreja (GI2.14).
3. A epístola aos Gálatas. O texto de Atos 15.1-5 tem ligação com o testemunho de Paulo registrado em Gálatas 1.7 e 5.10. Esta carta foi escrita antes do Concílio de Jerusalém, se "às igrejas da Galácia" (GI 1.1), for uma referência às igrejas da Galácia do Sul, que Paulo e Barnabé fundaram na primeira viagem missionária: Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe.
II. OS DISCURSOS DO CONCÍLIO
1. Pedro. Havia grande discussão, quando Pedro se levantou, chamando a atenção dos ouvintes. Ele evocou a revelação que recebeu, antes de ir à casa de Cornélio. Lembrou ainda que DEUS o escolheu para falar aos gentios, uma alusão à experiência na residência do centurião (At 10).
A declaração de Pedro no versículo 11 revela que ele concordou com Paulo na discussão da Antioquia da Síria. São as mesmas palavras que o apóstolo dos gentios usou em Gálatas 2.16. .
2. Paulo e Barnabé. (v. 12). A experiência de Paulo e Barnabé, na primeira viagem, é um testemunho vivo, como DEUS tratou com os gentios de maneira extraordinária, sem o ritualismo judaico e sem os seus encargos. Isso era a prova de que essas práticas não serviam para a salvação. Esse testemunho esmagador de Paulo e Barnabé, somado ao discurso de Pedro, testificava contra os judaizantes.
III. PALAVRA DO PRESIDENTE
1. Valor das decisões convencionais. Tiago esperou que Pedro, Paulo e Barnabé.apresentassem o seu parecer sobre o assunto, para depois tomar a palavra.
A citação de Amós 9.11,12 é apenas uma das muitas passagens do Antigo Testamento que prevê a salvação dos gentios (Gn 22.18; SI 22.27; Is 9.2; 42.4; 45.22; 49.6; 60.3; 66.23; Dn 7.14, etc.). JESUS determinou que se pregasse a todas as nações (Mt 28.19; Lc 24.47; At 1.8). A expressão "povo para o seu nome" era usada com referência a Israel (2 Cr7.14). No entanto, Tiago reconhecia que a Igreja era um povo com essa dignidade, constituído de judeus e gentios convertidos ao Senhor.
2. Como conduzir uma reunião. O que os demais participantes do evento acabavam de ouvir de Pedro, Paulo e Barnabé era o cumprimento das promessas de DEUS e profecias do Antigo Testamento. Por isso, Tiago dirigiu-se, respeitosamente, aos presentes, chamando-os de "irmãos". Não tinha intenção de atacar nem os legalistas e muito menos os "liberais", mas o seu compromisso era com a Palavra de DEUS.
3. Um povo e não uma seita. Ele chamou Pedro pelo seu nome hebraico "Simão", Isso mostra que Tiago não o reconhecia como a pedra, como reivindica a Igreja Católica.
A citação parafraseada que Tiago faz nas palavras de Pedro se reveste de suma importância, porque descarta a possibilidade de o Cristianismo ser uma seita judaica: "DEUS visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome" (v. 14). Assim como Israel era uma nação, da mesma maneira seria a Igreja.
As três características de Israel, Pedro aplica também à Igreja: "Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido" (l Pe 2.9). Esse mistério da vocação dos gentios é assunto que Paulo se aprofundou em Efésios, capítulo 3. No entanto.Tiago, nesse Concílio, já havia apresentado este tema.
IV. A DECISÃO DO CONCÍLIO
1. "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos". Esse preceito diz respeito às restrições que se referem aos alimentos sacrificados aos ídolos. Essa matéria foi aprofundada posteriormente por Paulo (Rm 14.13-16; I Co 8. 7-15; 10.23-33).
2. Proibição do sangue. A proibição de se alimentar de sangue está prevista na lei de Moisés (Lv 3.17). No entanto, ele era usado como alimento ou bebida pelos gentios.
Interpretar tal passagem, como proibição para a transfusão de sangue, sustentada pelas testemunhas-de-jeová, é uma "camisa-de-força" e não resiste à exegese bíblica. Primeiro, porque o sangue dessa passagem é o dos animais, e não o humano. Pois elas seriam obrigadas a admitir que a "carne sufocada" seja uma referência à carne humana. Em segundo lugar, porque nenhum preceito bíblico é nocivo à vida. Essa crença das testemunhas-de-jeová é condenada por JESUS (Mt 12.3-7).
3. Abstenção da carne sufocada. Esse preceito está na lei de Moisés (Gn 9.5; 17.10-16; Dt 12.16, 23-25). Era muito comum entre os gentios, e ainda hoje, abater animais sem o derramamento de seu sangue.
4. Abstenção da prostituição. O padrão moral deles estava muito aquém do judaico-cristão..Era grande o risco de os gentios convertidos naufragarem nessas práticas licenciosas. Havia nos templos a chamada "prostituição sagrada".
5. Caráter dessas regras. A expressão "destas coisas fazeis bem se vos guardardes" (v. 29) parece mais uma recomendação. Tiago acrescenta ainda: "Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é lido nas sinagogas" (v. 21). Isso significa que os judeus têm o alto padrão de conduta e um modus vivendi exemplar, porque estudam sobre isso nas sinagogas todos os sábados.
Os gentios não aprenderam os bons costumes, porque nunca tiveram quem os ensinasse. Por essa razão, o modus vivendi deles era precário. Aplicar essa conduta judaica aos gentios era o mesmo que afirmar que a graça do Senhor não era suficiente. A lei de Moisés seria o complemento para a salvação. Isso reduziria o Cristianismo a uma mera seita do judaísmo e, além disso, confundiria com a identidade judaica. Nesse caso, era como se os cristãos de hoje usassem o talit (manto usado pelos judeus religiosos) e o kippar (solidéo que eles usam sobre a cabeça), alimentando-se apenas de khasher, como os judeus; além de outros ritos, como condição para a salvação.
6. Uma questão de consciência. Essas regras eram o mínimo que se pedia dos gentios, para não escandalizarem os judeus cristãos. Porém, mais por amor a eles. do que um meio de salvação.
Uns acham que se trata de injunções e não ordenanças obrigatórias, usando como base Romanos 14.13-16; 1 Coríntios 8.7-13 e 10.27-29. Os contrários dizem que o assunto tratado por Paulo nas citações acima, é outro.
CONCLUSÃO
Causa-nos estranheza, hoje, quando alguém levanta questões sobre usos e costumes, que, às vezes, sequer aparecem na Bíblia (exceto com interpretações subjetivas de certas passagens isoladas da Bíblia e fora do contexto), como condição para a salvação. Vivemos os bons costumes, porque somos salvos e não para sermos santificados. Tudo o que a consciência acusa, corrompe os bons costumes, viola a santidade e causa escândalo, é pecado.

1. A Assembléia de DEUS no Brasil é regida por um órgão máximo, chamado CGADB (Convenção Geral das Assembléias de DEUS no Brasil), que se reúne de dois em dois anos, em Assembléia Ordinária. para estabelecer a estratégia de crescimento da Igreja em nossa pátria e nos países onde estão nossos missionários.
2. Oremos pelos líderes da Igreja universal, para que sempre, dirigidos pelo ESPÍRITO SANTO, tomem as decisões necessárias para se alcançar o mundo muçulmano, cujo território, em sua boa parte, foi evangelizado pelo apóstolo Paulo, mas, por causa das disputas políticas, este terreno foi perdido para o Islamismo.
3. Quando JESUS voltar para arrebatar a Igreja, precisamos ter alcançado o mundo todo com a pregação do Evangelho. Portanto, compete a nós empenham-nos neste grande empreendimento, a fim de que, em pouco tempo, através dos recursos de que dispomos e da ajuda do ESPÍRITO SANTO, ganhemos milhões de almas para CRISTO.

Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA EM JERUSALÉM
A primeira perturbação na igreja foi causada pelo grande aumento do número de discípulos entre os judeus - Atos 6. Encontra-se, neste capítulo, relatório de outras dificuldades semelhantes, entre os discípulos gentílicos. Sob o ministério ardente de Paulo e Barnabé, converteram-se milhares de gentios. Satanás aproveitou o ensejo de dar um golpe na Igreja: ou dividir os discípulos em duas denominações, a Igreja Cristã Judaica e a Igreja Cristã Gentílica, ou fazer a Igreja inteira se tomar judaica. Se conseguisse dividir a Igreja, seria derrota quase completa para a obra. Ou se induzisse a Igreja a tomar-se judaica, o precioso Evangelho da graça seria anulado. O grande orientador da Igreja, porém, é o ESPÍRITO SANTO (v.28) e o cabeça é CRISTO, e no concílio de Jerusalém foi ganha a vibrante vitória que perdura até hoje. O mesmo ESPÍRITO está ainda nas igrejas que desejam a Sua vitória em todas as controvérsias.
Então alguns (v. 1): A contenda foi da parte de "alguns que tinham descido da Judéia", irmãos que tinham só a forma, e não o ESPÍRITO como Seu fruto, como Paulo e Barnabé O tinham, v.26. Vê-se o mesmo na igreja atual; são os crentes com uma forma de religião que se queixam dos seus irmãos que servem no poder do ESPÍRITO SANTO.
O argumento foi que DEUS reservava muitas bênçãos para Israel, que os gentios não podiam receber, sendo necessário que os discípulos gentios se tomassem judeus. Basearam o argumento sobre as Escrituras como Gn 17.9-14. Da mesma maneira, muitos hoje se levantam com argumentos bem feitos para dividir a Igreja contra a vontade do Senhor, e obrigar os membros a observarem o que DEUS não tem prescrito.
Enganamo-nos tanto como os judaizantes se ensinamos que somos salvos pela graça com mais a guarda dos mandamentos da lei. Assim a graça não fica mais graça. (Vede Rm 11.6).
Discussão e contenda contra ele (v.2): Note-se, porém, que não houve divergência entre os apóstolos. Observe-se, também, que o concílio não foi convocado, nem presidido por Pedro, e que ele não deu qualquer ordem. Não era, portanto, o primeiro papa. (Vede também, os comentários sobre capo 8.14).
Pergunta-se: Se a igreja de Antioquia era autônoma (independente das outras igrejas), porque foram a Jerusalém com a questão?
1) Paulo quis evitar divisão entre a parte judaica e a parte gentílica.
2) Os judaizantes eram membros da igreja em Jerusalém e era só lá que Paulo podia ganhar uma vitória completa.
3) Paulo queria que os apóstolos ficassem a seu lado na controvérsia.
E eles sendo acompanhados pela igreja (v.3): A igreja de Antioquia, movida de santo amor, levou os membros da comissão fora da cidade, para encaminhá-Ios na longa viagem a Jerusalém.
Davam grande alegria a todos os irmãos (v.3): Em vez de entristecer os discípulos, nos lugares onde passaram de viagem, falando da questão em Antioquia, animava-os, contando a conversão dos gentios.
Os crentes espirituais, não são desencaminhados por sentimentos sectários, sempre se alegram ao saber de conversões (Compare Fp 1.15-18).
Mas não consta que os irmãos em Jerusalém, também, se alegravam. Paulo, o maior dos apóstolos, fez esta viagem de mais de oitocentos quilômetros, ida e volta, e talvez a pé, para conferir com homens de menos instrução, compreensão e visão; com homens que pensavam que ele seguia um caminhos errado e que desejava perturbá-los o mais possível. Quantas vezes um pouco mais de humildade, um pouco mais de paciência, um pouco mais de esforço para compreender o ponto de vista do próximo, têm evitado divisão entre o povo de DEUS?
O DISCURSO DE PEDRO, 15.7-11.
O apóstolo Pedro não teve a primazia na reunião, nem presidiu a mesa.
15.7 "E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse- lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo DEUS me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem. 8 "E DEUS, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o ESPÍRITO SANTO, assim como também a nós; 9 "e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. 10 ''Agora, pois, por que tentais a DEUS, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar"? 11 "Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor JESUS CRISTO, como eles também".
O discurso de Pedro não era de um teólogo, nem discutia qualquer doutrina. Apenas contou o que acontecera e fez a sua conclusão.
Grande contenda (v.7): Duas lições que o concílio de Jerusalém nos ensina:
1) É impossível evitar todos os argumentos. Algumas das doutrinas mais preciosas das Escrituras são compreendidas pela Igreja como resultado das discussões inevitáveis através dos séculos.
2) A melhor maneira para resolver as divergências de doutrina é por meio de reuniões onde os crentes dos dois lados, em um espírito de humildade, de amor e dirigidos pelo ESPÍRITO SANTO, apresentem e considerem, lado a lado, os dois pontos de vista.
O TESTEMUNHO DE PAULO E BARNABÉ, 15.12.
15.12 "Então, toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios DEUS havia feito por meio deles entre os gentios.
AS DECISÕES DO CONCÍLIO, 15.22-29
15.22 "Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-Ios com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. 23 "E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos,e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde.24 "Porquanto ouvimos que dalguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento),25 "pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,26 "homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor JESUS CRISTO.27 "Enviamos, portanto,Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo. 28 "Na verdade, pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:29 "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá.
Com toda a igreja (v.22): Os apóstolos e os anciãos, em vez de exercerem "domínio sobre a herança de DEUS" (1 Pe 5.3), votaram "com toda a igreja". Foi resolvido que aceitassem o parecer de Tiago. Sabemos contudo, pela epístola aos gálatas, que a decisão foi apenas da maioria da igreja. Aqueles membros que eram mais fariseus do que cristãos (v.5) queriam subverter a autoridade de Paulo e desviar os crentes para a lei de Moisés.
Escreveram o seguinte (v.23): O que foi escrito intitulava-se "carta" (v.30), ou "epístola" (Alm. Rev.) e "decretos" (cap. 16.4) ou, mais propriamente, "decisões" (Alm. Rev.).
Homens que já expuseram as suas vidas... (v.26): Os judaizantes (vv.1,2,5), que contendiam contra Paulo e Barnabé, não mostravam o mesmo grau de dedicação e de sinceridade; não podiam dizer acerca deles o mesmo que Paulo escreveu acerca de si mesmo, 2 Co 11.22-33.
Pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO e a nós... (v.28): O grande mistério da harmonia e unanimidade do concílio de Jerusalém, foi o fato de deixarem o ESPÍRITO SANTO presidir as reuniões. Assim o grupo de homens e mulheres, compartilhando a vida de CRISTO e abandonando todas as idéias de interesse próprio, queria somente saber e fazer a vontade do Senhor.
15.30 "Tendo-se eles, então, se despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. 31 "E, quando a leram, alegraram-se pela exortação. 32 "Depois,Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. 33 "E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos, 34 "mas pareceu bem a Silas ficar ali. 35 "E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor.
OBS.: Quando O ESPÍRITO SANTO é ouvido, há alegria por parte dos salvos.

Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica - edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - SP
A assembléia em Jerusalém (15:1-35).
A narrativa de Lucas acerca do debate a respeito do relacionamento entre os gentios e a lei de Moisés forma a parte central de Atos, tanto estrutural quanto teologicamente. Uma vez que a missão cristã começa
a evangelizar os gentios que não tinham sido circuncidados antes, começou a surgir o problema das condições da sua filiação à igreja. Parece que a norma da igreja da Antioquia, juntamente com os seus missionários, era que não se exigia de tais gentios que observassem a lei judaica; embora este aspecto não seja explicado diretamente nos caps. 11-14, fica claro em 15:1-2 (cf. Gl 2:11-14). Esta norma, porém, era inaceitável para alguns cristãos judeus, por duas razões.
Em primeiro lugar, acharam difícil acreditar que os gentios pudessem ser salvos e tornar-se membros de povo de DEUS sem aceitar as obrigações da lei judaica. Pode-se simpatizar com o ponto de vista deles; afinal das contas, qual evidência havia de que a lei, que representava a vontade de DEUS para Seu povo da aliança, fora revogada? Foi este o argumento que foi levantado com insistência por alguns visitantes judeus â Antioquia, e levou a um debate forte no local, e a uma decisão pela igreja no sentido de enviar representantes a Jerusalém para discutirem o assunto ali. Em Jerusalém, o argumento foi reiterado por um grupo de cristãos judeus que ainda retinham suas atitudes dos tempos antes da sua conversão, quando eram fariseus.
Em segundo lugar, havia a questão de como os cristãos judeus, que continuavam a viver segundo a lei judaica, poderiam ter comunhão â mesa com os gentios que não observavam a lei e, portanto, eram ritualmente impuros; não somente isto, mas também qualquer alimento que estes oferecessem aos seus amigos judeus também seria impuro. Este problema ficaria especialmente grave quando a igreja se reunisse para "partir o pão". Esta questão não se menciona explicitamente no começo do capítulo, mas fica claro em Gálatas 2:11-14 que foi uma questão bem presente, e a decisão tomada em Jerusalém (15 :20) visava solucioná-la.
O relato de Lucas mostra que os problemas foram levantados somente por um grupo na Igreja, e não eram sentidos por todos. Os representantes de Antioquia descobriram que as notícias da conversão dos gentios foram bem-vindas, não somente nas igrejas que visitaram no caminho para Jerusalém como na própria Jerusalém. Quando chegou a hora do debate, os dois principais líderes da igreja colocaram-se ao lado dos homens de Antioquia. Pedro referiu-se â sua própria experiência, mediante a qual DEUS demonstrara Sua disposição para aceitar na Igreja gentios incircuncisos com base em sua fé somente, declarando-os ''limpos'' de coração. Seu discurso foi confirmado por Barnabé.e Paulo que também relataram que DEUS manifestamente mostrara Sua aprovação da missão aos gentios mediante sinais milagrosos. Depois, Tiago, que, segundo se esperava, talvez tomasse atitudes mais conservadoras, levantou-se para indicar que a entrada dos gentios na igreja estava de acordo com o plano de DEUS revelado em profecia, e que não havia razão para eles obedecerem â lei. Mesmo assim, era necessário algum tipo de meio-termo para não ofender as consciências dos cristãos que viviam como judeus ortodoxos, e propôs que se pedisse aos gentios que se abstivessem do alimento dedicado aos ídolos, da falta de castidade, e da carne que continha sangue. A assembléia concordou com esta proposta, e formulou uma carta para enviar â Antioquia, tornando claro que estas exigências mínimas deviam ser impostas sobre os gentios. Assim foi feito, e a igreja de Antioquia aceitou a decisão. O episódio, conforme Lucas o encara, foi um triunfo para a política da igreja em Antioquia, que não requeria a circuncisão dos gentios.
É provável que nenhuma seção de Atos tenha levantado tanta controvérsia como esta, nem levado a tantas reconstruções históricas diferentes da verdadeira situação.
(1) O conceito tradicional da passagem é que ela contém a narrativa de Lucas da reunião descrita por Paulo em Gálatas 2:1-10. As mesmas pessoas estavam presentes, o mesmo tópico foi debatido, e aceitou-se essencialmente o mesmo princípio (de que os gentios não precisavam ser circuncidados). Há, porém, diferenças importantes entre as narrativas, e alguns problemas sem resolução, se consideramos que os incidentes são idênticos. a. Gálatas 2:2 indica que a reunião em Jerusalém era particular, ao passo que Atos 15 :22 sugere uma reunião pública. Gálatas capo 2 ressalta o papel desempenhado pelo próprio Paulo na discussão, ao passo que em Atos, não faz qualquer intervenção importante; esta diferença, no entanto, facilmente pode dever-se às perspectivas variadas dos dois relatos. b. Mais importante, Gálatas capo 2 nada diz acerca das condições propriamente ditas impostas sobre os gentios, e pode até ser considerado como excludente da possibilidade de tal acontecimento. Na realidade, tem sido até argumentado que Paulo deve ter considerado a decisão em Atos capo 15 como meio-termo totalmente inaceitável e que, de fato, nada sabia acerca dela.1 61 Além disto, pode ser argumentado que a controvérsia em Gálatas 2:11-14, quando certos homens da parte de Tiago juntamente com Pedro e Barnabé se recusaram a comer com os gentios, é incompreensível depois dos eventos em Atos capo 15. d. Paulo sublinha que sua visita a Jerusalém em Gálatas 2:1-10 foi apenas a sua segunda visita após a sua conversão, ao passo que Atos capo 15 é uma descrição da sua terceira visita (a primeira se registra em Atos 9:26-29, que corresponde a GIl :18-20; a segunda se registra em Atos 11 :30; 12:25). e. É estranho que a carta de Jerusalém se dirige apenas ti Antioquia, à Síria e à Cilícia (15 :23), e que Paulo não a menciona em Gálatas. f. Finalmente, diz-se que a narrativa em Atos capo 15 contém improbabilidades históricas, e.g. no discurso de Tiago, cujo impacto depende de um argumento tirado da LXX e não do Antigo Testamento hebraico. O efeito destas ressalvas tem sido levar estudiosos modernos a sugerir várias soluções alternativas.
(2) O ponto de vista mais simples é equiparar a visita em Gálatas 2:1-10 com aquele em Atos 11:30. Soluciona-se, assim, o problema decisivo do número de visitas que Paulo fez a Jerusalém (d, supra); a visita a Jerusalém em Atos capo 15 não se menciona em Gálatas, mais provavelmente porque a Epístola foi escrita antes deste evento. Esclarece, outrossim, as diferenças entre Gálatas capo 2 e Atos capo 15 (a. e b.); descrevem eventos diferentes. Além disto, explica como o incidente em Gálatas 2:11-14 pôde acontecer (c); fica evidente que a decisão tomada em Gálatas 2:1-10 não foi definitiva ou geralmente aceita, e era possível alguma vacilação. Permanecem os problemas da atitude de Paulo para com o "meio-termo" em Atos capo 15 (b), da destinação da carta de Jerusalém (e), e dos problemas históricos no próprio texto de Atos capo 15 (j). (Ver abaixo).
(3) Aqueles que sentem o impacto destas dificuldades adotam algum tipo de solução que considera Atos capo 15 como trecho com falhas históricas ou cronologicamente fora do lugar. Falando de modo geral, sustentasse que Atos capo 15 pretende descrever o me&mo evento aludido em Gálatas 2:1-10. Lucas, porém, recompôs a história do que aconteceu de acordo com suas próprias idéias, parcialmente por falta de informações fidedignas, e parcialmente a fim de apresentar o seu próprio ponto de vista. Os discursos de Pedro e Tiago, bem como os demais discursos em Atos, seriam invenção dele, e a decisão da reunião é uma intrusão na história, pois Paulo nunca a teria aceito. O problema cronológico é solucionar por meio de argumentos que o relato em Atos capo 15 é uma segunda versão daquele em Atos 11 :30; 12:25, pois Lucas teria deixado de reconhecer que as duas narrativas que recebeu eram tradições variantes do mesmo evento, ou que a narrativa anterior é fictícia. Sustenta-se que as condições impostas sobre os gentios pertencem a uma ocasião posterior àquela que se descreve de modo mais fidedigno em Gálatas 2:1-10.
(4) Uma variação importante deste ponto de vista, apresentada num artigo impressionante, de autoria de D. R. Catchpole, sustenta que tanto Atos 15:1-9 quanto Gálatas 2:1-10 descrevem a visita de Atos 11 :30, na qual se chegou a um acordo quanto ao princípio da missão aos gentios antes da campanha missionária em Atos caps. 13-14. Neste caso, porém, a igreja de Jerusalém tomou a decisão registrada em Atos 15:20-29 sem a presença de Paulo, e a história em Gálatas 2:11-14 representa a tentativa de implementar em Antioquia a decisão, sendo que o resultado foi que Paulo rompeu seu relacionamento missionário com Barnabé (15:37-39).
Fica claro que o argumento principal para a adoção de qualquer uma destas últimas duas teorias, ao invés do ponto de vista (2), diz respeito à atitude de Paulo (b). Será que ele aceitaria as condições registradas em Atos 15:20? E, se as aceitava, porque não apelou a elas para solucionar o debate refletido em 1 Coríntios caps. 8-10? Um ponto fixo, que os defensores dos conceitos (3) e (4) não levaram em conta, é que o próprio Paulo estava disposto a viver como alguém "debaixo da lei" quando se associava com judeus ortodoxos (1 Co 9:19-20). Teria, porém, tomado o passo adicional de aceitar as mesmas condições para seus convertidos gentios? Certamente, opunha-se à falta de castidade (1 Co 6:9), e recomendou os coríntios a não comerem carne, que era sabidamente Oferecida a ídolos, na presença de
cristãos judeus (1 Co 10:25-28). É bem possível que Romanos 14:13-21 diga respeito à questão da carne que era inaceitável aos cristãos judeus porque continha sangue. Resumindo, parece que Paulo poderia ter aceito Atos 15:20, embora ele próprio preferisse argumentar a partir de princípios básicos, sem tomar, simplesmente, a regra COrtO diretriz eclesiástica.
Um fato importante é que regras semelhantes àquelas em Atos 15:20, especialmente na ordem dada no v. 29, também se acham em Levítico caps. 17-18, onde se aplicam tanto aos judeus quanto aos estrangeiros residentes. Havia, portanto, a autoridade do Antigo Testamento para aplicar tais regras aos gentios, e parece que os prosélitos gentios e os tementes a DEUS as aceitavam. Assim, a pergunta fica sendo: teria Paulo permitido que os cristãos judeus impusessem aquelas regras judaicas sobre os gentios cristãos? Paulo não acreditava que CRISTO trouxe o fim da lei? e não teria rejeitado quaisquer exigências que limitassem a liberdade dos seus convertidos e que perpetuassem a distinção entre judeus e gentios? Não devemos, porém, olvidar-nos de que Paulo acreditava que os seus ensinos estabeleciam e sustentavam a lei (Rm 3:31), embora a lei não fosse meio de salvação, e, além disto, acreditava que os cristãos "fortes" deviam dispor-se a limitar a sua liberdade por amor aos seus companheiros crentes. Além disto, a distinção entre judeus e gentios continuava a existir, assim como a diferença entre homem e mulher, ainda que ela fosse sem importância "em CRISTO". Uma vez solucionada a questão básica, a saber: não se exigia que os convertidos
gentios se circuncidassem e, portanto, guardassem a totalidade da lei como meio de salvação (Gl 5 :3), parece totalmente provável que Paulo pudesse concordar com certas medidas por amor à paz com os cristãos judeus, que não acarretassem qualquer sacrifício de princípios.
Se a questão da atitude de Paulo para com as condições em Atos 15 :20 pode ser esclarecida com sucesso desta maneira, fica livre o caminho para considerar as demais objeções ao ponto de vista (2). É estranho que uma carta da' assembléia fosse dirigida apenas à Antioquia, à Síria e à Cilícia, embora se diga também que Paulo a levou à Galácia (16:4). Este fato tem sido usado como argumento para datar os eventos em Atos capo 15 antes de Atos caps. 13-14. Se, porém, esta carta foi escrita antes de Gálatas, é de se estranhar que Paulo não a empregasse como evidência conclusiva no sentido de a igreja de Jerusalém não exigir dos convertidos a circuncisão. É mais provável, portanto, que a carta tenha sido enviada depois de Atos caps. 13-14 e da composição de Gálatas, e que foi dirigida às áreas que tinham sido especialmente perturbadas por visitantes de Jerusalém (15 :1).
Em segundo lugar, há o problema das alegadas dificuldades no relato da reunião dado por Lucas, especialmente no discurso atribuído a Tiago. Estas serão consideradas abaixo, na exposição.
Conclui-se que o argumento em prol do ponto de vista (2), de que Atos capo 15 descreve uma reunião diferente daquela em Gálatas 2:1-10, não somente pode ser defendido, como também tira o melhor sentido das evidências, ainda que não esteja completamente livre de dificuldades. Lucas reconhece, corretamente, a importância fundamental da decisão tomada na reunião. Em princípio, foi rejeitada, de modo inequívoco, a necessidade dos cristãos gentios aceitarem a lei judaica, e foi reconhecido que a fé em JESUS era a única condição para o recebimento da salvação e a filiação ao povo de DEUS. Lucas diz isto tão claramente quanto Paulo. O princípio era de significância básica para o futuro da igreja primitiva, e permanece básico para todos os tempos; nenhuma exigência nacional, racial ou social pode ficar sendo condição prévia para a salvação e a filiação à igreja, lado a lado com a única e exclusiva exigência da fé em JESUS CRISTO, através de quem a graça de DEUS é trazida aos pecadores (15 :11).
1. A coexistência pacífica entre os cristãos judeus e gentios que, segundo parece, caracterizava a igreja em Antioquia, foi interrompida pela chegada dalguns cristãos da Judéia que argumentaram que a circuncisão era necessária para a salvação. Não estavam negando a possibilidade de os gentios serem salvos, mas insistiam em que fossem circuncidados.
Parece atraente vincular esta visita com aquela de "alguns da parte de Tiago" à Antioquia, descrita por Paulo em Gálatas 2:12. :e verdade que a questão em Gálatas capo 2 é ostensivamente a da possibilidade da comunhão à mesa com gentios incircuncisos, mas o argumento subseqüente de Paulo naquele capítulo demonstra que considera que a questão em pauta é a da salvação mediante a obediência à lei. Além disto, não há menção em Atos da visita de Pedro à Antioquia aludida em Gálatas 2:11. Outro problema é que Gálatas capo 2 diz que os visitantes à Antioquia vieram da parte de Tiago, e parece que Paulo os considerava como representantes do ponto de vista de Tiago. De outro lado, dá-se a entender em Atos capo 15 que os visitantes foram além da sua autorização (15:24), pois Tiago põe-se do lado de Paulo. Sugere-se" assim, que Tiago talvez tivesse passado por uma mudança de atitude na reunião em Jerusalém, e também que os visitantes à Antioquia, que tinham o mesmo ponto de vista que os cristãos fariseus em 15:5, alegaram o apoio de Tiago para um ponto de vista distintamente mais rigorista do que ele mesmo teria adotado.
2-3.Paulo e Barnabé se opuseram à nova exigência, pois a obra missionária deles foi mais especialmente afetada por ela. Se Barnabé havia vacilado neste assunto em Gálatas 2:13, agora voltou a apoiar o lado de Paulo. A matéria era por demais importante para ser resolvida localmente, mormente porque alegava-se que a igreja em Jerusalém exigia a circuncisão. Resolveu-se, portanto, enviar uma delegação a Jerusalém para encontrar-se com os apóstolos e presbíteros que agora eram considerados as personagens de liderança na igreja. Os viajantes aproveitaram-se da oportunidade para informar os vários grupos cristãos que encontravam no caminho para Jerusalém acerca do progresso do evangelho entre os gentios. O comentário de Lucas, de que estas notícias causaram grande alegria dá a entender que as respectivas igrejas provavelmente tinham a mesma atitude, para com a circuncisão, que Paulo adotava. Estas congregações consistiam, por certo, em cristãos judeus (11 :19), e indica-se que eram de mentalidade mais liberal do que alguns dos cristãos em Jerusalém.
4-5. A chegada dos visitantes em Jerusalém foi marcada por uma reunião da igreja na qual, mais uma vez, contou-se a história da conversão dos gentios. Ressaltava-se tudo o que DEUS fizera: a conversão dos gentios é atribuída à intervenção dEle, e a inferência é que aquilo que foi feito com Sua bênção foi feito de conformidade com a Sua vontade. Este argumento, no entanto, não foi aceito por certos cristãos que tinham sido fariseus nos dias antes da sua conversão, e declararam que os convertidos dentre os gentios deviam ser circuncidados e observar o resto da lei judaica. Nada há de surpreendente na conversão daqueles que tinham sido fariseus - o próprio Paulo tinha sido um deles - nem na continuação de certas atitudes antigas. :f: provável que subestimemos quão colossal era o passo para legalistas roxos entre os judeus adotarem um novo modo de pensar. Além disto, é possível que as pressões nacionalistas estivessem aumentando na Judéia, e que os cristãos tinham que andar com cuidado para evitar a acusação de serem desleais à sua tradição judaica.
6. A reunião dos apóstolos e presbíteros parece ser diferente daquela que se descreve nos vv. 4-5, embora, nos dois casos, estivesse presente a igreja inteira (v. 12).163 :f:, porém, possível que vv. 4-5 sejam um resumo inicial, que visavam tornar claro as questões envolvidas no debate.
7-11. O processo começou com um debate franqueado a todos, que Lucas não registrou, embora teria sido interessante termos uma declaração do ponto de vista dos legalistas e dos seus argumentos para apoiá10. No fim, porém, eram as opiniões de Pedro e Tiago que mais importavam. Os comentários de Pedro ressaltam uma só lição basicamente singela. Apelou à experiência. Referindo-se ao incidente da conversão de Cornélio alguns anos antes (Atos caps 10-11), declarou que DEUS o escolhera para fazer conhecido aos gentios o evangelho, a fim de que cressem. Além disto, DEUS mostrara Sua aceitação dos gentios, concedendo o ESPÍRITO SANTO a eles, assim como fizera com os crentes judeus. Pedro se referia a DEUS como sendo Aquele que conhece os corações de todos os homens, e tirou a conclusão de que, ao derramar assim o ESPÍRITO sobre os gentios, DEUS estava purificando do pecado os seus corações assim como já purificara os corações dos crentes judeus. Seguia-se, portanto, que o que importava à vista de DEUS era a purificação do coração, e que as observâncias legais externas, tais quais a circuncisão, eram matéria de indiferença. Além disto, procurar impor a lei sobre os gentios era tentar a DEUS, no sentido de questionar o Seu julgamento para ver se Ele estava levando-o a sério, e se os homens podiam tomar impunemente atitudes diferentes. O que os legalistas estavam procurando fazer era colocar sobre os gentios o jugo da lei, jugo este que os próprios judeus nunca conseguiram carregar com sucesso.
A lição aqui não é que a lei é um fardo opressivo, mas, sim, que os judeus eram incapazes de obter a salvação através dela; daí a sua irrelevância no que dizia respeito à salvação. 1 64 Pelo contrário, segundo disse Pedro, os judeus precisam crer a fim de serem salvos mediante a graça de DEUS (cf. GNB, "cremos e somos salvos pela graça do Senhor JESUS"), exatamente como os gentios; Pedro fala do tipo de fé em DEUS que leva à salvação (v. 11, cf. v. 7). Se tanto os judeus quanto os gentios são salvos desta maneira, é claro que a obediência à lei não se exige dos gentios. Podemos acrescentar que nem sequer dos judeus se exige a obediência à lei como meio da salvação (Gl 5 :6). Para alguns estudiosos esta dedução tem parecido por demais radical para ser crível nos lábios de um judeus cristão tal como Pedro: por que, pois, pergunta-se, os próprios cristãos judeus não abriram mão da circuncisão? Conforme Lucas, muitos cristãos judeus continuavam a guardar a lei. Os cristãos judeus não viam necessidade alguma de remover as evidências físicas da circuncisão (contrastar 1 Mac. 1 :15), e continuavam a guardar a lei de Moisés, embora as evidências dos Evangelhos sugerem que abandonavam, cada vez mais, os detalhes da observância legalística farisaica, e chegaram a reconhecer, também, que em certos aspectos a lei mosaica fora superada pela nova revelação da vontade de DEUS em JESUS. Nem todos os cristãos judeus, porém, chegaram a este reconhecimento, e para muitos, a força do hábito e do costume num ambiente severamente palestiniano judaico permaneceu muito forte. O que Pedro disputava, portanto, era a necessidade de obedecer à lei a fim de ser salvo; se os judeus a guardavam por outros motivos era outro assunto.
12. As observações de Pedro silenciaram a oposição; sem dúvida eram mais detalhadas do que se registra no breve relato dado aqui. O auditório estava pronto para escutar um relatório de Paulo e de Barnabé, no qual descreveram como sua obra entre os gentios tinha sido acompanhada por sinais milagrosos da parte de DEUS. A alusão diz respeito a incidentes do tipo referido em 14:3 (cf. Hb 2:4), que colocavam a obra missionária da igreja em Antioquia no mesmo nível com a conversão de Comélio, e que demonstravam que a bênção de DEUS pairava sobre ela. O poder comprobatório dos milagres era considerado fato indiscutível, embora a Igreja primitiva soubesse que tinha a responsabilidade de testar os sinais milagrosos a fim de averiguar se não eram falsificações inspiradas por Satanás (cf. 2 Co 11 :14; 1 Jo 4:1; e especialmente 2 Ts 2:9-10).
13-15. A voz decisiva na reunião, no entanto, não foi nem a de Pedro nem a dos delegados da Antioquia, mas, sim, a de Tiago, parcialmente por causa da posição que mais e mais vinha a ocupar como líder principal da igreja (12:17), e parcialmente porque era considerado o campeão do ponto de vista judaico conservador. Na literatura posterior, era considerado típico do CRISTO judeu que era fiel à lei, e deve ter havido algo na sua atitude anterior que levasse à observação de Paulo em Gálatas 2:12. Seus comentários aqui registrados, portanto, talvez representassem alguma mudança de ponto de vista da parte dele. Tiago baseou seu argumento no seu comentário de que o que Pedro dissera era um cumprimento das profecias. Refere-se a Pedro com seu nome judaico Simão (cf. 2 Pe 1 :1)
um detalhe apropriado para a situação local - e descreve o incidente com Comélio como "visitação" da parte de DEUS. Este termo se emprega para uma intervenção divina, seja na salvação ou no julgamento (para a primeira, ver Lc 1:68,78; 7:16).165 O propósito de DEUS era constituir dentre eles um povo para o seu nome. O paradoxo inerente entre" "gentios" (ou "nações") e "povo" é notável, pois este último termo freqüentemente era aplicado aos judeus como povo de DEUS em contraste com os gentios. Agora está sendo argumentado que o povo de DEUS inclui os gentios. Embora, no Antigo Testamento, Israel, e não os gentios, fosse o povo de DEUS (Êx 19:5; 23:22; Dt 7:6; 14:2; 26:18-19), agora estão incluídos os gentios.1 66 Além disto, o que ocorrera estava de acordo com as profecias. 1 67
Tiago cita um só texto, mas é possível que estivesse pensando em mais de uma passagem (e.g. Zc 2:11)168 ao referir-se aos profetas. De qualquer maneira, a referência é tirada do "livro dos "doze profetas", Lé, o rolo dos Profetas Menores (como em 7:42), de onde vem a citaçã' de Amós 9:11-12.
16-1~. Esta profecia diz que DEUS reedificará o tabernáculo caído de Davi, de tal modo que os demais homens (que não são judeus) pudessem buscar o Senhor, a saber, os gentios sobre os quais tem sido invocado o nome de DEUS. É provável que a reedificação do tabernáculo deva ser entendida como referência ao levantamento da igreja como .novo lugar do culto divino, que tomou o lugar do templo (cf. 6:13-14). A igreja, então, é o meio mediante o qual os gentios podem chegar a conhecer o Senhor; a referência ao nome de DEUS talvez diga respeito ao emprego dele em conexão com o batismo (Tg 2:7; noutros trechos o verbo se emprega, como em Atos 2:21, dos convertidos que invocam o nome de DEUS). A citação, no entanto, apresenta certas dificuldades. A redação foi influenciada por frases de Jeremias 12:15 (voltarei - mas urna só palavra não basta para mostrar que Jr capo 12 está sendo conscientemente citado), e de Isaías 45:21 (coisas conhecidas desde séculos). Além disto, segue a LXX mais do que o texto hebraico rnassorético, do qual difere consideravelmente em certos lugares; Amós 9:12 tem: "para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome". O texto hebraico, portanto, se refere à restauração do povo de Davi e à sua conquista de Edom e doutras nações pagãs. Criam-se, assim, dois problemas: (1), o texto não é entendido conforme o seu significado original, e (2) Tiago, um judeu palestiniano falando em Jerusalém, cita, conforme aqui se diz, um texto que comprova seu argumento somente na versão grega. Não se trata de uma indicação que a citação provém de Lucas, e não de Tiago, e que é um trecho de exegese algo artificial? Podem ser feitas as seguintes observações: (1) Partes do mesmo texto se citam nos Rolos do Mar Morto (CD 7:16; 4QFlor. 12-13) e se aplicam à situação de então da seita de Cunrã. (2) A versão da LXX baseia-se num texto hebraico hipotético que difere apenas levemente do TM, quanto à sua redação; logo, as diferenças podem dever-se a uma revisão do texto hebraico para torná-lo relevante para uma nova situação. (3) Não devemos excluir a possibilidade de que Tiago sabia grego e fazia uso dele (Neil, p. 173), ou de que estava empregando o texto hebraico pressuposto pela LXX. (4) Já foi dito que o próprio TM apoiaria o argumento de Tiago, se fosse entendido no sentido de a igreja obter possessão de todas as nações (cf. Bruce, Livro, pág. 310). Estes fatos demonstram que não é impossível o emprego da citação por Tiago, e que o processo de reinterpretar o texto de Amós era muito mais antigo do que a Igreja primitiva. Do outro lado, não há nenhuma dificuldade real em supor que o próprio Lucas tenha acrescentado a citação para ressaltar mais claramente como o progresso da igreja está de acordo com as profecias do Antigo Testamento.
19-20. A partir deste argumento, Tiago tirou a conclusão de que a igreja não deveria continuar a colocar um fardo sobre os gentios que se voltavam a DEUS. Como é, pois, que a conclusão se tira do argumento?
A lição parece ser que DEUS está fazendo algo novo em levantar a igreja; é um evento dos últimos dias, e, portanto, já não se aplicam as regras antigas da religião judaica: DEUS está fazendo das nações um povo Seu, e nada há no texto para sugerir que devem tomar-se judeus a fim de tornar-se o povo de DEUS. Logo, não há condições de "entrada" a serem impostas sobre eles. Mesmo assim, Tiago tem uma recomendação para fazer: os gentios devem abster-se de certas coisas que eram repugnantes ao judeus. Quatro coisas se mencionam no texto. Em primeiro lugar, há as contaminações dos ídolos. Refere-se à carne oferecida em sacrifício aos ídolos, e depois comida numa festa do templo ou vendida num açougue. Em segundo lugar, haviam as relações sexuais ilícitas entendidas como prostituição ou como quebra da lei judaica do casamento (que proibia o casamento entre parentes próximos, Lv 18:6-18). O terceiro elemento foi a carne de animais sufocados, um método de abate mediante o qual o sangue permanecia na carne, e o quarto item era o próprio sangue. Estes regulamentos alimentícios se assemelham àqueles em Levítico 17:8-13. Quanto aos problemas levantados por estas regras, ver a introdução.
21. A declaração formal de Tiago é de difícil entendimento. Talvez o significado seja que, já que há judeus noutros lugares que regularmente ouvem a lei de Moisés lida nas sinagogas, os cristãos gentios devem respeitar seus escrúpulos, para evitar que a igreja tenha má fama entre eles. Alternativamente, o argumento talvez signifique que se os gentios cristãos querem descobrir qualquer coisa a mais acerca da lei judaica, têm bastante oportunidade nas sinagogas locais, e não há necessidade da igreja em Jerusalém fazer qualquer coisa em prol deste assunto.
22-29. A proposta de Tiago recebeu a concordância da assembléia inteira. Vale a pena ressaltar o sentido disto: significa que os judeus extremistas perderam o argumento e concordaram em seguir uma política mais liberal. Parece que aceitaram a sua derrota sem amargura ou ressentimento. Resolveu-se nomear. delegados para acompanhar Paulo e Barnabé a Antioquia a fim de relatar as decisões da reunião. Judas, chamado Barsabás, n[o se conhece fora deste trecho (a n[o ser que fosse parente de José Barsabás, 1 :23), mas Silas (conhecido, noutros trechos, por seu nome latino, Silvano) ficou sendo uma figura de destaque na igreja (15:40; 1 Ts 1 :1; 2 Co 1 :19; 1 Pe 5 :12). Presumivelmente eram presbíteros da igreja de Jerusalém. Sua tarefa seria entregar e expor oralmente a mensagem escrita que levaram para Antioquia.
A carta que Lucas reproduz se encaixa no padrão normal das cartas do século I, que nos é familiar nas cartas de Paulo. Ao passo que Paulo emprega uma forma cristianizada de saudações de abertura e encerramento, aqui se retém a forma secular usual. A carta foi enviada em nome dos.apóstolos e presbíteros da igreja em Jerusalém. Escrevem com autoridade aos seus irmãos cristãos; a esta altura, a igreja em Jerusalém ainda sentia que possuía autoridade para mandar as demais igrejas fazer conforme suas instruções, sem dúvida por ser liderada por apóstolos. Os endereçados foram os cristãos em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Antioquia era a capital da província romana da Síria (9:30). N[o se mencionam as áreas evangelizadas por Paulo e Barnabé (mas ver 16:4).
O corpo principal da carta deixou claro que quaisquer pessoas que tivessem ido de Jerusalém para Antioquia, defendendo a circuncisão dos convertidos gentios, não eram de modo algum representantes oficiais da igreja. A igreja, portanto, resolvera dar o passo de enviar delegados que serviriam de representantes oficiais para pôr em dia o assunto. Antes de citar os nomes destes, porém, a carta os associa com os delegados de Antioquia, Barnabé e Paulo, e fala destes últimos nos termos mais elevados, como aqueles que "se dedicaram" (NEB) ao serviço de JESUS; a tradução de ARA que têm exposto a vida é talvez forte demais. A linguagem visa ressaltar o estreito sentimento fraternal que existia entre as igrejas. Mesmo assim, a carta continua com uma nota de firme autoridade. A decisão atingida pela igreja é considerada inspirada pelo ESPÍRITO, que, a cada passo em Atos, é o guia da igreja nas suas decisões e atos. Esta decisão, inspirada pelo ESPÍRITO, é colocada em termos do mínimo de exigências .a serem impostas sobre a igreja. Quer dizer que se ressalta que nada mais está sendo requerido senão os regulamentos que se seguem; não se exige nenhuma submissão generalizada à lei judaica, e muito menos ao rito da circuncisão. Além disto, reconhece-se que o que se pede é um encargo, ainda que seja essencial por amor à harmonia entre os judeus e os gentios. As exigências são aquelas que o leitor já sabe pelo v. 20, com uma leve mudança quanto à ordem. A mensagem termina com o que é essencialmente um pedido cortês para que seja aceita a proposta: faríeis bem pode ser entendido como "prosperareis". A saudação final é normal para uma carta em Grego. A carta inteira é cuidadosamente construída, de tal maneira que alguns críticos alegam que é uma composição literária pelo próprio Lucas;julgada por este padrão, a carta inegavelmente genuína de Paulo a Filemom, que também é uma obra prima de construção cuidadosa, já não poderia ser considerada uma carta genuína.
30-35. Depois de os delegados terem recebido as suas instruções da igreja, desceram logo para Antioquia onde se realizou uma reunião dos membros da igreja, e a carta foi entregue e a leram em voz alta diante da assembléia. Seu conteúdo foi considerado um conforto ou exortação, o tipo de mensagem cristã que visava fortalecer e encorajar uma congregação. Foi saudada com alegria, pois seu conteúdo revelou que a questão decisiva fora aceita: não se devia exigir que os gentios fossem circuncidados e obrigados a observar a lei de Moisés. Quanto as exigências impostas pela carta, foram aceitas, segundo parece, sem hesitação. Sem dúvida, Judas e Silas expuseram a situação mais detalhadamente, mas parece que seu ministério era de um escopo ainda maior. Foram reconhecidos como homens com dons proféticos, e os empregavam na pregação e no ensinamento na igreja (cf. I Co 14:3); o ministério deles foi semelhante ao de Barnabé quando visitou a igreja pela primeira vez (11 :23). Depois de decorrer um período apropriado, puderam voltar de Antioquia para Jerusalém, levando consigo a bênção da igreja: "Ide em paz".,
Um grupo ponderável de MSS omite v. 34. Representa uma tentativa por um escriba no sentido de vencer o que parece ser uma contradição entre a partida de Silas para Jerusalém em v. 33 e a sua presença em Antioquia cf. v. 40, o versículo, no entanto, contradiz tão abertamente o v. 33 que já registrou a partida de Silas, . que sem dúvida não é genuíno. Entrementes, continuou-se a obra da igreja em Antioquia. Paulo e Barnabé ensinavam a igreja e evangelizavam juntos pela última vez que consta nos registros. Havia, porém, um grupo composto doutros cristãos que se dedicavam à mesma obra, de tal modo que o caminho ficou aberto para os dois antigos missionários recomeçarem suas viagens, sabendo que estavam deixando a igreja em boas mãos.



RESUMO DA LIÇÃO 11- O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO
Sob as instâncias de Paulo e Barnabé, os apóstolos convocam o Concílio de Jerusalém, para tratar de uma questão que vinha perturbando os crentes gentios
As decisões desse concilio, realizado no ano 48, foram mais do que vitais à expansão do Cristianismo até aos confins da terra.
I- O QUE É UM CONCÍLIO?
1. Definição. conselho, assembléia.
2. Os concílios no Antigo Testamento.
3. Os concílios em o Novo Testamento.
II- A IMPORTÂNCIA DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM
1. Convocação.
2. Presidência.
3. Debates.
4. O pronunciamento decisivo de Tiago.
III- A CARTA DE JERUSALÉM
1. Da salvação pela graça.
2. Da comida sacrificada aos ídolos.
3. Da ingestão de sangue e de carne sufocada.
4. Das relações sexuais Ilícitas.
CONCLUSÃO
Que o exemplo dos santos apóstolos mova a Igreja de CRISTO a livrar-se de toda briga local, a fim de mostrar a sua vocação universal e eterna.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Bibliográfico
"A decisão do ESPÍRITO SANTO Na verdade pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas
coisas necessárias: que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação [relações sexuais ilícitas - ARA]; das quais coisas fazeis bem se vos guardares" (At 15.28,29). A expressão 'pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO' significa: O ESPÍRITO SANTO, na sua atuação entre os gentios, já testemunhara que estes foram libertos do jugo da Lei mosaica (At 10.44-48). O ESPÍRITO SANTO, cuja orientação foi prometida aos apóstolos e outros líderes [e à Igreja], já testemunhara ao coração deles que os gentios deviam ser livres do fardo (Mt 18.20;Jo 16.13). [Ou seja] Os gentios foram isentos da obrigação de observar os costumes judaicos. [...] Estes convertidos já possuíam a vida e a liberdade espiritual. Por que enterrar esta vida com formulários mortos?"
(PEARLMAN, Myer. Atos. E a Igreja se Fez Missões. 1. ed. RJ: CPAD, 1995, pp.169-70).

Quem Era Tiago, o Menor? (Presidente do Concílio de Jerusalém).
TIAGO, O MENOR - A Igreja Católica tem sido insistente em ensinar que o autor da Epístola que leva o nome de "Tiago" é o Tiago filho de Alfeu e, segundo ela, esse Tiago era primo de Jesus. Não é verdade e os teólogos católicos sabem disto. Afirmam que era primo porque querem sustentar o falso dogma da eterna virgindade de Maria.
Foram 3 os Tiagos que apareceram no texto sagrado:
01) Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João - Mt 4:21.
02) Tiago, filho de Alfeu, do qual não temos muita informação - Mt 10:3, At 1:13, mas que, provavelmente tenha sido irmão de Mateus,já que em Marcos 2.14 Mateus, que também era chamado de Levi, era filho de Alfeu; e
03) Tiago, irmão de Jesus, por parte de pai e mãe - Mt 13:55.
Jesus teve 04 irmãos e algumas irmãs. Dentre eles havia um chamado Tiago e que foi apelidado de "Tiago, o menor" - compare Mt 13:55, com Mt 27:56. Este era chamado de "o menor" por ser mais novo que o outro Tiago, o filho de Zebedeu e irmão de João. Este, sim, era primo de Jesus, uma vez que Salomé, sua mãe, era irmã de Maria, mãe de Jesus - Compare Jo 19:25, com Mc 15:40.
O que sabemos sobre o Tiago, irmão de Jesus:
TIAGO, IRMÃO DE JESUS - Existem várias referências bíblicas que afirmam que Jesus teve um irmão carnal chamado Tiago. Leia as seguintes: Mt 13:55; Mc 6:3; Gl 1:19.
Existem outros textos bíblicos que distinguem os irmãos de Jesus dos discípulos - Jo 2:12 ; Jo 7:5; At 1:14.
Eusébio de Cesaréia, que viveu entre 265 e 339 d. C. e que foi considerado o Pai da História da Igreja Primitiva, faz referência a ele como "Tiago, o Justo, irmão de Jesus, o chefe da igreja cristã primitiva em Jerusalém". Em Atos dos Apóstolos Tiago aparece como sendo um dos principais líderes da Igreja em Jerusalém - At 15:13. Paulo reconhece essa liderança de Tiago - Gl 2:9. Nesta época o Tiago, filho de Zebedeu já havia morrido.
Flávio Josefo em sua obra "Antiguidades Judaicas", narra que um certo Tiago tomou para si o encargo de dirigir a Igreja de Jerusalém após a partida de Pedro e que participou ativamente do primeiro Concílio da Igreja (confirmando Atos 15), que tratava da questão da circuncisão e da pregação do Evangelho para os gentios, evento este que teria ocorrido por volta de 54 d.C.. De fato, tal tradição é reconhecida e confirmada por Eusébio de Cesaréia, que narra ter sido este apóstolo o líder da comunidade cristã daquele local por cerca de dezoito anos .
No seu Livro Vigésimo, capítulo 8, Flávio Josefo fala do evento da morte de Tiago com as seguintes palavras: "Anano, grão-sacrificador (Sumo-sacerdote)... aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não tinha chegado, para reunir um conselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo..."
Temos, portanto, referências bíblicas e referências históricas que confirmam que Tiago era, irmão de sangue, de Jesus Cristo.
Bem, a Igreja Católica ensina que na tradução para o Português utilizaram a palavra "irmão" em substituição à palavra "primo". É outra mentira que temos como refutar tranquilamente.
No site www.cacp.org.br/catolicismo/ encontramos o seguinte comentário sobre este assunto: "Em Mt 12:47, na Bíblia católica, versão dos “Monges Maredsous”, o tradutor teceu o seguinte comentário sobre os “irmãos” de Jesus no rodapé da página: “Irmãos: na língua hebraica esta palavra pode significar também ‘parentes próximos’ ou ‘primos’, como neste caso. Exemplo: Abraão, tio de Ló, chama-o com a designação de irmão - Gn 11:27; Gn 13:8.”
Outro estudioso católico afirma: “Assim sendo, é possível que por detrás dos ‘irmãos’ e ‘irmãs’ de Jesus estejam seus ‘primos’ ou ‘parentes’.
Refutação bíblica: Não existe um só caso na Bíblia, e principalmente no Novo Testamento, em que a palavra grega adelphós (irmão) é traduzida por primo ou parente.
Como já falamos, e isso é interessante, o apóstolo Paulo sabia perfeitamente usar a palavra correta para primo (anepsiós) e parente (sungenes) em suas epístolas. Não havia motivo de confusão! “Saúda-vos Aris­tarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, o sobrinho de Barnabé...” - Cl 4:10. - “Saudai a Herodião, meu parente” - Rm 16:11.
O escritor do site acima citado ainda nos lembra outro detalhe importante: "Outro fator que corrobora com a interpretação acima é o fato de Lucas ter usado a expressão grega Prototokos, que significa “Primogênito”, em relação ao nascimento de Cristo: “e teve a seu filho primogênito...” - Lc 2:7.
Se Lucas quisesse dizer que Jesus foi o único filho de Maria, teria usado, de modo inequívoco, a expressão monogenes (unigênito, em português) que significa “[filho] único gerado”, como acontece em Jo 3:16. Mas não, ele usou, de modo consciente, o termo certo: “primogênito”, indicando que Jesus foi apenas o “primeiro” filho de Maria, e não o “único”.
Se Jesus tivesse sido o único filho de Maria, os evangelistas mostrariam isso, de modo explícito, em seus escritos. Mas não é isso que constatamos no Novo Testamento".
Portanto, Tiago o autor da "Epístola de Tiago" é o irmão de Jesus. Ou seja, Maria não permaneceu virgem, como os católicos querem nos empurrar goela a baixo. Ela teve a Jesus e a mais 4 filhos. (Em Cristo, Ev. Sandoval Juliano).
Fontes consultadas:
www.cacp.org.br/catolicismo/
Livro "História dos Hebreus" - de Flávio Josefo
"Manual Bíblico" - de H. H. Halley


VOCABULÁRIO
Quizília - desavença, rixa, pendência.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão. CPAD, n 45, pag. 41.


QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 11- O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO
RESPONDA CONFORME A REVISTA DA CPAD DO 1º TRIMESTRE DE 2011
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas corretas e com "F" as falsas.

TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Pois pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO e a nós não vos ___________________________ maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas __sacrificadas__ a ídolos, bem como do _______________________ [...] e das relações _________________________ ilícitas [...]" (At 15.28,29 - -ARA)

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
O objetivo de um ___________________ eclesiástico, convocado sob orientação _______________________, é preservar a ________________________ da Igreja no ESPÍRITO SANTO e conservar a sã doutrina.

INTRODUÇÃO
3- Por que e por quem foi convocado o primeiro concílio da igreja em Jerusalém?
( ) Sob as instâncias de Paulo e Barnabé, os apóstolos convocam o Concílio de Jerusalém.
( ) Foi marcado para que houvesse uma confraternização entre os apóstolos e foi convocado por Pedro.
( ) Para tratar de uma questão que vinha perturbando os crentes gentios: Deveriam estes também observar os costumes e ritos judaicos?
( ) Porque, "alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos".

I- O QUE É UM CONCÍLIO?
4- Qual a definição de Concílio?
( ) Originária do vocábulo grego concilium, a palavra concílio significa reunião, santa convocação.
( ) Originária do vocábulo latino concilium, a palavra concílio significa conselho, assembléia.
( ) O concílio, por conseguinte, é uma reunião de representantes da Igreja, cujo objetivo é deliberar acerca da fé, doutrina, costumes e disciplina eclesiástica.

5- Quais os concílios no Antigo Testamento?
( ) O primeiro concílio da velha aliança deu-se quando Moisés congregou os anciãos de Israel para declarar-lhes o plano de DEUS para libertar os hebreus do Egito (Êx 4.29).
( ) A partir daí, muitos foram os concílios convocados quer pelos reis, quer pelos profetas, para tratar das urgências nacionais e das crises que surgiram ao longo da história de Israel no Antigo Testamento.
( ) O primeiro se deu entre Adão, Eva, a serpente e DEUS, com o objetivo de iniciarem a vida na Terra organizadamente.

6- Quais os concílios no Novo Testamento, mais especificamente, em Atos dos Apóstolos?
( ) Os apóstolos reuniram-se em três ocasiões distintas, para decidir sobre pendências na comunidade cristã.
( ) A primeira vez para eleger Matias em lugar de Judas Iscariotes e aguardar a chegada do Consolador;
( ) A segunda para instituir o diaconato;
( ) A terceira, para discutir as imposições que os judaizantes buscavam impor sobre os cristãos gentios (At 1.12-26; 6.1-15; 15.6-30).

II- A IMPORTÂNCIA DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM
7- Qual a importância do Concílio de Jerusalém?
( ) Tem importância fundamental na consolidação de Jerusalém como capital do cristianismo e sede de todas as igrejas até aos dias de hoje.
( ) Foi tão importante e vital à Igreja de CRISTO que dela dependia o futuro do Cristianismo.
( ) Se os apóstolos houvessem cedido à pressão dos judaizantes, a religião do Nazareno extinguir-se-ia em mera seita judaica.

8- Os dirigentes da Igreja, instrumentalizados pelo ESPÍRITO SANTO, houveram-se com sabedoria e firmeza. Por que?
( ) Porque possibilitaram que o Reino de DEUS, transcendendo as fronteiras de Israel, se universalizasse até aos confins da terra.
( ) Porque o concílio trouxe a separação definitiva entre os cristãos judeus e os gentios convertidos ao cristianismo.
( ) Porque o Concílio de Jerusalém foi modelar desde a convocação até as suas derradeiras decisões.

9- Quem foi convocado para o primeiro concílio de Jerusalém?
( ) Igrejas de Antioquia, Jerusalém e Síria.
( ) Igrejas de Jerusalém, Síria e Cilícia.
( ) Igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia.

10- Quem constituía a presidência do concílio de Jerusalém e o que fez?
( ) Tiago, irmão de JESUS e Pedro.
( ) Em todos aqueles acalorados debates, o apóstolo e o irmão de JESUS agiram com sabedoria e moderação.
( ) Tudo fizeram por preservar a unidade da Igreja no ESPÍRITO SANTO.
( ) João e Pedro.

11- Como foram os debates no primeiro concílio de Jerusalém? Complete:
As discussões são ____________________________. Extremados na defesa do _____________________________, exigiam os judaizantes: "É necessário circuncidá-Ios e determinar-Ihes que observem a lei de ___________________________" (At 15.5 - ARA).
Em seguida, Pedro levanta-se e põe-se a historiar como os gentios, por seu intermédio, vieram a ____________________________-se a CRISTO.
Para calar a boca aos adversários, indaga o apóstolo: "Agora, pois, por que tentais a DEUS, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam __________________________, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela ___________________________ do Senhor JESUS, como também aqueles o foram" (At 15.10,11 - ARA). Depois da exposição de Pedro, os também ___________________________ Paulo e Barnabé tomam a palavra. Faz Lucas esta observação: "Então toda a multidão _________________________, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios DEUS fizera por meio deles entre os _____________________" (At 15.12 - ARA).

12- Qual foi o pronunciamento decisivo de Tiago, no primeiro concílio de Jerusalém? Complete:
Apesar de sua reputação conservadora, sai Tiago, irmão do Senhor, em defesa dos santos gentios e da universalidade da Igreja de CRISTO: "Pelo que, julgo eu, não devemos ___________________________ aqueles que, dentre os ______________________, se convertem a DEUS, mas _______________________-Ihes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações _______________________ ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue" (At 15.19,20 - ARA).

III- A CARTA DE JERUSALÉM
13- Encerrados os debates, decidem os apóstolos enviar uma encíclica às igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia. Por intermédio de quem fazem isto?
( ) Por intermédio de Paulo, Barnabé, Marcos e Silas.
( ) Por intermédio de Paulo, Barnabé, Judas e Silas.
( ) Por intermédio de Paulo, Barnabé, João e Silas.

14- Em resumo, o documento que Paulo, Barnabé, Judas e Silas, levam para os irmãos, trata de quais temas?
( ) Da salvação pela graça.
( ) Da comida sacrificada aos ídolos.
( ) Da ingestão de sangue e de carne sufocada.
( ) Da união dogmática entre judeus e gentios pelos mesmos costumes e crenças.
( ) Das relações sexuais Ilícitas.


CONCLUSÃO
16- Complete:
Que o exemplo dos santos apóstolos mova a Igreja de CRISTO a livrar-se de toda __________________________ local, a fim de mostrar a sua vocação _______________________ e eterna. O mesmo ESPÍRITO que dirigiu o Concílio de Jerusalém faz-se presente no meio de seu povo, inspirando os ministros do Evangelho a tomarem decisões de conformidade com a _______________________________ Sagrada. Interessante, o concílio convocado para combater o __________________________ judaizante tornou a Igreja de CRISTO mais _________________________ e pura.

RESPONDA CONFORME A REVISTA DA CPAD DO 1º TRIMESTRE DE 2011
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas corretas e com "F" as falsas.


RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

AJUDA
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Revista CPAD - 3º Trimestre de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - Pr. Ezequias Soares - Lição 13 - O PRIMEIRO CONCÍLIO APOSTÓLICO - CPAD.
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-vc-aimportanciadadoutrinabiblicaparaafe.htm
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